Érico Veríssimo: diferenças entre revisões

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| Wikisource = Érico Veríssimo
|Wikipedia=Érico Veríssimo
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==Obras Romances ==
=== [[w:Clarissa (romance)|Clarissa]] ===
===Romances===
====Clarissa====
 
*" - Clarissa!
1933
: Clarissa perfila-se, conserta o vestido e responde:
*Edição: [[Editora Globo S.A.]], Brasil, [[São Paulo]], 57. edição, 1999
: - Que é, titia?
: - Vem pra dentro, menina. Está na hora do colégio.
: O rosto da criaturinha ensombrece. O colégio... Livros, mapas, Ouviram do Ipiranga as margens plácidas... classes, cabeças curvadas sobre cadernos, cochichos, murmúrios e uma vontade doida de sair para o sol, de correr, ver a rua, as pessoas, as casas, o céu, os bondes, os automóveis..."
::- ''Editora Companhia das Letras, 2005, p. 12
 
*"O velho Nico Pombo, major reformado, o hóspede mais antigo da pensão. Não tem o que fazer durante o dia, mas costuma madrugar para o chimarrão.
*" –'''Clarissa'''! " . Clarissa perfila-se , conserta o vestido e responde:- Que é, titia? –Vem pra dentro, menina. Está na hora do colégio". O rosto da criancinha ensobrece. O colégio...Livros, mapas...(pagina 12).
: No quarto do judeu já há rumores. Uma voz grossa vem do banheiro:
*"O Velho '''Nico Pombo''', major reformado, o hóspede mais antigo da pensão.Não tem que fazer durante o dia, mas costuma madrugar para o chimarrão(...) O '''Nestor'''.Sempre cantando, sempre alegre.Clarissa gosta das pessoas alegres.Nem todos na pensão têm cara alegre.O Mais triste é '''Amaro''': tem um ar sofredor, olhos que sempre estão olhando para parte nenhuma.E, depois, aquela mania de viver em cima do piano, batendo à toa nas teclas, inventando músicas que ninguém compreende...(...) Sorrindo, Clarissa entra no quarto."(página 13).
 
: ''Deixa esta mulher chorar,''
====Olhai os lírios do campo====
: ''Pra pagar o que me fez...''
 
*"O Velho '''Nico Pombo''', major reformado, o hóspede mais antigo da pensão.Não tem que fazer durante o dia, mas costuma madrugar para o chimarrão(...): O '''Nestor'''. Sempre cantando, sempre alegre. Clarissa gosta das pessoas alegres. Nem todos na pensão têm cara alegre. O Maismais triste é '''Amaro''': tem um ar de sofredor, olhos que sempre estão olhando para parte nenhuma. E, depois, aquela mania de viver em cima do piano, batendo à toa nas teclas, inventando músicas que ninguém compreende...(...) SorrindoEnfim, Clarissacomo entratoda noa quarto."(páginagente 13).diz que ele é um homem muito inteligente, é melhor não discutir...
1938
: Sorrindo, Clarissa entra no quarto."
::- ''Editora Companhia das Letras, 2005, p. 13
 
==== [[w:Olhai os Lírios do Campo (romance)|Olhai os lírios do campo=]] ===
*Edição: [[Livros do Brasil Lisboa]], feita por acordo com a [[Editora Globo S.A.]], [[Porto Alegre]], Brasil( XVIII edição, não datada).
 
*Dedicatória:
*Dedicatória: "'''Maurício''', Quero que o teu nome fique inscrito também no pórtico deste livro, que viste amadurecer e que enriqueceste com mais de uma sugestão preciosa.Ele ficará como um marco significativo em nossas vidas- o símbolo de uma funda amizade, a recordação dos sonhos de solidariedade humana que sonhámos juntos" .
: "Maurício,
*Dedicatória: "'''Maurício''', Quero que o teu nome fique inscrito também no pórtico deste livro, que viste amadurecer e que enriqueceste com mais de uma sugestão preciosa.Ele ficará como um marco significativo em nossas vidas- o símbolo de uma funda amizade, a recordação dos sonhos de solidariedade humana que sonhámossonhamos juntos." .
::- ''Editora Companhia das Letras, 2005
 
*" "O médico sai do quarto n.° 122. A enfermeira vem ao seu encontro.
:- Irmã '''Isolda''' - diz ele em voz baixa - avise o Dr. '''Eugênio'''. É um caso perdido, questão de horas, talvez de minutos. E ele sabe que vai morrer…morrer..." (Primeiras linhas do romance, página 9).
::- ''Editora Globo, 1962, p. 9
 
*"[[Felicidade]] é a certeza de que a nossa [[vida]] não está se passando inutilmente."
::- ''Olhai os lirios do campo - página 230, Erico Veríssimo - EditôraEditora Globo, 1962, -p. 244 páginas230''
 
* "Olha as [[estrela]]s. Enquanto elas brilharem haverá esperança na [[vida]]."
::- ''Olhai os lírios do campo - página 94, Erico Veríssimo - EditôraEditora Globo, 1974, -p. 290 páginas94''
 
==== [[w:Incidente em antaresAntares|Incidente em Antares]] ====
1971
 
*"Afirmam os entendidos que os ossos fósseis recentemente encontrados numa escavação feita em terras do município de Antares, na fronteira do Brasil com a Argentina, pertenciam a um gliptodonte, animal antediluviano, que, segundo as reconstituições gráficas da Paleontologia, era uma espécie de tatu gigante dotado duma carapaça inteiriça e fixa, mais ou menos do tamanho dum Volkswagen, afora o formidável rabo à feição de tacapa riçado de espigões pontiagudos."
::- ''Editora Globo, 1971''
 
*“A esta altura da presente narrativa é natural que o leitor esteja inclinado a perguntar se não existiam em Antares homens de bem e de paz, comportamento e sentimentos cristãos. A pergunte é pertinente e a resposta, sem a menor dúvida, afirmativa. Havia sim, e muitos. Desgraçadamente seus ditos, feitos e gestos não foram recolhidos pela história oral da cidade e do município: os restantes perderam-se para sempre no olvido."
::- ''Editora Globo, 1971''
 
*"Os livros escolares, cujo objetivo é ensinar-nos a história da nossa terra e do nosso povo, são em geral escritos num espírito maniqueísta, seguindo as clássicas antíteses –os bons e os maus, os heróis e os covardes, os santos e os bandidos."
::- ''Editora Globo, 1971''
 
*"Via de regra, não se empregam nesses compêndios as cores intermediárias, pois os seus autores parecem desconhecer a virtude dos matizes e o truísmo de que a História não pode ser escrita apenas em preto e branco.”
::- ''Editora Globo, 1971''
 
* “-Será que um dia não vai haver mais em toda a Terra um lugar em que um homem possa ser dono pelo menos do seu nariz, dizer o que pensa, ter uma quota razoável de liberdade? Talvez em alguma ilha deserta do Pacífico...
: -Não te iludas. Nem numa ilha deserta poderemos fugir à História. Um dia quando estiveres estendido na areia, nu e comendo a tua banana gratuita, um país qualquer que está querendo entrar para a “família nuclear”, testará a bomba atômica e te levará pelos ares em pedaços...”
::- ''Editora Globo, 1971''
*“-Sei que a senhora gosta de ler – digo.
 
: - Muito. Não se ria se eu disser que o romance mais bonito que li em toda a minha vida foi a Joana Eira de Carlota Bronte. Conhece? Uma jóia. Acho que li esse livro umas vinte vezes. Devorei também todo o Walter Scott e o [[Alexandre Dumas]]. Nunca suportei o [[Émile Zola|Zola]] nem o [[Flaubert]]. Mas gostava do [[Liev Tolstói|Tolstoi]]. Ah! Leio também os modernos. Estrangeiros e nacionais, naturalmente.
*“- Sei que a senhora gosta de ler – digo.
: -Já leu [[Jorge Amado]]?
: - Muito. Não se ria se eu disser que o romance mais bonito que li em toda a minha vida foi a Joana Eira de Carlota Bronte. Conhece? Uma jóia. Acho que li esse livro umas vinte vezes. Devorei também todo o Walter Scott e o [[Alexandre Dumas]]. Nunca suportei o [[Émile Zola|Zola]] nem o [[Flaubert]]. Mas gostava do [[Liev Tolstói|TolstoiTolstói]]. Ah! Leio também os modernos. Estrangeiros e nacionais, naturalmente.
: -Por alto, É bandalho e comunista.
: -E o nossoleu Érico[[Jorge VeríssimoAmado]]?
: - Por alto,. É bandalho e comunista.
: -Nosso? Pode ser seu, meu não é. Li um romance dele que fala a respeito do Rio Grande de antigamente. O [[Zózimo]], meu falecido marido, costumava dizer que por esse livro se via que o autor não conhece direito a vida campeira, é “bicho da cidade”. Há uns anos o Veríssimo andou por aqui, a convite dos estudantes, e fez uma conferência no teatro. Fui, porque o Zózimo, insistiu. Não gostei, mas podia ter sido pior. Quem vê a cara séria desse homem não é capaz de imaginar as sujeiras e despautérios que ele bota nos livros dele.
: - E o nosso Erico Verissimo?
: -A senhora diria que ele também é comunista?...
: - Nosso? Pode ser seu, meu não é. Li um romance dele que fala a respeito do Rio Grande de antigamente. O [[Zózimo]], meu falecido marido, costumava dizer que por esse livro se via que o autor não conhece direito a vida campeira, é “bicho da cidade”. Há uns anos o Veríssimo andou por aqui, a convite dos estudantes, e fez uma conferência no teatro. Fui, porque o Zózimo, insistiu. Não gostei, mas podia ter sido pior. Quem vê a cara séria desse homem não é capaz de imaginar as sujeiras e despautérios que ele bota nos livros dele.
: ...-O Prof. Libindo costuma dizer que, em matéria de política, o Érico Veríssimo é um inocente útil.”
: - A senhora diria que ele também é comunista?...
: [...] - O Prof. Libindo costuma dizer que, em matéria de política, o ÉricoErico VeríssimoVerissimo é um inocente útil.”
::- ''Editora Globo, 1971''
 
* "E eu acho, meu caro, que cada um de nós tem nas suas mais remotas cavernas interiores um troglodita adormecido que, submetido a um certo tipo de estímulo, vem rapidamente à tona de nosso ser e se transforma num déspota totalitário capaz de todas as bestialidades."
::- ''Incidente em Antares - página 145, Erico Veríssimo - Editora Globo, 1971, -p. 485 páginas145''
 
* "Acho que o homem é um animal agressivo, não há dúvida, mas a diferença entre ele e o lobo é que a criatura humana pensa, é ao mesmo sujeito e objeto, tem a capacidade de ver o seu lado negativo e deplorá-lo. Não ignora que tem um futuro. Tem também a consciência de sua finitude. É - salvo as aberrações - capaz de compaixão, de contrição e de amor. E a crise do mundo moderno não será principalmente a falta de amor?"
::- ''Incidente em Antares - página 187, Erico Veríssimo - Editora Globo, 1971, -p. 485 páginas187''
 
* "O fio que prende a sua fé deve ser do melhor aço e portanto resistente e ao mesmo tempo flexível. Fé sem flexibilidade, fé sem dúvida pode acabar em fanatismo."
::- ''Incidente em Antares - página 188, Erico Veríssimo - Editora Globo, 1971, -p. 485 páginas188''
 
* "Ora, menino, um ser humano não é uma moeda apenas, com verso e reverso. É um poliedro, com milhares de faces. E há milhares de maneiras de ver uma pessoa, um ato, um fato."
::- ''Incidente em Antares - página 247, Erico Veríssimo - Editora Globo, 1971, -p. 485 páginas247''
 
=== [[w:Um Lugar ao Sol|Um lugar ao sol]] ===
====Outras citações====
 
* "Quem está com fome fica surdo até mesmo à voz de Deus."
*"Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a [[idéia]] de que o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e [[injustiça]]s como a nossa, é acender a sua [[lâmpada]], fazer [[luz]] sobre a [[realidade]] de seu [[mundo]], evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos [[tirano]]s. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos nosso posto."
:- ''Livraria do Globo, 1940, p. 213''
 
==== Outras citações== ==
 
*"Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a [[idéia]] de que o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e [[injustiça]]s como a nossa, é acender a sua [[lâmpada]], fazer [[luz]] sobre a [[realidade]] de seu [[mundo]], evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos [[tirano]]s. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos nosso posto."
:- ''"Solo de clarineta: memórias" - v. 1, página 45, de Erico Veríssimo - Editora Globo, 1973''
 
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*"Sei que não sou, nunca fui um ''writer's writer'', um escritor para escritores. Não sou inovador, não trouxe nenhuma contribuição original para a arte do romance. Tenho dito, escrito repetidamente que me considero, antes de mais nada, um contador de histórias."
:- ''"Ficção completa" - Página 163, de Erico Veríssimo - Publicado por Aguilar, 1967''
 
*"Quem está com fome fica surdo até mesmo à voz de Deus."
:- ''"Um lugar ao sol" - Página 213, de Erico Veríssimo - Publicado por Livraria do globo, 1940 - 350 páginas''
 
 
*"Todos nós somos um mistério para os outros... e para nós mesmos."