Lucy Seki
linguista brasileira
Lucy Seki (Belo Horizonte, 27 de março de 1939 - Campinas, 23 de junho de 2017) foi uma linguista brasileira especialista em línguas indígenas sul-americanas.
Lucy Seki |
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Wikipédia |
- "Com os olhos perdidos no Rio Doce, o querido Uatu, com a tranquilidade e a paz de quem reencontrou suas origens e sua própria razão de ser, os mais velhos cantarolavam baixinho ou falavam de seu passado, indicando-nos onde ficavam seus locais sagrados, locais de caça, as grutas onde haviam deixado suas marcas."
- — Lucy Seki, sobre o retorno dos Krenák a seu antigo território, depois das agruras do exílio na Fazenda Guarani. In Notas para a história dos Botocudo (BORUM)
- "Outra coisa é observar o método de ensino e aprendizagem dos índios, o jeito deles prestarem conta ao professor do que aprenderam. E isso eu vi, por exemplo, nos Suyá. Todos ficaram cercando meu marido, curiosos, por ele ser japonês. Hiroshi ficou explicando o que significava ‘Japão’, onde aqui é dia, lá é noite, como é a escrita. Hiroshi ensinou para um Mehinaku algumas umas coisas e ele foi embora. Passado um tempo, o encontrei e ele se perfilou e deu perfeitamente conta daquela lição. Dá para deduzir que não adianta você fazer uma avaliação por escrito, com os nossos métodos, já que eles tem os seus processos de ensino e aprendizagem. Se você conseguir incorporar esses conhecimentos, pode passar a aplicá-los em sala de aula."
- — Entrevista: Lucy Seki. In Revista Linguíʃtica, Volume 13, n.1 jan de 2017, p. 11-19.
- "É ilustrativo a respeito do assunto o depoimento que nos foi dado pelos Kamaiurá. O povo se reconhece como resultante de uma mistura de cinco grupos falantes de línguas (dialetos?) distintos, incluindo o Kamaiurá propriamente dito, entre os quais havia intensas trocas matrimoniais e que, por razões não totalmente esclarecidas, terminaram se agregando em um único grupo. Descendentes de alguns desses grupos originais, são ainda reconhecidos na comunidade atual, e alguns são apontados como "falando um pouco ao contrário", e apenas um indivíduo é unanimemente considerado como sendo "Kamaiurá de verdade". Porém a língua que prevaleceu foi a dos Kamaiurá, ou, como dizem os índios, "nós estamos roubando a língua dos Kamaiurá"."