Florestan Fernandes: diferenças entre revisões
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*“As classes burguesas cerram os olhos diante das duas realidades ou lançam-se ao combate para que elas se tornem possíveis, pois lhes cabe esse triste papel de associar a anulação da revolução nacional à industrialização maciça, à aceleração do desenvolvimento capitalista e à absorção das empresas multinacionais. O intelectual divergente, considere-se ou não parte da burguesia, tem de seguir outro caminho. Para explicar-se, ele precisa começar pela verdade – não uma parte da verdade, mas toda a verdade. Todavia, fazer isso não é o mesmo que procurar uma justificação. Ao contrario, é repor o intelectual no circuito das relações e dos conflitos de classes, para poder descobrir como e por que numa sociedade capitalista dependente mesmo a intelligentsia crítica e militante é importante, enquanto as forças de transformação ou de destruição dessa sociedade não chegam constituir-se e a operar revolucionariamente, engendrando ou uma ordem burguesa efetivamente democrática ou uma transição para o socialismo. Por sua vez, de nada adiantaria uma retórica ultra-radical, de condenação e expiação: o intelectual não cria o mundo no qual vive. Ele já faz muito quando consegue ajudar a compreendê-lo e a explicá-lo, como ponto de partida para a sua alteração real”.
'''Fonte: FERNANDES, FLORESTAN. A Sociologia no Brasil. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 1980.'''
*“Não me preparei para ser um universitário, mas fui universitário no sentido pleno da palavra. A tal ponto que quando deixei de ser universitário, fiquei desarvorado. Eu não sei pra onde vou. Estou numa crise que é psicológica, é moral e é política... (pois) ...perdi um ponto de referência e de identidade que poderia ser muito vantajoso para minha sobrevivência e o meu trabalho”.
'''Fonte: Entrevista de Florestan Fernandes. Transformação, Assis, 1975. p.74.'''
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