René Descartes: diferenças entre revisões

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=== Quarta parte ===
* Visto que nossos sentidos nos enganam às vezes, eu quis supor que não havia coisa alguma que fosse tal como nos fazem imaginar. E, como há homens que se equivocam ao raciocinar, mesmo sobre as mais simples matérias de geometria, e cometem paralogismos, e por julgar que eu estava sujeito a errar como qualquer outro, rejeitei como falsas todas as razões que antes havia tomado como demonstrações. Enfim, considerando que os mesmos pensamentos que temos quando acordados também podem nos ocorrer quando dormimos sem que então haja nenhum que seja verdadeiro, resolvi fingir que todas as coisas que alguma vez me haviam entrado no espírito não eram mais verdadeiras que as ilusões de meus sonhos. Mas logo notei que, quando quis assim pensar que tudo era falso, era preciso necessariamente que eu, que o pensava, fosse alguma coisa. E, observando que esta verdade, ''penso, logo existo,'' era tão firme e segura que as mais extravagantes suposições dos céticos eram incapazes de a abalar, julguei que podia admiti-la sem escrúpulo como o primeiro príncipio da filosofia que eu buscava.
::- ''Discurso do método''. [[René Descartes]]; tradução de Paulo Neves. L&PM, 2021, páginas 69-70. ISBN 978-8525410979