Kurt Cobain

vocalista, guitarrista, compositor e músico americano (1967-1994)

Kurt Donald Cobain (Aberdeen, Washington, 20 de fevereiro de 1967 - 5 de abril de 1994) foi o líder, vocalista e guitarrista da banda estadunidense Nirvana. Músico estadounidense.

  • "Eu nunca quis cantar. Eu só queria ficar tocando guitarra no fundo do palco."
Kurt Cobain
Kurt Cobain
Kurt Cobain in concerto con i Nirvana agli MTV Video Music Awards 1992
Nascimento 20 de fevereiro de 1967
Aberdeen
Morte 5 de abril de 1994 (27 anos)
Seattle
Cidadania Estados Unidos da América
Progenitores
  • Donald Leland Cobain
  • Wendy Elizabeth Fradenburg
Cônjuge Courtney Love
Filho(a)(s) Frances Bean Cobain
Alma mater
  • Aberdeen High School
Ocupação guitarrista, cantor, autor-compositor, artista visual, compositor
Obras destacadas Smells Like Teen Spirit, Nevermind
Instrumento guitarra, voz
Religião agnosticismo
Causa da morte perfuração por arma de fogo
Assinatura
- Entrevista à revista Rolling Stone, 27/01/94.
  • "Não entendo essa gente querendo me pegar, me olhar, me assistir o tempo todo. Eu estou de saco cheio. Vou mudar de profissão, não vou aguentar isso a minha vida inteira."
- em 16/01/93, quando se apresentou em São Paulo)
  • "Passei toda a minha vida tentando ficar longe dos desportos e aqui estou eu, em uma arena desportiva."
- 12/30/93 em "the Great Western Forum, Inglewood, California"
  • "...quando você se casa e tem um filho, descobre uma força que você não imaginava que pudesse ter."
- Falando sobre a nova fase da banda com o álbum In Utero, em entrevista ao The Atlanta Journal and Constitution, 19/09/93.
  • "Não quero que minha filha cresça e que seja perturbada na escola pelas outras crianças. Não quero que digam a ela que ela tem pais drogados."
- Em entrevista ao Los Angeles Times em 21/09/92
  • "Essa música é dedicada à minha filha de 12 dias e à minha esposa ... e ahn, foram escritas algumas coisas bem extremas sobre nós, especialmente sobre minha mulher. E ela pensa que todos a odeiam agora. Então, ahn, isto está sendo gravado então ... por que vocês não lhe passam uma mensagem e dizem 'Courtney, Nós Te Amamos', okay? Prontos? No três! Um, Dois, Três!"
- em um show do Nirvana, em 1992
  • "Eu tenho a responsabilidade de falar negativamente sobre a heroína. É realmente uma coisa diabólica. É algo ligado com o Satã."
- Kurt Cobain em entrevista à MTV
  • "Há já muitos anos que não sinto nenhuma emoção nem ao ouvir música nem ao criá-la, bem como ler e escrever, e isto faz-me sentir terrivelmente culpado. Quando estávamos nos bastidores, as luzes diminuíam e da multidão subia um rugido maníaco mas aquele momento não me fazia o efeito que faria, por exemplo, o Freddie Mercury, que parecia adorar e absorver energia do público – o que é uma coisa que totalmente admiro e invejo. O fato é que não consigo enganar vocês, nenhum de vocês. Simplesmente não é justo para vocês e para mim. O pior crime que posso imaginar seria enganar as pessoas sendo falso e fingindo que estou me divertindo a 100 por cento. Às vezes, antes de entrar para o palco, sentia-me como se tivesse um relógio a bater dentro de mim. Tentei tudo que está em meus poderes para gostar disso (e eu gosto, Deus, acreditem-me, eu gosto, mas não o suficiente). Agrada-me o fato de que eu e nós atingimos e divertimos uma porção de gente. Devo ser um daqueles narcisistas, uma daquelas pessoas que goza as coisas somente quando está sozinha. Sou demasiado sensível. Preciso ficar um pouco dormente para ter de volta o entusiasmo que eu tinha quando criança. Em nossas últimas três turnês, tive um reconhecimento por parte de todas as pessoas que conheci pessoalmente e dos fãs de nossa música, mas ainda não consigo superar a frustração, a culpa e a empatia que tenho por todos. Existe o bom em todos nós e acho que eu simplesmente amo as pessoas demais, tanto que chego a me sentir mal. O triste, sensível, insatisfeito, pisciano, pequeno homem de Jesus. Por que você simplesmente não aproveita? Eu não sei! Tenho uma esposa que é uma deusa, que transpira ambição e empatia, e uma filha que me lembra demais como eu costumava ser, cheia de amor e alegria, beijando todo mundo que encontra porque todo mundo é bom e não vai fazer mal a ela. Isto me aterroriza a ponto de eu mal conseguir funcionar. Não posso suportar a ideia de Frances se tornar o triste, autodestrutivo e mórbido roqueiro que eu virei. Eu tive muito, muito mesmo, e sou grato por isso, mas desde os meus sete anos de idade passei a ter ódio de todos os humanos em geral... e isto só porque amo demasiado e sinto demais por todas as pessoas, pelo menos eu acho. Agradeço-vos a todos do fundo do meu estômago queimado de náusea pelas vossas cartas e por se terem preocupado comigo durante os anos passados. Eu sou mesmo um bebê errático e triste e, agora, não tenho mais paixão. Assim, recordem-se que é melhor arder numa só labareda do que enferrujar a pouco e pouco. Paz, amor, Empatia. Kurt Cobain."
- Texto de Kurt encontrado ao lado do seu cadáver a 8 de Abril de 1994

Frases atribuidas a Kurt Cobain erradamente

editar
  • "Eu prefiro ser odiado pelo que sou, do que amado pelo que eu não sou."
  • "It's better to burn out than to fade away." (From Neil Young's My My, Hey Hey)
  • "Querer ser outra pessoa é um desperdício da pessoa que você é."

I Hate Myself and I Want to Die (Odeio-me e quero morrer)

editar
  • "Cresci de um modo muito isolado. Tornei-me anti-social. Comecei a compreender a realidade do universo em que vivia, que tinha muito pouco para me oferecer. Aberdeen era uma cidade demasiado pequena onde não encontrava amigos de quem gostasse, que fossem compatíveis comigo ou que gostassem do que eu gostava."
  • "Por aquilo de que me consigo lembrar, os primeiros anos da minha vida foram anos muito felizes. Quando tinha nove anos, os meus pais separaram-se. Lembro-me de sentir vergonha disso sem saber explicar bem porquê. Não conseguia olhar de frente para alguns dos meus amigos na escola. Desejava desesperadamente ter uma familia clássica, típica, com pai e mãe, desejava essa segurança. Durante alguns anos custou-me muito a perdoar isso aos meus pais...
  • "Depois do divórcio dos meus pais, de repente tudo ficou preto para mim, vivia sempre em depressão. Ia para a cama e passava horas e horas acordado, gritando dentro da minha cabeça, ou então, continha a respiração o mais que podia porque queria que a cabeça estourasse... Daí a pouco, a depressão dava lugar a uma raiva surda..."
  • "Depois do divórcio dos meus pais, sentia um forte ressentimento em relação a eles porque não tinham sido capazes de resolver os seus problemas. Na escola comecei a sentir-me diferente das outras crianças; tinha-me convencido que valia menos do que elas, porque elas tinham uma família ao passo que eu já não a tinha. Isolava-me cada vez mais... e esta situação tornou-se definitiva por volta dos onze-doze anos."
  • "Os meus familiares tinham um terror danado da pobreza e, mesmo que no fundo fossem uns pobretanas, faziam tudo para parecer abastados. A minha mãe repetia-me continuamente que eu tinha absolutamente de evitar "as más companhias", ou seja os rapazes das famílias pobres, aqueles mais pobres do que nós. Assim, aquela coisa dos "pobretanas" tornou-se para mim uma verdadeira obsessão que muitas vezes me levava a insultar os rapazes mal arranjados de Aberdeen... Mas, alguns anos depois, comecei a aperceber-me que os rapazes das famílias abastadas - ou seja aqueles que para os meus pais eram as "boas companhias" - eram os verdadeiros "fedorentos" ao passo que os pobretanas eram, ao fim e ao cabo, melhores, mais verdadeiros e sinceros."
  • "No Liceu, o corpo estudantil dividia-se em três categorias diferentes: rapazes e raparigas "marronas", super-fêmeas "raparigas pon-pon", e super-machos "megadesportistas". A primeira categoria fazia-me tristeza e as outras duas odiava-as com todo o meu coração."
  • "Quero compor um novo tema no mesmo género de "Polly" (no album Nevermind), tratando de maneira explícita a questão da violação. Estou convencido que a violação é um dos crimes mais odiosos e, infelizmente, um dos mais frequentes. Era necessário que eu fizesse alguma coisa porque havia e há ainda uma grande necessidade de educar os machos. Existem grupos que se ocupam deste problema, mas, de momento, não vão além do fato de ensinarem ás mulheres algumas técnicas de defesa física - o que também está bem, mas de certeza que não resolve a questão. Seria preciso uma obra radical de reeducação dos machos, para resolver um problema tão grave e difuso e para os irremidiáveis não restaria senão a solução mais simples e mais drástica: a castração."
  • "Em si, o facto de ser homem não é uma coisa má, talvez o problema seja quando estes se tornam machos... um homem sensato não existe e, se existisse, seria de certeza uma mulher; a demonstração mais evidente disso é que as guerras são declaradas sempre por homens e a combatê-las são quase somente eles; as mulheres são decididamente menos violentas e, se estivesse nas mãos delas o poder de desencadear uma guerra, o mundo seria de certeza um lugar muito mais pacífico."
  • "A única coisa que me reconcilia com o mundo é dormir. Adoro dormir, considero-o um dos poucos prazeres da vida. Ás vezes adormeço enquanto como ou se me encontro numa situação aborrecida, o que me acontece frequentemente... Preferia viver num eterno estado de letargia... Sinto há muitos anos que não tenho mais nada para dizer e as conversas de chacha aborrecem-me de morte, é muito melhor dormir e acordar só quando vale realmente a pena."
  • "Em criança, lia tudo o que apanhava. Ia muito á biblioteca especialmente no liceu, onde o único sítio para se ir durante o dia era a biblioteca. Mas não sabia bem o que devia ler, era o que calhava... Quando ia á escola também lia muito nas aulas, só para me afastar dos outros e não ter de falar com eles. Muitas vezes, só para os evitar, até fingia ler."
  • "No liceu eu era o bode expiatório. Mas não naquele sentido em que estivessem sempre a meter-se comigo. Não implicavam comigo nem me batiam a dada altura, porque, eu já vivia num grande isolamento. Era tão anti-social que raiava a demência. Sentia-me tão diferente e louco que as pessoas deixavam-me em paz. Não me admirava nada se, me considerassem o tipo mais provavelmente capaz de matar alguém no baile do liceu..."
  • "sentia que elas não eram tratadas com igualdade e respeito. Detestava a forma como, em Aberdeen, se tratava as mulheres; eram completamente oprimidas..."
  • "No curso de Arte dos complementares fiz amizade com um rapaz que se chamava Myer Loftin... Myer era um tipo maravilhoso e fascinava-me exactamente pela sua diferença em relação á banalidade que nos circundava; ele tinha sempre um ponto de vista original, completamente seu, diferente da massa de jovens bem-pensantes de Aberdeen. Myer não era um frango do aviário: tinha um cérebro próprio, uma personalidade própria uma originalidade toda sua e eu gostava dele exactamente por isso."
 
"A única coisa que me reconcilia com o mundo é dormir. Adoro dormir, considero-o um dos poucos prazeres da vida. (...) é muito melhor dormir e acordar só quando vale realmente a pena."
  • "No Liceu, a minha amizade com Myer Loftin criou-me alguns problemas. Cada vez com mais frequência troçavam de mim e insultavam-me e, nos balneários do ginásio, desencadeava-se o furor homofóbico dos megadesportistas: quando estávamos nus, parece que eles se sentiam "ameaçados" pela minha presença e, muitas vezes, acabavam por me agredir. Mas eu, desse momento, comecei a sentir-me orgulhoso de ser considerado gay, mesmo que na realidade não o fosse."
  • "Certo dia arranjei uma guitarra eléctrica e comecei a compor temas meus, até porque não tinha nenhuma intenção de perder tempo a tocar versões dos Van Halen: queria tentar desenvolver um estilo pessoal, queria começara exprimir-me na primeira pessoa."
  • "Na capa de Bleach, o meu nome aparecia escrito como "Kurdt Kobain" devido a uma escolha precisa: vivia em pleno a época punk e desprezava o "personalismo" típico das estrelas do rock. Queria permanecer anónimo, a minha música falaria por mim. Queria fazer como Black Francis: ele mudou tantas vezes de nome que ninguém sabe realmente como se chama... Da mesma maneira, queria que ninguém soubesse o meu verdadeiro nome e, assim, quando quisesse, poderia voltar a ser um Kurt Cobain qualquer, um cidadão normal, capaz de deixar atrás de si a sua experiência musical."
  • "Dar umas voltas por uns tempos nas altas esferas das majors foi bastante divertido porque, em pouco tempo, recolhemos (eu, Dave e Chris) uma bela colecção de cartões de visita dos vários "directores artísticos". Quando, por vezes, nos acontecia ir a qualquer lugar de merda para os lados de Tacoma e Olympia, dávamos alguns daqueles cartões de visita ás bandas que tocavam, mostrando um certo interesse por eles e dizendo-lhes para nos darem uma telefonadela algumas semanas depois - assim, bebíamos rios de cerveja grátis e era um fartote de rir quando pensávamos na quantidade de telefonemas que aqueles parvalhões receberiam..."
  • "A categoria de críticos que não consigo suportar é a dos falsos alternativos, aqueles que assistem pela primeira vez a um concerto dos Nirvana e ficam amuados num canto torcendo o nariz como se quisessem materializar um pensamento indignado: "Mas isto não é punk-rock!" É claro que não é! Quem etiquetou os Nirvana como grupo punk-rock cometeu um erro colossal porque nós nunca afirmámos ser punks, sempre dissemos que nos interessa a ética do punk. Nunca considerei importantes coisas como os alfinetes enfiados na pele e o cabelo pintado de encarnado: isso são cagadas exteriores que serviram só para dar uma qualquer identidade a personalidades sem rumo. O que me interessa realmente é o coração da ética punk: a independência artística, a liberdade expressiva, a espontaneidade e também a imprecisão técnica..."
  • "Parece que todo o mundo me considera meio atrasado mental mas isto não me chateia, provoca-me só uma certa admiração, porque não se pode ouvir a minha música, considerá-la "inteligente" e depois pensar que o seu autor seja um cretino... Por outro lado, reconheço que nunca fiz nada para desmentir os preconceitos dos outros; pelo contrário, quando encontro alguém que me considera um atrasado mental, faço tudo para lhe confirmar esta sua convicção. Estou perfeitamente consciente da minha personalidade e isso sempre evitou que fosse obrigado a alguma coisa para demonstrar ao próximo quem sou."
  • "A violação (estupro) é um crime odioso, e é necessário fazer alguma coisa para que desapareça da face da Terra; é preciso tentar, com todas as forças, "educar" os machos mas, se este caminho não funcionar, então é preciso que os potenciais violadores se sintam ameaçados. É este o sentido do texto de "Rape Me": a protagonista é uma mulher que foi violentada e que grita ao seu violador: "Anda, violenta-me, mais ainda, porque as vais pagar"... é uma questão de karma e, no fim, aquele filho da puta terá o que merece: será apanhado, metem-no numa prisão e acabará também por ser violado."
  • "Fez-se um grande falatório á volta do título provisório do nosso próximo album - I Hate Myself and I Want to Die ("Odeio-me e quero morrer") - porque os mass media estão afeiçoados á imagem de "suicida introvertido" que me coseram á pele e são incapazes de perceber a ironia... Na realidade, trata-se de uma simples brincadeira mas sabiamos muito bem que não seria compreendida e foi exactamente por essa razão que decidimos mudá-lo..."
  • "Se pudesse recomeçar de novo, voltaria a fazer tudo aquilo que fiz com os Nirvana só que com duas diferenças: em primeiro lugar, não seria o cantor que vai à frente; em segundo, já não me arriscaria a ser o guitarrista solista... O meu sonho seria poder exercer a função de guitarrista rítmico, bem escondido na segunda linha, porque ninguém parece perceber quanto é duro gritar sempre a plenos pulmões e tocar os solos de guitarra."
  • "Estou farto de ser considerado uma estrela de rock de merda só porque as minhas canções agradaram a tanta gente: daqui em diante, se isso servir para me restituir um pouco de liberdade, sentir-me-ei no dever de escrever somente canções de merda!"