Pedofilia

transtorno psiquiátrico caracterizado por atração sexual a crianças

Pedofilia é a atração sexual de adultos ou adolescentes para crianças pré-púberes ou no início da puberdade.

Pedofilia
Pedofilia
Pedofilia
Wikipédia

Citações

editar
  • Deleito-me no viço de um rapaz de doze; o de treze, é mais desejável que esse; o de catorze, mais doce que a flor dos Amores; mais deleitável o que está chegando aos quinze; Dezesseis, que idade divina! Mas procurar os de dezessete não é comigo, e sim com Zeus (tr. Rafael Brunhara).
ἀκμῇ δωδεκέτους ἐπιτέρπομαι· ἔστι δὲ τούτου | χὠ τρισκαιδεκέτης πουλὺ ποθεινότερος· | χὠ τὰ δὶς ἑπτὰ νέμων, γλυκερώτερον ἄνθος Ἐρώτων, | τερπνότερος δ' ὁ τρίτης πεντάδος ἀρχόμενος· | ἑξεπικαιδέκατον δὲ θεῶν ἔτος· ἑβδόματον δὲ|καὶ δέκατον ζητεῖν οὐκ ἐμόν, ἀλλὰ Διός. | εἰ δ᾽ ἐπὶ πρεσβυτέρους τις ἔχει πόθον, οὐκέτι παίζει, | ἀλλ᾽ ἤδη ἤδη ζητεῖ τὸν δ᾿ ἀπαμειβόμενος.
Antologia Palatina, XII, 4.
  • [Pedófilos devem ser] excluídos de toda possibilidade de acesso aos jovens, porque sabemos que [a pedofilia] é uma doença para a qual não serve o livre arbítrio. Devemos proteger essas pessoas delas próprias.
Bento XVI, durante sua visita ao Reino Unido em setembro de 2010[1].
  • Nenhum ordenamento –a menos que seja um ordenamento nazista ou comunista– pode criminalizar uma orientação sexual como tal, como "estado", como "condição", como "ser". Toda orientação sexual, toda preferência, toda escolha, podem e devem ser perseguidas, não obstante, se resultarem em comportamentos violentos e daninhos para outras pessoas, sejam menores ou adultos. Pelo contrário, criminalizar os "pedófilos" enquanto tais, certamente não serve para "proteger os menores" (que antes deveriam ser protegidos daqueles que ideam esse tipo de proteções), mas apenas para criar um clima incivil, não humano nem –queremos dizer– cristão.
Nessun ordinamento – se non un ordinamento nazista o comunista – può criminalizzare un orientamento sessuale in quanto tale, come “stato”, come “condizione”, come “essere”. Ogni orientamento sessuale, ogni preferenza, ogni scelta potranno e dovranno invece essere perseguiti se e quando si tradurranno in comportamenti violenti e dannosi per altre persone, minori o maggiori che siano. Criminalizzare i “pedofili” in quanto tali, al contrario, non serve certo a “tutelare i minori” (che dovrebbero piuttosto essere tutelati da chi immagina questo tipo di tutele), ma solo a creare un clima incivile, né umano né – vorremmo dire – cristiano.
– Daniele Capezzone, da declaração oficial da direção dos Radicales Italianos[2].
  • O pederasta reconhece ao pederasta como o judeu ao judeu.
Le pédéraste reconnaît le pédéraste comme le juif le juif.[3]
Jean Cocteau.
  • Ó pederastas incompreensíveis, não serei eu quem irá lançar injúrias contra vossa grande degradação; não serei eu quem irá atirar o desprezo contra vosso ânus infundibuliforme. Basta que as doenças vergonhosas, e quase incuráveis, que vos assediam, tragam consigo seu infálivel castigo (tr. Claudio Willer).
O pédérastes incompréhensibles, ce n’est pas moi qui lancerai des injures à votre grande dégradation ; ce n’est pas moi qui viendrai jeter le mépris sur votre anus infundibuliforme. Il suffit que les maladies honteuses, et presque incurables, qui vous assiégent, portent avec elle leur immanquable châtiment.
Conde de Lautréamont, Cantos de Maldoror, 1869.
  • Pedófilos reclamam o direito de viver em libertade o amor que lhes dá uma criança, e de desfrutar con libertade os prazeres amorosos, mesmo passageiros, com que eles descobriram que um menino e um homem ficam felizes como diabos.
Les pédophiles réclament le droit de vivre librement l'amour qu'un enfant leur accorde, et de goûter librement les plaisirs amoureux, mêmes passagers, où ils ont découvert qu'un garçon et un homme se rendent heureux comme des diables.
Tony Duvert, L'Enfant au masculin, 1980, p. 38.
  • A imprensa, heterossexual e familiar, apresenta os pederastas como agressores temíveis para as crianças. Mas, na sua imensa maioria, as violações de crianças são heterossexuais e familiares. Além disso, quase todas permanecem impunes, escondidas, cobertas.
La presse, hétérosexuelle et familiale, fait passer les pédérastes pour des agresseurs que les enfants ont à craindre. Mais, dans leur immense majorité, les viols d’enfants sont hétérosexuels et familiaux. En outre, ils demeurent presque tous impunis, cachés, couverts.
– Tony Duvert, Abécédaire malveillant, 1989, p. 95.
  • Proteger as crianças do sexo —començando pelo delas, que é destruído— é o álibi que a direita invoca já em vários países da Europa para infestar a sociedade, para tomar o controle das vidas privadas, dos impressos, das imagens, das manifestações públicas, das iniciativas em que participam menores, para reinar através da suspeita, da denúncia, da investigação generalizada, para inspeccionar com qualquer pretexto, para isolar do mundo as crianças, para perseguir as liberdades que ela não pode suprimir. A direita tira proveito assim de uma grave debilidade dos progressistas, que não têm a coragem de renovar os hábitos, nem a imaginação de criar para as crianças, conforme o sexo delas, um estatus social que lhes forneça o direito ao pensamento pessoal e à vida privada.
Mas é que há um político, um intelectual «de esquerda», que veja na criança algo mais do que um bichinho de idade e sexo indeterminados, um pouco enternecedor, um pouco chato, que deva ser confiado, com toda justificação, às mulheres e aos eunucos com a esperança que ela vai se parecer com seu pai?
Os conservadores, os moralistas hipócritas, os riquíssimos lobbies confessionais, têm-se apoderarado livremente de toda a infância. Os obscurantistas conquistaram o direito exclusivo de formar as condutas. Assim cresce o eleitorado da direita que amanhã reinará, e que vai se chamar, adivinamos, socialista, européia e nacional...
A peste negra regressa. Estende-se diante da mesma indiferença que há sessenta anos. Com a cumplicidade da esquerda e da intelligentsia, que ofuscam o seu próprio puritanismo e o seu incomensurável desprezo para os «menores», ela é um neonazismo cada vez menos escondido e um cristianismo assassino que se unem contra o homem, e que vão impor a sua ideologia bestial à juventude de dois continentes sem encontrar obstáculos.
Protéger les enfants contre le sexe — à commencer par le leur, qu’on détruit — est l’alibi que la droite invoque déjà dans plusieurs pays d’Europe pour infester la société, reprendre le contrôle des vies privées, des imprimés, des images, des propos publics, des initiatives impliquant des mineurs, régner par le soupçon, la dénonciation, l’enquête générale, perquisitionner à tout prétexte, déporter les enfants à l’écart du monde, harceler les libertés qu’elle ne peut pas abolir. La droite met ainsi à profit une faiblesse capitale des progressistes, qui n’ont eu ni le courage de réformer le minorat, ni l’imagination de créer pour les enfants, chacun selon son sexe, un statut social qui leur ménage le droit à une pensée personnelle et à une vie privée.
Mais y a-t-il un politique, un intellectuel « de gauche » qui voie dans l’enfant mieux qu’une bestiole d’âge et de sexe indéterminés, un peu attendrissante, un peu encombrante, qu’on a bien raison de confier aux dames et aux eunuques en attendant qu’elle ressemble à papa ?
Les conservateurs, les pudibonds, les richissimes lobbies confessionnels ont fait librement main basse sur toute l’enfance ; les obscurantistes ont conquis le droit exclusif de former les comportements ; ainsi grandit l’électorat de la droite qui règnera demain, et dont on devine qu’elle s’appellera socialiste, européenne et nationale…
La peste brune réapparaît. Elle s’épanouit dans la même indifférence qu’il y a soixante ans. Avec la complicité des gauches et d’une intelligentsia qu’aveuglent leur propre puritanisme et leur incommensurable mépris des « mineurs », c’est un néo-nazisme de moins en moins caché et un christianisme assassin qui s’unissent contre l’homme, et qui vont infliger leur idéologie bestiale à la jeunesse de deux continents sans rencontrer d’obstacles.
– Tony Duvert, Ibid., pp. 138-140.
  • É possível que a criança, com sua própria sexualidade, tenha desejado este adulto, ela pode mesmo ter consentido, ela pode mesmo ter dado o primeiro passo. Podemos mesmo admitir que é ela que seduziu o adulto. Mas nós, com nosso conhecimento psicológico especializado, sabemos perfeitamente que mesmo a criança que seduz corre o risco de ser ferida e traumatizada. (…) Por conseguinte, a criança deve ser ‘protegida de seus próprios desejos’, mesmo se seus desejos a levam para um adulto.
Il se peut que l’enfant, avec sa propre sexualité, ait désiré cet adulte, il peut même avoir consenti, il peut même avoir fait le premier pas. Nous pouvons même admettre que c’est lui qui a séduit l’adulte. Mais nous, spécialistes avec notre savoir psychologique, savons parfaitement que même l’enfant qui séduit court le risque d’être blessé et traumatisé. (…) Par conséquent, l’enfant doit être 'protégé de ses propres désirs', même si ses désirs le portent vers un adulte.
Michel Foucault, em La Loi de la pudeur[4], referindo-se ironicamente à postura dos psiquiatras sobre o consentimento sexual dos menores nos tribunais.
  • «Corrupção de menores»? Provavelmente, até um menor não ser devidamente «corrompido» ele não vai se tornar adulto.
«Corrupció de menors»? Probablement, fins que un menor no sigui degudament «corromput» no esdevindrà adult.
Joan Fuster, Sagitari, 1985.
  • O debate atual sobre sacerdotes pedófilos –considerado do ponto de vista da sociologia– é um exemplo típico de «pânico moral». O conceito tem sua origen nos anos 70 para explicar como alguns problemas são objeto de uma «hiperconstrução social». Em concreto, os pânicos morais têm sido definidos como problemas socialmente construídos, caracterizados por uma amplificação sistemática dos dados reais, seja na representação mediática ou no debate político.
La discussione attuale sui preti pedofili – considerata dal punto di vista del sociologo – rappresenta un esempio tipico di “panico morale”. Il concetto è nato negli anni 1970 per spiegare come alcuni problemi siano oggetto di una “ipercostruzione sociale”. Più precisamente, i panici morali sono stati definiti come problemi socialmente costruiti caratterizzati da una amplificazione sistematica dei dati reali, sia nella rappresentazione mediatica sia nella discussione politica.
Massimo Introvigne, «Preti pedofili: un panico morale», 2010, Centro Studi Sulle Nuove Religioni.
  • A violação é uma coisa traumática, ora, entre uma violação e um jogo amoroso compartido, há muitas nuances, e as crianças têm jogos amorosos, têm-nos entre si, têm-nos crianças com cianças e crianças com adultos, e adultos com crianças, um jogo amoroso não é uma violação, embora possa haver elementos de sexo direito, se um jogo é consentido, é aceitado, é outra questão, já sei que soa horrível isso, não pode ser dito, mas eu continuo a pensar que uma criança tem uma sensualidade.
La violación es algo traumático, ahora bien, entre una violación y un juego amoroso compartido, hay muchos matices, y los niños tienen juegos amorosos, los tienen entre sí, los tienen niños con niños y niños con adultos, y adultos con niños, un juego amoroso no es una violación, aunque pueda haber elementos de sexo directo, si un juego es consentido, es aceptado, es otra cuestión, ya sé que suena horrible esto, no se puede decir, pero yo sigo pensando que un niño tiene una sensualidad.[5]
Joaquim Jordà, entrevistado para a revista Lateral, 2004.
  • É difícil compreender por que uma criança, se não fosse por seu condicionamento cultural, devia sentir-se incômoda por lhe tocarem os genitais, ou incômoda por ver os genitais doutras pessonas, ou mesmo por contatos sexuais mais específicos.
It is difficult to understand why a child, except for its cultural conditioning, should be disturbed at having its genitalia touched, or disturbed at seeing the genitalia of other persons, or disturbed at even more specific sexual contacts.
Alfred Kinsey, Conduta sexual da mulher, 1954.
  • Esse gosto pelos rapazes, é homossexualidade? Stricto sensu, sim é: um garoto de treze anos é do mesmo sexo que eu, e portanto, ao fazer amor com ele, efetuo um ato homossexual. Todavia, se homos significa semelhante em grego, é claro que esse rapaz e eu não somos semelhante.
Ce goût des jeunes garçons, est-ce de l’homosexualité ? Stricto sensu, oui : un garçon de treize ans est du même sexe que moi, donc en couchant avec lui j’accomplis un acte homosexuel. Pourtant, si homos signifie semblable en grec, il est clair que ce gosse et moi, nous ne sommes pas semblables.
Gabriel Matzneff, Les Moins de seize ans, 1974, p. 22.
  • Fazer amor com um/uma menino/menina é uma experiência hierofânica, uma prova batismal, uma aventura sagrada.
Coucher avec un/une enfant, c’est une expérience hiérophanique, une épreuve baptismale, une aventure sacrée.
– Gabriel Matzneff, Ibid. 75.
  • Adversários da filopedia falam facilmente do «trauma» que provoca no adolescente uma relação sexual com um adulto. A essa feia palavra da linguagem médica eu prefiro a de comoção. Reconheço-o, sim, descobrir as expressões do amor nos braços de um adulto pode ser uma comoção quando se tem doze ou catorze anos. Mas por que dar a essa palavra tão bonita um sentido pejorativo, negativo? Todo acontecimento importante na vida de um ser é uma comoção.
Les adversaires de la philopédie parlent volontiers du « traumatisme » que provoque chez l’adolescent une relation sexuelle avec un adulte. À ce vilain mot de la langue médicale, je préfère celui de bouleversement. Oui, je le reconnais, découvrir les gestes de l’amour entre les bras d’un(e) aîné(e) peut être, lorsqu’on a douze ou quatorze ans, un bouleversement. Mais pourquoi donner à ce mot magnifique un sens péjoratif, négatif ? Tout événement majeur de la vie d’un être est un bouleversement.
– Gabriel Matzneff, Les passions schismatiques, 1977, p. 149.
  • Se eu visse o caso de de um menino de dez ou onze anos de idade intensa e eroticamente atraído para um homem de vinte ou trinta, se a relação fosse totalmente consentida e o vínculo afetivo fosse verdadeira e totalmente recíproco... nesse caso eu não o qualificaria como patológico de modo algum.
If I were to see the case of a boy aged ten or eleven who's intensely erotically attracted toward a man in his twenties or thirties, if the relationship is totally mutual, and the bonding is genuinely totally mutual ... then I would not call it pathological in any way.
John Money, entrevista para Paidika: The Journal of Paedophilia, 1991.[6]
  • Entre os limites de idade de nove e catorze anos, virgens há que revelam a certos viajores enfeitiçados, bastante mais velhos do que elas, sua verdadeira natureza — que não é humana, mas nínfica (isto é, diabólica). A essas criaturas singulares proponho dar o nome de "ninfetas" (tr. Jorio Dauster).
Between the age limits of nine and fourteen there occur maidens who, to certain bewitched travelers, twice or many times older than they, reveal their true nature which is not human, but nymphic (that is, demoniac); and these chosen creatures I propose to designate as “nymphets”.
Vladimir Nabokov, Lolita, 1955.
  • NAMBLA condena o abuso sexual e toda forma de coação. Ressaltamos que há diferença entre relações sexuais forçadas e consensuais. As leis enfocadas apenas na idade dos participantes não contemplam essa diferença, porque fecham os olhos à natureza da relação. A diferença de idade não impede as relações amorosas mutuamente consentidas entre pessoas, na mesma medida que as diferenças de raça ou de classe.
Algumas leis em vigor criminalizam relações sexuais que são amorosas e plenamente consensuais. Essas leis estão mal concebidas e são moralmente repugnantes. Como é nosso direito, defendemos sua revogação.
NAMBLA condemns sexual abuse and all forms of coercion. We insists there is a distinction between coercive and consesual sex. Laws that focus only on the age of the participants fail to capture that distinction, for they ignore the quality of the relationship. Differences in age do not preclude mutual, loving interaction between persons any more than differences in race or class.
Some existing laws criminalize sexual relationships that are loving and fully consensual. These laws are ill-conceived and morally repugnant. As is our right, we advocate their repeal.
– Declaração de príncipios na página editorial da revista NAMBLA Bulletin, publicada pela North American Man/Boy Love Association
  • A civilização grega do tempo clássico é uma civilização de homens. Quanto às mulheres, Pérides, em seu dis­curso fúnebre, diz tudo com as palavras: O melhor delas é quando entre homens se fala delas o menos possível. - A relação erótica dos homens com os jovens era, em um grau inacessível ao nosso entendimento, o pres­ suposto necessário, único, de toda educação viril (mais ou menos como, por muito tempo, toda educação superior das mulheres, entre nós, só era trazida através do noivado e casamento); todo idealismo da força da na­tureza grega investia-se nessa relação, e provavelmente os jovens nunca mais foram tratados tão amorosamente, tão inteiramente em vista de seu melhor (virtus), como no sexto e no quinto século - portanto, conforme a bela sentença de Hölderlin: "Pois amando o mortal dá o melhor" (tr. Rubens Rodrigues Torres Filho).
Die griechische Cultur der classischen Zeit ist eine Cultur der Männer. Was die Frauen anlangt, so sagt Perikles in der Grabrede Alles mit den Worten: sie seien am besten, wenn unter Männern so wenig als möglich von ihnen gesprochen werde. – Die erotische Beziehung der Männer zu den Jünglingen war in einem, unserem Verständniss unzugänglichen Grade die nothwendige, einzige Voraussetzung aller männlichen Erziehung (ungefähr wie lange Zeit alle höhere Erziehung der Frauen bei uns erst durch die Liebschaft und Ehe herbeigeführt wurde), aller Idealismus der Kraft der griechischen Natur warf sich auf jenes Verhältniss, und wahrscheinlich sind junge Leute niemals wieder so aufmerksam, so liebevoll, so durchaus in Hinsicht auf ihr Bestes (virtus) behandelt worden, wie im sechsten und fünften Jahrhundert, – also gemäss dem schönen Spruche Hölderlin's "denn liebend giebt der Sterbliche vom Besten".
Friedrich Nietzsche, Humano, demasiado humano - § 259.
  • [...] Grande pederasta roçando-te contra a adversidade das coisas, / Sexualizado pelas pedras, pelas árvores, pelas pessoas, pelas profissões [...]
Fernando Pessoa, Saudação a Walt Withman, 1915.
  • O fato de ser pederasta não implica nenhuma grandeza, mas tampouco impede nenhuma. Talvez a verdadeira grandeza da pederastia está nas suas servidões, porque, mesmo entre os gregos, que contudo a divinizaram, ela obligava seus praticantes a lutar contra os preconceitos do vulgar. Em todas as épocas, a vida do pederasta tem sido um combate. Combate, quando ele é jovem, contra seus mestres e contra sua família, combate após contra a sociedad, ameaça perpétua para sua honra e sua posição, ódio feroz dos reprimidos, dos hipócritas e dos idiotas. Não nos enganemos respeito das vitórias dalguns pederastas em áreas específicas. Elas sempre são duramente adquiridas e asperamente questionadas. Finalmente, como a pederastia é o tipo de amor para o qual o casal ideal é o mais difícil de constituir, manter e desenvolver, este é o que proporciona menos éxitos e no qual o prazer substitui geralmente a felicidade.
Le fait d’être pédéraste ne comporte aucune grandeur, mais il n’en interdit non plus aucune. Peut-être la vraie grandeur de la pédérastie est-elle dans ses servitudes, car, jusque chez les Grecs, qui l’avaient pourtant divinisée, elle obligeait ses adeptes à lutter contre les préjugés du vulgaire. À toutes les époques, la vie du pédéraste a été un combat. Combat, lorsqu’il est jeune, contre ses maîtres et contre sa famille, combat ensuite contre la société, menace perpétuelle pour son honneur et sa position, haine farouche des refoulés, des hypocrites et des imbéciles. Qu’on ne s’abuse pas sur les victoires de certains pédérastes dans des domaines particuliers. Elles sont toujours chèrement acquises et âprement contestées. Enfin, comme la pédérastie est le genre d’amour où le couple idéal est le plus difficile à constituer, à maintenir et à parfaire, c’est celui qui offre le moins de réussites et où le plaisir tient lieu le plus souvent de bonheur.
Roger Peyrefitte, «Grandeur et servitudes de la pédérastie», em Le Crapouillot, nº 12, Les pédérastes, agosto-setembro 1970, p. 15.
  • A imprudência, a confiança, a ingenuidade, o entusiasmo da maioria dos pederastas os expõe a mais desventuras que aos outros –poder-se-ia dizer mesmo que alguns os procuram como um estimulante. É a dificuldade de encontrar o companheiro sonhado o que lhes inspira esta bulimia, por vezes confundida com uma neurose.
L’imprudence, la confiance, la naïveté, l’enthousiasme de la plupart des pédérastes les exposent à plus de mésaventures que les autres, – on dirait même que beaucoup les recherchent comme un stimulant. C’est la difficulté de trouver le compagnon rêvé qui leur inspire cette boulimie, prise quelquefois pour une névrose.
– Roger Peyrefitte, Ibid., p. 16.
  • [...] Homófilo, palavra horrível que fede a farmácia. Também não gosto a de pedófilo, embora seja autenticamente grega, e prefiro a palavra mais franca de pederasta, que não é menos.
[...] Homophile, mot épouvantable, qui pue la pharmacie. Je n'aime pas plus celui de pédophile, bien qu'il soit authentiquement grec, et je lui préfère le mot plus franc de pédéraste, qui ne l'est pas moins.
– Roger Peyrefitte, Propos secrets, 1977.
  • Pelo que eu sei, não existe maior bem para um homem jovem que começa a viver do que um amante virtuoso, ou para um amante do que um jovem amado.
Οὐ γὰρ ἔγωγ᾽ ἔχω εἰπεῖν ὅτι μεῖζόν ἐστιν ἀγαθὸν εὐθὺς νέῳ ὄντι ἢ ἐραστὴς χρηστὸς καὶ ἐραστῇ παιδικά.
Platão, O Banquete, c. 380 a.C.
  • [P]rostituição, adultério, necrofilia, bestialidade, posse de pornografia infantil e até incesto e pedofilia… deveriam ser legais enquanto ninguém seja forçado. Eles são ilegais somente por causa de preconceitos e estreiteza de pontos de vista.
Prostitution, adultery, necrophilia, bestiality, possession of child pornography, and even incest and pedophilia ... should be legal as long as no one is coerced. They are illegal only because of prejudice and narrowmindedness.
Richard Stallman, ligação, 28 de junho 2003.
  • Pedofilia significa amor (sexual) excessivo às crianças. Isso não quer dizer ter relações sexuais com elas, embora isso é o que as pessoas costumam pensar ao usarem o termo. Como as crianças não podem consentir nada legalmente, um adulto que utiliza uma criança como objeto sexual incorre num ato injusto. Tal ato é injusto porque requer o uso de coação física, a ameaça dessa coação, ou (o que vem a dar ao mesmo numa relação entre um adulto e uma criança) o abuso da posição do adulto como autoridade de confiança. O resultado do ato – sem importar se é benéfico ou prejudicial para a criança– é irrelevante para julgar sua admissibilidade.
– Pedophilia means the excessive (sexual) love of children. It does not mean having sex with them, although that is what people generally have in mind when they use the term. Because children cannot legally consent to anything, an adult using a child as a sexual object is engaging in a wrongful act. Such an act is wrongful because it entails the use of physical coercion, the threat of such coercion, or (what comes to the same thing in a relationship between an adult and a child) the abuse of the adult’s status as a trusted authority. The outcome of the act — whether it is beneficial or detrimental for the child — is irrelevant for judging its permissibility.
Thomas Szasz, The Medicalization of Everyday Life: Selected Essays, 2007, p. 101.
  • Os qualificativos os colocam os outros, eu simplesmente sou bissexual: gosto de garotos e de meninos.
Fernando Vallejo, entrevistado por Margarita Vidal para um programa de televisão[7].
  • O da pederastia não é crime, é uma bobeira: Que importância tem que um padre masturbe a um garotinho? O garotinho irá se masturbar a sua casa.
– Fernando Vallejo, entrevistado por Silva Herzog para um programa de rádio[8].

Referências

  1. Pope Benedict says pedophilia 'illness' Mixed reactions after Pope Benedict says pedophilia 'illness', The Australian, 2010-09-17.
  2. Pedofilia. Capezzone (Radicali): due cose da ricordare, Radicali.it, 2000-12-05
  3. «Piaf et Cocteau : une amitié aussi longue qu’improbable», Le nouvel Economiste, 2013-07-12
  4. La Loi de la pudeur, publicado na revista Recherches, nº 37, abril 1979, Fous d’enfance, pp. 69-82.
  5. «Entrevista a Joaquim Jordà». Revista Lateral, nº 114 (2004).
  6. Paidika: The Journal of Paedophilia, Vol. II, nº 3 (primavera 1991), p. 5.
  7. Cfr. Documentário de Luis Ospina, 2000. La desazón suprema. Retrato incesante de Fernando Vallejo.
  8. "La injuria coronada", La Gaceta de la Universidad de Guadalajara.