Herbert Baldus

professor académico alemão
Herbert Baldus
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Herbert Baldus (Wiesbaden, 14 de março de 1899São Paulo, 24 de outubro de 1970) foi um etnólogo brasileiro nascido na Alemanha.



- Herbert Baldus em 1954 (Biblioteca Digital Curt Nimuendajú)
  • "A História da Etnologia, apresentando dados acêrca dos povos observados, fornece-os também acêrca do povo do observador. É a História do nosso conhecimento dos outros e do nosso comportamento em relação a êles."
- Herbert Baldus, Introdução, Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira (1954)
  • "Esta obra dá os nomes de tantas tribos com informações acêrca de seu habitat, de sua cultura e história que, apesar de ter erros, é importante para o conhecimento da etnografia novecentista da região estudada."
- Herbert Baldus, Bibliografia Crítica da Etnologia Brasileira (1954:62)
  • "Assim como a viagem ao Xingú em 1887 representa o início das expedições puramente etnográficas na América do Sul, foi Karl von den Steinen o primeiro a considerar os índios brasileiros sem qualquer preconceito e orientado sòmente pela vontade de ver o humano em todos os homens, de vê-lo com idéias largas e férteis, idéias de espírito agudo e idéias de grande coração."
- Baldus, Herbert. Prefácio: A obra de Karl von den Steinen. In Steinen, Karl von den. 1940. Entre os aborígenes do Brasil Central, p. 5-9. São Paulo: Departamento de Cultura.
  • "Na cidadezinha de Miranda há um passeio lageado na orla da rua principal. No meio deste passeio e diante das suas casas, pequenos comerciantes sirios, portuguêses e italianos costumam pôr cadeiras e passam, conversando sentados, os seus dias monótonos. No mês de fevereiro cantavam, de manhã á noite, a nova canção do carnaval, a lourinha de olhos de cristal, repetindo-a sem cessar. Cantavam diante do meu pequeno hotel, onde eu estava a ouvir religiosamente o que Naliki me contava da cultura espiritual e social de sua tribu. Quando o velho chefe, antigo senhor das terras de Miranda, saiu do hotel, não usou o passeio calçado. Devia, como todos os indios, descer do passeio e andar na lama, em respeito aos chamados civilizados."
- Baldus, Herbert. 1935. A sucessão hereditária dos chefes de tribu dos índios Terenos. Revista do Arquivo Municipal, ano II, v. XVII, p. 221-9. São Paulo: Departamento de Cultura, Arquivo Municipal.

Sobre editar

  • Alemão de nascimento, Herbert Baldus continuou em nossos dias, como já se escreveu, toda uma tradição científica de raízes germânicas voltada para as culturas indígenas sul-americanas, tradição que vai de Martius a Kurt Nimuendajú, por ele continuada sob um enfoque tipicamente brasileiro, aperfeiçoando dessa perspectiva as rotas pioneiras de um Couto de Magalhães ou de um Teodoro Sampaio.
- Becher, Hans. 1970. Herbert Baldus 1899-1970. Revista do Museu Paulista, N. S. v. XVIII (1968-1969), p. 7-23. São Paulo: Museu Paulista.
  • "After a long and weary illness, endured with much patience, the great German-Brasilian anthropologist Professor Dr. Herbert Baldus, a true pioneer and philanthropist of the South-American ethnology, died in São Paulo. He was not only an important scientist, but also an incorruptible fighter for high standards of justice and charity." (em inglês)
- Becher, Hans. 1972. Herbert Baldus, 1899-1970. American Anthropologist, New Series, Vol. 74, No. 5, (Oct., 1972), pp. 1307-1312.
  • Baldus não apenas descrevia e interpretava fatos das culturas primitivas em face da sociedade nacional envolvente, mas preocupava-se constantemente pelo futuro dessas populações. Prova disso são os muitos artigos e conferências que deixou sobre política indigenista no Brasil.
- Editorial. 1971. "Herbert Baldus – In Memoriam". Anais do Museu de Antropologia da UFSC, ano IV(4).

Bibliografia editar

Ligações externas editar