Tomie Ohtake: diferenças entre revisões

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Tomie Ohtake é um dos mais importantes nomes da arte brasileira.
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Nasceu na imperial e requintada cidade do Japão, em 21 de novembro de 1913. Kyoto é conhecida como a cidade dos templos e dos belos jardins. Essa idade sagrada é cercada por montanhas e colorida por lindas flores de cerejeiras. O jardim zen do templo Tyoangi, em Kyoto, reflete o modo de pensar dos japoneses: entre uma pedra e outra, cria-se o silêncio e o vazio. “Poucos elementos querem dizer muita coisa”, reflete Tomie.
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O Japão, entre 1867 e 1912, passou pela Revolução Cultural Meiji, que promoveu a introdução e assimilação dos valores e técnicas ocidentais, somados à valorização da cultura japonesa. Na arte, a influência ocidental foi notada pela adoção da técnica de pintura a óleo, da perspectiva geométrica e das cores fortes do Fovismo. O Fovismo, movimento principalmente francês, tem como características marcantes a simplificação das formas, o estudo do uso das cores, e uma elevada redução do nível de graduação das cores utilizadas nas obras. Os seus temas eram leves, retratando emoções e a alegria de viver e não tendo intenção crítica. A cor passou a ser utilizada para delimitar planos, criando a perspectiva e modelando o volume. Na Europa, nesse mesmo período, artistas como Van Gogh e Tolouse Lautrec, entre outros ficaram fascinados pelo pensamento oriental e associaram o estilo e as imagens japonesas a seus trabalhos. Sua família tinha um bom nível socioeconômico, e oi educada dentro da tradicional escola japonesa. O aceso à cultura ocidental veio por meio do aprendizado do idioma inglês e dos esportes, como basquete e vôlei. Tomie gostava muito da natação. A pedido de sua mãe, aprendeu a tocar piano. Em sua adolescência gostava muito das aulas de arte. Aprendeu a desenhar com crayon e a pintar aquarelas figurativas como paisagens e naturezas-mortas. Figurativismo é a arte visual. Quando a figura humana foi de duzentos anos atrás era chamado figuração, o tipo de representação é mimética (do grego, algo semelhante à realidade) e, em seguida, outros tipos de representações (paisagens, natureza morta etc), a quase fotográfico figurativo também renomeados. Todos os críticos usam a palavra, seria uma abstração (representação de que nada é como na realidade). Aos 23 anos, Tomie seu irmão Teinosuke resolveram fazer uma viagem de férias ao Brasil, para visitar um irmão velho, Masutaro que já morava e trabalhava na cidade de São Paulo. Eles embarcaram no navio Argentina Maru, numa viagem que durou 45 dias. Tiveram a oportunidade de ver novas paisagens, como Cingapura e as praias africanas. Para quem, até então, só havia viajado de trem, tudo foi uma divertida aventura. Os primeiros imigrantes japoneses aportaram na cidade de Santos em 1908. Desceram do navio Kasato Maru agitando bandeirinhas japonesas e brasileiras para simbolizar o início de uma grande amizade. Trouxeram consigo seu talento, perseverança e capacidade de trabalho, que muito enriqueceram a cultura brasileira. Em 1988, em comemoração aos 80 anos de imigração japonesa, Tomie criou uma grande escultura, composta de quatro ondas, numa referência às quatro gerações de imigrantes.
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Em 1937, pouco tempo depois da chegada de Tomie ao Brasil, os portos japoneses foram fechados, pois o Japão declarara guerra à China. Os problemas políticos, entre vários países se acentuavam e, como uma nova guerra mundial parecia prestes a estourar, seus irmãos preferiram que Tomie ficasse no Brasil. Assim, a viagem de férias deu um novo rumo à vida de nossa futura artista. Nesse mesmo ano, Tomie casou-se com um amigo de seu irmão Masutaro, o engenheiro agrônomo Ushio Ohtake. Teve dois filhos, Ruy e Ricardo Ohtake. Mãe amorosa, sempre cuidou de sua família com muito carinho e dedicação. Escolheu o Brasil como nova pátria, naturalizando-se em 1968. Na década de 1950, Tomie fez um dos primeiros trabalhos Sem Título, 1952, óleo sobre tela (casario). De onde terá tirado a idéia para realizar tal quadro? Nessa época, Tomie morava na tranqüila Rua da Paz, no bairro da Mooca, em São Paulo. Era como se fosse uma outra cidade, um lugar para onde se ia de bonde pela rua dos trilhos ... Aproveitava o momento em que seus filhos jogavam bola para se dedicar à pintura.Transformou a sala de sua casa em ateliê. Em 1951Tomie voltou ao Japão para rever sua família. Nessa viagem também conheceu a Europa onde pode visitar vários museus de arte.
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Ficou particularmente encantada com a luminosidade da pintura L’angélus, da segunda metade do século XIX. Ex. Jean François Millet. Tomie retornou para o Brasil entusiasmada com o que vira nos museus europeus. A partir desse momento, começou a realizar seu antigo sonho: ser pintora. A obra Sem Título,1952,mostra um vaso de flores foi sua primeira pintura. Em 1952, aos 39 anos, tornou-se amigo do plástico japonês Keisuke Sugano, que expunha suas obras no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Sob a orientação de Sugano, Tomie passou a reunir em sua casa um grupo de amigos que gostavam de pintar. Foram apenas cinco reuniões. O tema dos trabalhos era livre, e a pintura deveria ser executada sobre a tela, sem esboços. Tomie escolheu pintar flores e paisagens. O clima desses encontros era de descontração, e havia muita conversa sobre arte. Os esboços podem ser feitos em poucos minutos, dispensando qualquer tipo de compromisso com o refinamento gráfico. Devem trazer idéias instantâneas e intenção geral para o trabalho como um todo. Tomie começa a estudar e a pesquisar os efeitos Da luz natural. Na obra Sem Título,1952,paisagem,também, Tomie mostra São Paulo. Tomie procurava locais altos para poder observar melhor a luz na cidade. A disância era importantepara sua obra ... Tomie não se preocupava em representar as formas e as cores da natureza como eram na realidade simplificava cada vez mais as formas que via, eliminando detalhes. Sua obra começava a distanciar-se da realidade, caminhando para a Abstração. Em 1956, foi convidada a projetar um vitral para a Fundação Armando Álvares Penteado. Tomie fez uma composição que poderíamos chamar de Abstrata Formal, por usar elementos geométrico. Tomie realizou sua primeira exposição no Museu de Arte de São Paulo, em 1957, a arte Abstrata já fazia parte de sua vida. A arte abstrata tende a suprimir toda a relação entre a realidade e o quadro, entre as linhas e os planos, as cores e a significação que esses elementos podem sugerir ao espírito. Quando a significação de um quadro depende essencialmente da cor e da forma, quando o pintor rompe os últimos laços que ligam a sua obra à realidade visível, ela passa a ser abstrata. Arte abstrata formal é uma forma de pintar que utiliza formas geométricas. O movimento abstracionista surgiu na Europa, em 1910, com as aquarelas do pintor russo Vassily Kandinsky . Por meio da pintura abstrata, o artista expressa seu estado de espírito – alegria, tristeza, raiva, paz -, conseguindo, representar sons e ritmos musicais usando a força dascores e das formas. No Brasil, na década de 1950,as artes plásticas foram sacudidas pela criação das bienais de arte, grandes exposições que se realizam de dois em dois anos. Em 1967, na IX Bienal Internacional de São Paulo, Tomie ganhou o prêmio Itamaraty. Os pintores japoneses radicados no Brasil contribuíram para uma maior divulgação e aceitação do Abstracionismo. Tomie fez amizade com Manubu Mabe e Flávio Shiró, integrantes do grupo seibi, unindo-se a eles por ocasião anuis, como a de 1968, quando ganhou a grande Medalia de Ouro.
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[[w:Tomie Ohtake|'''Tomie Ohtake''']] ''(nascida em Kyoto, Japão, em [[21 de novembro]] de [[1913]] - ) é uma artista plástica. Aos 21 anos de idade emigrou para o Brasil, iniciando sua carreira aos 40 anos (ocasião que se naturalizou brasileira). É uma das principais representantes do abstracionismo informal. Sua obra abrange pinturas, gravuras e esculturas, muitas delas expostas em locais públicos, principalmente na cidade de São Paulo.''
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*“Não gosto de coisas pequenas, nem de pintar com a ponta dos dedos. Uso o [[corpo]] todo”
:- ''Tomie Ohtake, artista plástica, que aos 91 anos está montando mais uma exposição com obras inéditas''
:- ''Fonte: Revista Isto É! Edição 1849''
 
 
 
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[[Categoria:artistas plásticos do Brasil]]