René Descartes

filósofo, matemático e cientista francês
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René Descartes (?) foi um filósofo francês.

René Descartes
René Descartes
Portrait de René Descartes, réalisé par Frans Hals
Nascimento 31 de março de 1596
Descartes (Reino da França)
Morte 11 de fevereiro de 1650 (53 anos)
Estocolmo
Batizado 3 de abril de 1596
Cidadania França
Ocupação filósofo, matemático, musicólogo, físico, astrónomo, teórico musical, epistológrafo, mechanical automaton engineer, militar, escritor
Assinatura

Verificadas

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  • "Viver sem filosofar é o que se chama ter os olhos fechados sem nunca os haver tentado abrir".
- C'est proprement avoir les yeux fermés , sans tâcher jamais de les ouvrir , que de vivre sans philosopher
- Les principes de la philosophie. Ecrits en latin, par René ... - prefácio - página 12, René Descartes · 1724
  • "A leitura de todos os bons livros é qual uma conversação com as pessoas mais qualificadas dos séculos passados."
- la lecture de tous les bons livres est comme une conversation avec les plus honnêtes gens des siècles passés qui en ont été les auteurs
- Discours de la méthode, Les passions de l'âme, Lettres - Página 17, René Descartes - Éditions du Monde Moderne, 1637, 280 páginas

Advertência

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  • "Se este discurso parece longo de mais para ser lido de uma só vez, pode-se á dividi-lo em seis partes. Na primeira se encontrarão diversas considerações relativas ás ciências. Na segunda, as principais regras do método que o autor buscou. Na terceira, algumas das regras da moral que tirou deste método. Na quarta, as razões pelas quais prova a existência de Deus e da alma humana, que são os fundamentos de sua metafísica. Na quinta, a ordem das questões de física que ele buscou, e particularmente a explicação do movimento do coração e de algumas outras dificuldades concernentes à medicina, e também a diferença que existe entre nossa alma e a dos animais. Na última, algumas coisas que ele julga necessárias para ir mais adiante do que foi na pesquisa da natureza, e que razões o levaram a escrever".
- Discurso do método. René Descartes; tradução de Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM, 2005, p. 17.

Primeira parte

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  • "... os que andam muito lentamente podem avançar muito mais se seguirem sempre o caminho reto, ao contrário dos que correm e dele se afastam."
- Discurso do método. René Descartes; tradução de Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM, 2005, p. 18.
  • "Todavia pode ocorrer que eu me engane, e talvez não passe de um pouco de cobre e vidro o que tomo por ouro e diamantes."
- Discurso do método. René Descartes; tradução de Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM, 2005, p. 18.
  • "... quando se emprega tempo demais em viajar, acaba-se por virar um estrangeiro no próprio país; e, quando se é muito curioso por coisas que se praticavam nos séculos passados, fica-se geralmente muito ignorante das que se praticam neste."
- Discurso do método. René Descartes; tradução de Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM, 2005, p. 20.

Quarta parte

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  • Visto que nossos sentidos nos enganam às vezes, eu quis supor que não havia coisa alguma que fosse tal como nos fazem imaginar. E, como há homens que se equivocam ao raciocinar, mesmo sobre as mais simples matérias de geometria, e cometem paralogismos, e por julgar que eu estava sujeito a errar como qualquer outro, rejeitei como falsas todas as razões que antes havia tomado como demonstrações. Enfim, considerando que os mesmos pensamentos que temos quando acordados também podem nos ocorrer quando dormimos sem que então haja nenhum que seja verdadeiro, resolvi fingir que todas as coisas que alguma vez me haviam entrado no espírito não eram mais verdadeiras que as ilusões de meus sonhos. Mas logo notei que, quando quis assim pensar que tudo era falso, era preciso necessariamente que eu, que o pensava, fosse alguma coisa. E, observando que esta verdade, penso, logo existo, era tão firme e segura que as mais extravagantes suposições dos céticos eram incapazes de a abalar, julguei que podia admiti-la sem escrúpulo como o primeiro príncipio da filosofia que eu buscava.
- Discurso do método. René Descartes; tradução de Paulo Neves. L&PM, 2021, páginas 69-70. ISBN 978-8525410979
  • Depois, examinando com atenção o que eu era, e, vendo que eu podia fingir que não tinha corpo algum e que não havia mundo algum ou lugar onde estivesse, mas nem por isso podia fingir que eu não existia; e que, ao contrário, do fato mesmo de pensar em duvidar da verdade das outras coisas seguia-se muito evidentemente e certamente que eu existia; ao passo que, se tivesse parado de pensar, ainda que o resto do que imaginara fosse verdadeiro, eu não teria razão de crer que tivesse existido; compreendi assim que eu era uma substância cuja essência ou natureza consistem em pensar, e que, para ser, não tem necessidade de nenhum lugar nem depende de coisa material alguma. De modo que esse eu, isto é, a alma pela qual sou o que sou, é inteiramente distinta do corpo, sendo inclusive mais fácil de conhecer do que ele, e, ainda que ele não existisse, ela não deixaria de ser tudo o que é.
- Discurso do método. René Descartes; tradução de Paulo Neves. L&PM, 2021, página 70. ISBN 978-8525410979

Sexta parte

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  • "... o pouco que aprendi até agora é quase nada, comparado ao que ignoro."
- Discurso do método. René Descartes; tradução de Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM, 2005, p. 52.

- Toute ma physique n'est autre chose que géométrie.
- Oeuvres complètes - Volume 7 - Página 121, René Descartes, ‎Victor Cousin - 1824
  • "É melhor ter os olhos fechados, sem jamais tentar abri-los, do que viver sem filosofar"
- C'est proprement avoir les yeux fermés, sans tâcher jamais de les ouvrir, que de vivre sans philosopher
- "Les Principes de la Philosophie" in: "Oeuvres de Descartes", Volume 3‎ - Página 11, René Descartes, Victor Cousin - Levrault, 1824
  • "Despreza-se um homem que tem ciúmes da mulher, porque isso é testemunho de que ele não ama como deve ser, e de que tem má opinião de si próprio ou dela".
- Méprise un homme qui est jaloux de sa femme, parce c'est un témoignage qu'il ne l'aime pas de la bonne sorte, et qu'il a mauvaise opinion de soi ou d'elle
- René Descartes citado em "Essai sur l'histoire de la philosophie en France", Volume 1 de Essai sur l'histoire de la philosophie en France: au XVIIe siècle - página 212, Philibert Damiron, Editora L. Hachette et cie, 1846
  • "Não basta termos um bom espírito. O mais importante é aplicá-lo bem."
- Car ce n'est pas assez d'avoir l'esprit bon , mais le principal est de l'appliquer bien
- Oeuvres philosophiques: Volume 1 - Página 4, René Descartes - 1835
  • A maior felicidade do homem depende desse reto uso da razão, e por conseguinte, que o estudo que serve para adquiri-lo é mais útil ocupação que se possa ter, como é, sem dúvida, a mais agradável e a mais doce."
- DESCARTES, RENÉ. Cartas. São Paulo: Abril cultural, 1973.p. 319. [Coleção Os Pensadores)

Atribuídas

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  • "Cada problema que resolvi tornou-se uma regra que, depois, serviu para resolver outros problemas."
- Citado em "Raciocínio Rápido" - Página 297, de K. VENKATARAMAN - Editora Marco Zero, ISBN 8527904241, 9788527904247, 297 páginas
  • "Se quiser buscar realmente a verdade, é preciso que pelo menos um vez em sua vida você duvide, ao máximo que puder, de todas as coisas."
- Fonte: J. Darling, David (2004) em The Universal Book of Mathematics. Wiley; pág. 90. ISBN 978-0-471-27047-8.
  • "Não ser útil a ninguém equivale a não valer nada."
- Como citado in: Tesouro de pensamentos - Página 108, I. Costa Cotrim - Edições de Ouro, 1968 - 255 páginas
- Como citado in: 3001 pensamentos - Página 16, Gerardo Cabadam Edicoes Loyola, 2001, ISBN 8515023075, 9788515023073, 288 páginas
  • "As paixões são todas boas por natureza e nós apenas temos de evitar o seu mau uso e os seus excessos."
- Como citado in: Memórias de um espermatozóide irrequieto - Página 185, Maria Guinot - Ancora Editora, 2004 - 203 páginas
  • "Quando gastamos tempo demais a viajar, tornamo-nos estrangeiros no nosso próprio país."
- Como citado in: Nômades contemporâneos: famílias expatriadas e um mosaico de narrativas, página 53, Célia Nunes Silva, ‎Maria das Graças Pedrosa Lacerda de Melo, ‎Sílvia Maria Guerra Anastácio - Vieira & Lent, 2009, ISBN 8588782693, 9788588782693 - 282 páginas
  • "Despreza-se um homem que tem ciúmes da mulher, porque isso é testemunho de que ele não ama como deve ser, e de que tem má opinião de si próprio ou dela."
- On méprise un homme qui est jaloux de sa femme, parce que c'est un témoignage qu'il ne l'aime pas de la bonne sorte, et qu'il a mauvaise opinion de soi ou d'elle.
- René Descartes como citado in: Supplement au Dictionnaire oeconomique: contenant divers moïens d'augmenter son bien, et de conserver sa santé. Tome Premier, página 439, J. Cóvens & C. Mortier, 1740


  • "O bom senso é a coisa mais bem distribuída do mundo: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de se contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que têm."
- Le bon sens est la chose du monde la mieux partagée ; car chacun pense en être si bien pourvu, que ceux même qui sont les plus difficiles à contenter en toute autre chose n'ont point coutume d'en désirer plus qu'ils en ont.
- Oeuvres philosophiques - Volume 1 - Página 3, René Descartes - L. Hachette, 1835
  • "Os que se ocupam a dar preceitos devem ter-se por mais hábeis do que aqueles a que os dão; e se perderem alguma coisa, eles são culpados"
- Ceux qui se mêlent de donner des préceptes se doivent estimer plus habiles que ceux auxquels ils les donnent ; et s'ils manquent en la moindre chose, ils sont blâmables
- Oeuvres philosophiques - Volume 12 de Panthéon littèraire. Página 34, René Descartes - A. Desrez, 1838 - 772 páginas
  • "As maiores almas são tão capazes dos maiores vícios como das maiores virtudes, e os que avançam muito lentamente são capazes de obter maiores vantagens, se seguirem sempre o caminho recto, do que aqueles que correm muito, mas se afastam desse caminho".
- Les plus grandes âmes sont capables des plus grands vices aussi bien que des plus grandes vertus ; et ceux qui ne marchent que fort lentement peuvent avancer beaucoup davantage, s'ils suivent toujours le droit chemin, que ne font ceux qui courent et qui s'en éloignent.
- Oeuvres philosophiques: publiées d'après les textes originaux, Volume 12 de Panthéon littèraire., página 33, René Descartes, ‎Louis-Aimé Martin - A. Desrez, 1838 - 772 páginas
  • "Minha segunda máxima era ser a mais firme e decidida em minhas ações que eu poderia, e seguir constantemente as opiniões mais duvidosas quando eu teria determinado uma vez, que se tivessem sido muito seguros : imitando nisso os viajantes, que, perdendo-se em alguma floresta, não devem se divertir girando às vezes de um lado para outro, nem mesmo parar em um lugar, mas sempre caminham tão reta quanto eles podem do mesmo lado, e não mudá-lo por razões fracas, embora tenha sido no início apenas a chance sozinha, que determinou que ele escolhesse; pois, por isso, se eles não vão para onde eles desejam, eles irão, pelo menos, chegar ao fim em algum lugar onde eles provavelmente serão melhores do que no meio de uma floresta.".
- Ma seconde maxime était d'être le plus ferme et le plus résolu en mes actions que je pourrais, et de ne suivre pas moins constamment les opinions les plus douteuses lorsque je m'y serais une fois déterminé, que si elles eussent été très assurées: imitant en ceci les voyageurs, qui, se trouvant égarés en quelque forêt, ne doivent pas errer en tournoyant tantôt d'un côté tantôt d'un autre, ni encore moins s'arrêter en une place, mais marcher toujours le plus droit qu'ils peuvent vers un même côté, et ne le changer point pour de faibles raisons, encore que ce n'ait peut-être été au commencement que le hasard seul qui les ait déterminés à le choisir; car, par ce moyen, s'ils ne vont justement où ils désirent, ils arriveront au moins à la fin quelque part où vraisemblablement ils seront mieux que dans le milieu d'une forêt.
- Discours de la méthode, Les passions de l'âme, Lettres - Página 35, René Descartes - Éditions du Monde Moderne, 1637 - 280 páginas
  • "Descartes deseja ser ao nível da cognição um self-made-man. Ele é o Samuel Smiles do empreendimento cognitivo"
- Ernest Gellner, "Reason and Culture", Oxford 1992, p. 3.