Memória de Minhas Putas Tristes

Memória de Minhas Putas Tristes. Livro de Gabriel García Márquez. Publicado no Brasil em 2005, pela Editora Record (Rio de Janeiro). Título original: Memoria de mis putas tristes.

Narra a história de um nonagenário cronista e crítico musical que, em seu aniversário de 90 anos, pretende presentear a si mesmo com uma noite de amor louco com uma adolescente virgem. Porém, ao vê-la dormindo, não tem coragem de acordá-la e se apaixona por uma garota adormecida.


  • "No ano de meus noventa anos quis me dar de presente uma noite de amor louco com uma adolescente virgem." (p. 1)
  • “Os linotipistas desacertaram com uma cafeteira elétrica igual às três de meus aniversários anteriores. Os tipógrafos me deram de presente uma autorização para apanhar um gato angorá no depósito municipal. A gerência me deu uma bonificação simbólica. As secretárias me deram três cuecas de seda com marcas de beijos estampados e um cartãozinho em que se ofereciam para apagá-los. Na hora, pensei que um dos encantos da velhice são as provocações que as amigas jovens se permitem, achando que a gente está fora do jogo.”
  • "Tenho uma química ruim com os animais, do mesmo jeito que com as crianças assim que começam a falar. Acho que são mudas de alma. Não os odeio, mas não consigo suportá-los porque não aprendi a negociar com eles. Acho contra a natureza que um homem se entenda melhor com seu cão do que com sua esposa, que o ensine a comer e a descomer na hora certa, a responder perguntas e a compartilhar suas penas." (p. 59)
  • "O sexo é o consolo que a gente tem quando o amor não nos alcança." (p. 79)
  • "Lendo Os idos de março encontrei uma frase sinistra que o autor atribui a Júlio César: É impossível não acabar sendo do jeito que os outros acreditam que você é. Não pude comprovar sua verdadeira origem na própria obra de Júlio César nem nas obras de seus biógrafos, de Suetônio a Carcopino, mas valeu a pena conhecê-la." (p. 107)
  • "Também a moral é uma questão de tempo, dizia com um sorriso maligno, você vai ver."
  • "O bolero é a vida."
  • "Debaixo do sol abrasador da rua comecei a sentir o peso dos meus noventa anos, e a contar minuto a minuto os minutos das noites que me faltavam para morrer."
  • "O mundo avança. Sim, respondi, avança, mas dando voltas ao redor do sol."
  • "Na hora, pensei que um dos encantos da velhice são as provocações que as amigas jovens se permitem, achando que a gente está fora do jogo."
  • "Não abandone o barco em alto-mar."
  • "A idade não é a que a gente tem, mas a que a gente sente."
  • "Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza."
  • "A fama é uma senhora muito gorda que não dorme com a gente, mas quando a gente desperta ela está sempre olhando para nós, aos pés da cama."
  • "Se tem uma coisa que detesto nesse mundo são as festas obrigatórias em que as pessoas choram porque estão alegres, os fogos de artifício, as musiquinhas chochas, as grinaldas de papel de seda que não têm nada a ver com um menino que nasceu há dois mil anos num estábulo indigente."
  • "Eu sou quem você não procura."
  • "Meu Deus! — exclamou Rosa Cabarcas. — O que eu não daria por um amor como este!"
  • "Acontece que a gente não sente por dentro, mas de fora todo mundo vê."
  • "Não há pior desgraça que morrer sozinho."
  • "Hoje olho para trás, vejo a fila de milhares de homens que passaram pelas minhas camas, e daria a alma para ter ficado com um, mesmo que fosse o pior."
  • "O que você viveu ninguém rouba."
  • "De verdade, terminou ela com a alma: não vá morrer sem experimentar a maravilha de trepar com amor."
  • "Não senti dor nem medo, mas a emoção arrasadora de ter conseguido viver até ali."


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