Emílio de Meneses: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
New page: EMÍLIO DE MENESES (1866-1918) Jornalista e poeta brasileiro, imortal da Academia Brasileira de Letras, notabilizou-se pela extrema rapidez de raciocínio e presença de espírito. Sua ve...
 
Sem resumo de edição
Linha 3:
Jornalista e poeta brasileiro, imortal da Academia Brasileira de Letras, notabilizou-se pela extrema rapidez de raciocínio e presença de espírito. Sua verve e sarcasmo só tiveram paralelo no famoso personagem de Ronstand, Cyrano de Bergerac. Seus trocadilhos venceram a distância e o tempo, embora quase nada tenha efetivamente sido registrado. Eis alguns destes episódios, dentre tantos outros, ilustrando melhor essa figura que se definia como o "fruto efêmero e hostil de um efêmero gozo"...
 
1. Contam que, viajando num bonde, tentaratentava sentar-se a seu lado uma atriz de reputação questionávelenfadonha que lhe assediava sempre que o encontrava. Percebendo haver alguns lugares disponíveis mais atrás, saiu-se então Emílio com esta:
 
"Atriz atroz, atrás há três!"
2. Sentado com amigos num bar do Rio de Janeiro da virada do século XX, eis que vê passar um afamado conquistador, de sobrenome Penha, desta vez sofrendo de amores não correspondidos por uma mulher de comportamentoreputação um tanto avançado para a épocaquestionável. Emílio não perdoou:
 
"Um homem que se diz Penha por uma mulher que se disputa!"
Linha 15:
"Sei-o!"
 
4. Chegando numa daquelas antigamente tão comuns vendas de "secos e molhados"mercearia, um parlapatão provoca-lhe: "Que vieste comprar? É milho?" E ato contínuo tenta evadir-se, para não ouvir a resposta demolidora - mas o poeta intercepta-o, pegando-lhe pelo braço e o levando até uma cadeira:
 
"Não se evada... sentei-o! Não intrigo... a ti um milhohumilho."
 
5. Apertado para aliviar a bexiga, correu até um terreno baldio. Muito gordo, estava a desafogar-se quando um pirralho grita: "Ih, eu vi seu negócio!". Satisfeito, Emílio tirou do bolso uma cédula de alguns réis, dando-lhe:
 
"Tome, você merece...! tem muitos anos que não o vejo..."
6. Em tempos de estudante, Emílio estavadivagava dispersivo numana aula de um certo Professor Saboya. InterpelandoDemanda-o,lhe o lente argüimestre:
 
"- Senhor Emílio, defina a Sabedoria!"
"- A sabedoria, mestre, é algo que tem efetivamente muito peso... se colocada sobre a n'água, ela afunda."
"- E a ignorância, então?"
"- A ignorância? Ora, essa bóia!"