Morte e Vida Severina

Morte e Vida Severina é um livro de poemas do escritor brasileiro João Cabral de Melo Neto, nascido no Recife em 1920 e falecido no Rio de Janeiro em 1999.

Segundo Luciana Stegagno Picchio, “ a poesia social conheceu seu momento mais interessante com a montagem teatral de Morte e Vida Severina (1956), auto de Natal pernambucano musicado por Chico Buarque de Holanda, que mostrou em toda parte os problemas do pobre caboclo Severino’’: La Littérature Brésilienne, P.U.F., 1981, p. 117, ISBN 2-13-036796-8.’’

As citações aqui referidas foram tiradas do livro ‘’Morte e Vida Severina E outros poemas em voz alta”, 25.ª, José Olímpio Editora, (Rio de Janeiro), 1988, 145 p., ISBN 85-03-00114-4.


  • " O meu nome é Severino, não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar, Severino de Maria; como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias. "
- Capítulo "O retirante explica ao leitor quem é e a que vai" , página 70.
  • "E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida)."
- Capítulo O retirante explica ao leitor quem é e a que vai” , página 71.
  • "- A quem estás carregando, irmãos das almas, embrulhado nessa rede? Dizei que eu saiba. – A um defunto de nada, irmão das almas, que há muitas horas viaja à sua morada."
- Capítulo O retirante encontra dois homens carregando um defunto numa rede, aos gritos de: “Ó irmãos das almas! Irmãos das almas! Não fui eu que matou não!” , página 72.