Albert Camus: diferenças entre revisões

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:::- ''The myth of Sisyphus, and other essays‎ - Página 201, Albert Camus - Vintage Books, 1983, ISBN 0679733736, 9780679733737 - 212 páginas''
 
== O avesso e o direito ([[1937 / 1958]]) ==
== Homem Revoltado ==
 
* "Assim, cada artista conserva dentro de si uma fonte única, que alimenta durante a vida o que ele é e o que diz. Quando a fonte seca, vê-se, pouco a pouco, a obra encarquilar-se e rachar. São as terras ingratas da arte, que a corrente invisível não mais irriga."
 
* "Nesse caso, sei que minha fonte está em ''o avesso e o direito'', nesse mundo de pobreza e de luz em que vivi durante tanto tempo, e cuja a lembraça me preserva, ainda, dos dois perigos contrários que ameaçam todo artista: o ressentimento e a satisfação. Para começar, a pobreza nunca foi uma desgraça para mim: a luz espalhava nela suas riquezas. Mesmo as minhas revoltas foram por ela iluminadas."
 
* "De qualquer forma, o belo calor que reinou sobre minha infância privou-me de qualquer ressentimento. Eu vivia na adversidade, mas, também numa especie de gozo."
 
* "Há dois anos conheci uma velha mulher. Sofria de uma doença da qual, achava, iria realmente morrer. Todo seu lado direito ficara paralisado. Só tinha no mundo a metade de si mesma, quando a outra já lhe era estranha. Velhinha agitada e tagarela, tinham-na reduzido ao silêncio e à imobilidade."
 
* "Mas é preciso quebrar essa curva suave demais e fácil demais. E preciso de minha lucidez. Sim tudo é simples. São os homens que complicam as coisas. Que não nos venham contar historias. Que não nos venham dizer, sobre o condenado à morte: "Vai pagar sua dívida com a sociedade", e sim: "Vão corta-lhe o pescoço."
 
== Homem Revoltado ([[1952]]) ==
 
* "O [[ateísmo]] [[marxista]] é absoluto. No entanto, ele restabelece o ser supremo ao nível do [[homem]]. A crítica da [[religião]] chega a esta doutrina na qual o homem é para o homem o ser supremo. Sob este ângulo, o [[socialismo]] é um empreendimento de divinização do homem e adquiriu certas características das religiões tradicionais."
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::- ''O Homem revoltado‎ - Página 21, Albert Camus, traduzido por Valerie Rumjanek, Editora Record, 1996, ISBN 8501045489, 9788501045485- 1996 - 351 páginas''
 
== A Queda ([[1956]]) ==
 
* "... Ser Senhor dos seus humores é o privilégio dos grandes animais."
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* "Quando pensamos muito sobre o homem, por trabalho ou vocação, as vezes sentimos nostalgia dos primatas."
 
== O Estrangeiro ([[1951]]) ==
 
* "Hoje, morreu mamãe. Ou talvez, ontem, não sei bem. Recebi um telegrama do asilo: sua mãe faleceu. Enterro amanhã. Sentidos pêsames. Isto não esclarece nada. Talvez tenha sido ontem."
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* "Mentir não é só dizer aquilo que não é. É também, e sobretudo, dizer mais do que aquilo que é e, no que diz respeito ao coração humano, dizer mais do que se sente."
 
== A morte feliz ([[1971]]) ==
 
* "Ao imaginar alguns recomeços, ao tomar consciência de sua vida passada, tinha definido o que queria e o que não queria ser. (...) decidido a aproveitar o impulso para se instalar (...)para harmonizar sua respiração com o ritmo profundo do tempo e da vida."
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* "Tenho certeza(...) de que não se pode ser feliz sem dinheiro. Só isso. Não gosto nem da facilidade, nem do romantismo. Gosto de compreender. Pois bem, reparei que em certas pessoas da elite há uma espécie de esnobismo espiritual em acreditar que o dinheiro não é necessário à felicidade. É bobagem, está errado e, de certa forma, é covardia."
 
== A peste ([[1947]]) ==
 
* "Sabiam agora que, se há qualquer coisa que se pode desejar sempre e obter algumas vezes, essa qualquer coisa é a ternura humana."
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:::- ''The Plague - Página 181, [[Albert Camus]] - 1962
 
== Núpcias ([[1950]]) ==
 
* "Penso agora em flores, sorrisos, desejo de mulher, e compreendo que todo o meu horror de morrer está contido em meu ciúme de vida. Sinto ciúme daqueles que virão e para os quais as flores e o desejo de mulher terão todo o seu sentido de carne e de sangue. Sou invejoso porque amo demais a vida para não ser egoísta... Quero suportar minha lucidez até o fim e contemplar minha morte com toda a exuberância de meu ciúme e de meu horror."
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* "O meu reino é todo deste mundo."
 
* "Gosto imensamente dessa vida e desejo falar sobre ela com liberdade: dá-me orgulho da minha condição de homem. No entanto, já me foi dito varias vezes: não há motivo para ser orgulhoso. Mas creio que há muitos: este sol, este mar, meu coração saltado de juventude, meu corpo com sabor de sal e o imenso cenário onde a ternura e a gloria se reencontram no amarelo e no azul."
 
* " Para começar, a juventude argelina é bela. Os árabes, em primeiro lugar, naturalmente, e depois os outros. Os franceses da Argélia são uma raça bastarda, feita de misturas imprevistas. No fim de contas, espanhóis e alsacianos, italianos, malteses, judeus e gregos ali se encontram todos. Esses cruzamentos brutais tiveram, como na América, felizes resultados."
== Calígula ==