Ernest Gellner (?) foi um filósofo francês.

Ernest Gellner
Ernest Gellner
Nascimento Ernest André Gellner
9 de dezembro de 1925
Montrouge
Morte 5 de novembro de 1995 (69 anos)
Praga
Cidadania Reino Unido, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda
Etnia Checos
Ocupação filósofo, antropólogo, professor, sociólogo, cientista político, ensaísta

Verificadas

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Contemporary thought and politics (1974)

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  • "A ideia de um homem não-alienado, liberto da coerção social nas suas escolhas e valores, é quase tão realista como a de uma cebola quintessencial que é o que resta quando todas as folhas tiverem sido removidas".
- De "Contemporary thought and politics", 1974.

Culture, Identity and Politics (1987)

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  • "Até onde podemos ir para explorar e entender, sem apoiar o inaceitável?"
- How far may we go in attempting to explore and understand, without endorsing the unacceptable?
- Prefácio, p. viii.

Legitimation of Belief (1975)

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  • "Quais são os motivos daqueles que desejam endossar todas as culturas? Uma parte de seu motivo, é, sem dúvida, uma espécie de benevolência universal – que cem flores desabrochem, que todas as culturas desfrutem de sua própria vida e de seus próprios valores. Esse tipo de liberalismo em nome de culturas como um todo enfrenta a mesma dificuldade que o liberalismo em nome de indivíduos (mas nem mesmo tenta enfrentá-la) – seria a liberdade para os lúcios ou para as piabas? Muitas culturas tradicionais são excludentes e intolerantes e oprimem subculturas dentro de seu próprio território. A quem exatamente deve ser concedido esse status de proteção?"
- Cap. 7, seção "Let a hundred flowers bloom, an Instant God", Pg. 143
- Nota: lúcios são peixes predadores que comem peixes pequenos, como as piabas.
  • "Na prática, aqueles que defendem essa tolerância cultural universal são, de fato, inevitavelmente seletivos; o que eles querem dizer é culturas agradáveis, aconchegantes e tradicionais, não como existem, mas como são retratadas na imaginação romântica. E acima de tudo, eles estão interessados ​​na preservação seletiva dentro de sua própria sociedade. Não surpreendentemente, eles não gostam de cientificismo, positivismo, racionalismo em sua própria sociedade, e ignoram o fato de que esses traços também constituem uma cultura, e uma que, do ponto de vista de seu ponto de partida inicial e bastante abstrato, tem pelo menos tanta legitimidade quanto a mais aconchegante das sociedades fechadas.
- Cap. 7, seção "Let a hundred flowers bloom, an Instant God", Pg. 144

Relativism and the social sciences (1985)

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  • "É um facto curioso mas indiscutível que todo o bébé filosófico nascido com vida se tornará ou num pequeno positivista ou num pequeno Hegeliano. Também é interessante que filosoficamente, a Europa permanece no século 18, tal como era antes da "Revolução Diplomática" (1756): de um lado a aliança Anglo-Austríaca, do outro a Franco-Prussiana. Muscovy (actual Rússia) e os estados e principados da área mediterrânica tendem a estar alinhados com o eixo Paris-Berlim, enquanto que o lado escandinavo luta pelo campo oposto. Encontramos Polacos de distinção em ambos os lados".
- De "Relativism and the social sciences", 1985.
- Nota: O eixo Paris-Berlim-Moscovo abraçou a tradição hegeliana da Filosofia, enquanto que Londres e o Círculo de Viena estão do lado da filosofia racional ou "positivista", como ele lhe chama. Não se referiu aos EUA mas parece óbvio que os EUA ou a Austrália se enquadram na tradição positivista ao lado de Londres.

Plough, Sword and Book (1988)

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  • ..."os Bolcheviques falharam conspicuamente em emular os Jesuítas. A contra-reforma comunista na Europa de Leste não teve êxito em repetir de alguma forma a performance da Contra-Reforma original na Europa do Sul depois de 1648, que enviou metade de um continente para dormir por séculos".
- Plough, Sword and Book, 1988
  • "Quando o conhecimento é o escravo de considerações sociais, ele define uma classe especial; quando ele serve apenas os seus próprios fins, já não é assim. Há obviamente uma lógica neste paradoxo: o conhecimento genuíno é igualitário, uma vez que ele não permite fontes privilegiadas, intermediários, mensageiros da Verdade. Não tolera dados privilegiados e circunscritos. A autonomia do conhecimento é um nivelador".
- De "Plough, Sword and Book", 1988

Reason and Culture (1992)

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  • "O período do início da industrialização caracteriza-se (em contraste com a anterior ordem da sociedade) talvez pela sobriedade, retenção, reserva, parcimónia, economia, método, e a tendência a reinvestir os lucros, em vez de os desperdiçar em diversões e ostentação do poder e riqueza. Se os Puritanos eram sóbrios no trabalho, nas suas horas de lazer eram ainda mais sóbrios".
- De "Reason and Culture: The historic role of rationality and rationalism", 1992.
  • "Descartes deseja ser ao nível da cognição um self-made-man. Ele é o Samuel Smiles do empreendimento cognitivo"
- De Reason and Culture, Oxford 1992, p. 3.

Nations and nationalism (1983)

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- A man must have a nationality as he must have a nose and two ears. [...] All this seems obvious, though, alas, it is not true.
- Nations and nationalism - Página 6, Ernest Gellner, John Breuilly - Cornell University Press, 2008, ISBN 0801475007, 9780801475009 - 152 páginas

Antropologia e Política (1995)

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  • "Se a verdade só pode existir internamente a uma cultura e às suas normas, em que vazio interestelar ou intercultural nosso relativista articula seu ponto de vista? Não há lugar que ele possa ocupar..."
- Cap. 1: O Caráter Único da Verdade (pg. 15).
  • "Não recomendo qualquer acção legislativa contra a Hermenêutica. Sou uma pessoa liberal oposta a toda a limitação desnecessária de liberdades individuais pelo estado. A hermenêutica entre adultos e vacinados não deve, na minha opinião, ser objecto de restrições estatutórias. Eu sei sei bem o que isso acarretaria. Tasquinhas hermenêuticas iriam surgir por toda a parte, grossas descrições contrabandeadas iriam ser trazidas de camião desde o Canadá pela Máfia; sangue e significado espesso iriam coagular pelas sarjetas à medida que gangs rivais de contrabandistas simiotas o farão jorrar numa série de tiroteios e emboscadas sangrentas. Viciados seriam sujeitos a chantagem. O consumo de significados profundos e as suas consequências psíquicas resultantes não iriam diminuir de forma alguma, mas o mundo do crime iria beneficiar, e toda a sociedade civil iria ser posta sobre forte tensão. Nunca!"
- Cap. 2: A Política da Antropologia (pg. 32).
  • "É fato bem conhecido que todo bebê filosófico que nasce vivo é um pouco positivista ou um pouco hegeliano. De modo geral, os bebês conformaram-se a essa divisão do mundo e se colocaram em um ou outro lado da grande linha divisória. Mas não Bronislaw Malinowski. Nisso reside sua singularidade e ela está ligada à maneira como criou uma nova disciplina e uma nova profissão."
- Cap. 15: Antropologia e Europa (pg. 237).
  • "O fato fundamental a respeito de nosso mundo é que, queiram ou não queiram, uma forma superior, mais eficaz, de cognição existe de fato. Ela nasceu, e não podia ser de outra forma, no ventre de uma cultura, pois tudo tem que começar em algum lugar. Mas é perfeitamente claro a esta altura que ela não está ligada a qualquer única sociedade, cultura ou tradição, é acessível à toda a humanidade e, segundo parece, é implementada de modo mais eficaz no presente em culturas nas quais ela não se originou... O fato é que existe uma forma de saber, conhecida como ciência, que aparentemente possui certo número de características espantosas: cresce sem parar, é aberta, mas ao mesmo tempo há um grau extraordinário de consenso entre seus praticantes, um consenso não imposto pela coerção, que transcende qualquer cultura e que, tudo indica, explodirá as crenças prediletas de todas elas. Está sendo adotada, embora não talvez de coração e sempre, em todo o mundo, pela simples razão de que gera uma tecnologia poderosíssima, de tal modo que os que não a possuem tornam-se irremediavelmente fracos e sujeitos a uma humilhante “privação relativa”."
- Cap. 15: Antropologia e Europa (pg. 241).
  • "Não podemos mudar fatos, mesmo que a igualdade intercultural seja incompatível com alguns deles. Sartre, por exemplo, errou quando disse que era legítimo negar fatos, como maneira de salvar do desespero um subúrbio da classe operária francesa. De igual maneira, não temos o direito de negar fatos que estão à vista de todos, mesmo se isso fosse uma precondição para salvar Bongo-Bongo do desespero e da humilhação. Mas, na verdade, não é nada disso. Ao contrário, inventar uma filosofia absurda no interesse de agradar os nativos de Bongo-Bongo é, na realidade, um ato de condescendência insultuoso, ofensivo. Nós não mentimos nem cometemos o pecado de auto-ilusão com aqueles que respeitamos."
- Cap. 15: Antropologia e Europa (pg. 241).

Encounters with Nacionalism (1995)

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  • Em "Encounters with Nacionalism", de 1994, Gellner faz o seguinte comentário a propósito do carácter do exército turco:
"Há uma piada antiga, julgo que será de Mark Twain, que dizia que deixar de fumar é fácil: ele já o tinha feito muitas vezes. A classe dos oficiais turcos pode afirmar ter demonstrado um idêntico compromisso com a democracia: ela restaurou-a tantas vezes".
(Ver Kemal Atatürk)

Ensaios e artigos

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The Coming of Nationalism and Its Interpretation

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  • "Tal como cada rapariga deverá obter um marido, de preferência o seu, todas as culturas devem ter o seu Estado, de preferência o seu".
- No livro "Mapping the Nation" (1996)

Ethnomethodology: The Re-Enchantment Industry or The Californian Way of Subjectivity

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  • "Há uma história sobre estudantes alemães que foram avisados por seu professor de filosofia de que eles, os estudantes, tinham uma existência real, e que ficaram excitados por terem sido informados disso. A etnometodologia também nos ensina que nosso mundo e experiência diários são reais, e que podemos e e devemos nos alegrar com isso."
- Publicado no periódico "Philosophy of the Social Sciences", 1975, volume 5, fascículo 3, Pg. 431–450.

Citações de terceiros sobre Gellner

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  • "Ernest Gellner, um proeminente sociólogo da vida muçulmana",
- Daniel Pipes, In the path of God, 1983
  • "Antes do final de sua vida, Gellner, o enfant terrible (ou ancião terrible) tinha-se tornado também numa espécie de sábio e um profeta - um profeta de, e pela, modernidade"
- Michael Lessnoff, Ernest Gellner and Modernity, 2002
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