Filosofia: diferenças entre revisões

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Citações
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* Para o filósofo nunca é primordial a aquisição de informações. Pelo contrário, de certa forma, filosofar é uma maneira de desinformar-se, de descartar informações, de virar-se com o que se tem, de fazer reflexões mínimas sem deixar-se atordoar pelo excesso de dados. Como filósofos não se trata de "saber mais", mas de "ser mais" através de uma indagação sobre o mundo.
** [[Julio Cabrera]], [https://filosofojuliocabrera.blogspot.com/2011/08/filosofia.html Filosofia], 2011
 
* Embora qualquer um possa pensar filosoficamente, a grande maioria das pessoas desconhece ou evita a filosofia. Existem por aí muito mais misósofos (do grego miséo = odiar, detestar), ou seja, aqueles que tem aversão à sabedoria, do que filósofos. Por quê? Não há uma razão única. Por ser uma forma de amor, a filosofia não é uma atividade puramente intelectual como se imagina costumeiramente, mas envolve também nossa capacidade de sentir, de nos emocionar, de sermos tomados por afetos. Como é possível aprender um sentimento? Talvez uma das maiores dificuldades para quem quer fazer filosofia consista justamente no fato de que independe da vontade sentir o “amor ao saber". Os afetos, tais como o amor, o ódio, a alegria ou a tristeza, são algo que nos tomam de assalto e nos determinam, a despeito ou até contra o nosso querer. Assim como é inconcebível agendar o amor - embora com algum esforço seja possível recusá-lo -,também não basta apenas querer o pensamento, é preciso também deixar-se levar por ele.
** Charles Feitosa, Explicando a Filosofia com Arte (2013), páginas 16-18 ISBN 978-8500013447
 
* Uma outra razão para a desconfiança em relação à filosofia é que pensar envolve perigos. Sabemos que a indagação filosófica pode gerar instabilidade. Às vezes tudo parece estar bem e estamos satisfeitos com nossa vida, então somos defrontados com questões complexas, aparentemente sem solução, e entramos em crise. A crise é um momento doloroso, na medida em que é um estado de incerteza, quando a vida parece não ter mais sentido. Teme-se a crise porque ela é contraproducente: nossas atividades diárias parecem perder toda a importância. Entretanto, a crise pode ser também uma oportunidade de mudança e de transformação.
** Charles Feitosa, Explicando a Filosofia com Arte (2013), páginas 18-19 ISBN 978-8500013447
 
* Finalmente, para se praticar o olhar filosófico é preciso muita paciência. Vivemos em uma época em que nossas atividades estão muito aceleradas. O volume de informações a que estamos submetidos é gigantesco e somos exigidos a gerenciar todos os dados em um piscar de olhos, promovendo conexões e decisões rápidas. A linguagem do videoclipe é adequada a esse tipo de olhar: cortes bruscos, enredo fragmentado, fusões e sobreposições de imagens. O olhar videoclipe tem suas vantagens; ele evita que nos sufoquemos no oceano de sinais sonoros e luminosos, fortalecendo nossa habilidade de selecionar e administrar as informações. Por outro lado, estamos perdendo nossa capacidade de contemplar demorada e desinteressadamente o mundo. Somente quando praticamos um olhar não-violento sobre as coisas, sem forçar classificações ou inter-relações, deixando elas serem o que são, é que o real pode se mostrar em toda sua complexidade e beleza. O olhar filosófico é lento, não tem pressa de chegar a lugar algum, pois sabe que é essencial ater-se aos detalhes.
** Charles Feitosa, Explicando a Filosofia com Arte (2013), página 31 ISBN 978-8500013447
 
* "Os verdadeiros autores são aqueles que conseguiram uma verdadeira [[arte]], tanto no épico, seja na [[tragédia]] ou na [[comédia]], quer na [[história]] ou [[filosofia]]; que ensinou ou [[homens]] encantados. Outros de quem falamos estão entre os [[escritor]]es assim como os zangões estão entre as [[ave]]s."