Gilles Lipovetsky (24 de setembro de 1944, Millau) é um filósofo francês, teórico da hipermodernidade, autor dos livros A Era do Vazio, O luxo eterno, A terceira mulher, O império do efêmero, A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade do hiperconsumo, entre outros.

Gilles Lipovetsky
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Gilles Lipovetsky em outros projetos:

  • "Nossa sociedade é dominada pelo imaginário da comunicação. Estamos na era da mídia e na midiatização da vida. As novas tecnologias invadem tudo e geram uma obsessão de interatividade. É preciso estar sempre conectado. Privado e público se confundem."
- Fonte: A Sociedade da Decepção, Gilles Lipovetsky, Editora Manole, página 18
  • "Mudar a sociedade? Não é mais essa a questão. A palavra de ordem é: aumentar a qualidade de vida presente, tanto para si como para os mais próximos; ganhar dinheiro; consumir, tirar férias, viajar, se distrair, praticar um esporte, decorar a casa. O antigo sonho dos "grandes salões" extinguiu-se totalmente, e a coisa pública só desperta nas pessoas interesses superficiais e passageiros "
- Fonte: A Sociedade da Decepção, Gilles Lipovetsky, Editora Manole, páginas 52 e 53
  • "A sociedade hipermoderna é propriamente aquela que multiplica ao infinito as ocasiões de experiência frustrante, ao mesmo tempo que deixa de proporcionar os antigos dispositivos "institucionalizados" para debelar esse mesmo mal."
- Fonte: A Sociedade da Decepção, Gilles Lipovetsky, Editora Manole, página 14
  • "O que gera decepção não é tanto a falta de conforto pessoal, mas a desagradável sensação de desconforto público e a constatação do conforto alheio."
- Fonte: A Sociedade da Decepção, Gilles Lipovetsky, Editora Manole, página 24
  • "A modernização acarretou em toda parte uma dinâmica de secularização da cultura seja ela política, jurídica, ética, cotidiana, literária ou artística, desenvolvendo-se cada um desses domínios segundo necessidades e uma dinâmica próprias."
- Fonte: A cultura-mundo, Gilles Lipovestky e Jean Serroy, Editora Companhia das Letras, página 12
  • "A cultura-mundo designa a espiral da diversificação das experiências consumistas e ao mesmo tempo um cotidiano marcado por um consumo cada vez mais cosmopolítico."
- Fonte: A cultura-mundo, Gilles Lipovestky e Jean Serroy, Editora Companhia das Letras, página 15
  • "Com a cultura-mundo, aumentam a tomada de consciência da globalidade dos perigos, o sentimento de viver em um mundo único feito de interdependências crescentes. Na era hipermoderna, afirma-se a cosmopolitização dos medos e das imaginações, das emoções e dos modos de vida."
- Fonte: A cultura-mundo, Gilles Lipovestky e Jean Serroy, Editora Companhia das Letras, página 17
  • "Certamente, o mal-estar da civilização é tudo, menos novo, e os perifos potenciais inerentes ao progresso foram denunciados por um longa série de filósofos que, de Rousseau a Nietzsche, de Tocqueville e Heidegger, jamais deixaram de insistir na corrupção de que este seria portador."
- Fonte: A cultura-mundo, Gilles Lipovestky e Jean Serroy, Editora Companhia das Letras, página 23
  • "O progresso aparece como um avanço indecifrável que, arrastando tudo em sua corrida desenfreada, cria um mundo hipertrófico de inseguranças. Um progresso que não é mais anunciador de uma reviravolta revolucionária do presente, e sim um prolongamento tentacular, exponencial, eficiente dele, não tendo outro horizonte que não o mercado e a democracia."
- Fonte: A cultura-mundo, Gilles Lipovestky e Jean Serroy, Editora Companhia das Letras, página 23
  • "[...] é verdade que a moda, desde que está instalada no Ocidente, não tem conteúdo próprio; forma específica da mudança social, ela não está ligada a um objeto determinado, mas é, em primeiro lugar, um dispositivo social caracterizado por uma temporalidade particularmente breve, por reviravoltas mais ou menos fantasiosas, podendo, por isso, afetar esferas muito diversas da vida coletiva."
- Fonte: O império do efêmero, Gilles Lipovestky, Editora Companhia das Letras, página 25

Da Leveza. Para uma civilização do ligeiro editar

LIPOVETSKY, G., Da Leveza. Para uma civilização do ligeiro, Edições 70, Lisboa 2017. ISBN 9789724418780.
  • "A industrialização em massa da leveza contribuiu fortemente para consolidar o mundo da liberdade democrática, para organizar um universo mais pacífico, mais aberto e mais individualizado. Sejam quais forem os seus «vícios», e não são poucos, a revolução da leveza gerou um mundo de bem-estar material, de escolha e de autogoverno de si" (p. 25).
  • "A leveza é bela e desejável, mas não pode ser erigida como princípio supremo para orientar a conduta do género humano. A leveza consubstancial ao cosmos consumista não deve ser diabolizada, mas é insuficiente para orientar uma vida bela e sensata" (p. 26).
  • "Muitos dados etnológicos e históricos revelam que as sociedades humanas tiveram sempre à sua disposição práticas, instituições e crenças que permitiam aliviar diversos sofrimentos, colocar entre parêntesis as desgraças da vida, esquecer o peso das coisas «sérias»" (p. 31).
  • "Temos de deixar de ver a leveza como uma experiência «indigna» ou epifenoménica: à escala antropológica, é desde logo e sobretudo uma necessidade psicológica específica da natureza humana, uma necessidade fundamental que leva a procurar experiências de descontração (…). No plano antropológico, a leveza surge como uma necessidade universal, uma exigência inerente à condição humana" (p. 31-32).