Luís Vaz de Camões: diferenças entre revisões

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'''[[w:Camões|Luís Vaz de Camões]]''' ''(cerca de [[1524]] – [[10 de junho]] de [[1580]]) foi um importante poeta Português do século XVI que criou, entre outras obras, a [[wikt:epopeia|epopeia]] ''"Os Lusíadas"''.''
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== Lírica ==
 
* Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,<br>Muda-se o ser, muda-se a confiança;<br>Todo o mundo é composto de mudança,<br>Tomando sempre novas qualidades.
::- ''Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades''
 
*Amor é fogo que arde sem se ver;
:É ferida que dói e não se sente;
:É um contentamento descontente;
:É dor que desatina sem doer.
<!--
:É um não querer mais que bem querer;
:É solitário andar por entre a gente;
:É nunca contentar-se de contente;
:É cuidar que se ganha em se perder;
 
:É querer estar preso por vontade;
:É servir a quem vence, o vencedor;
:É ter com quem nos mata lealdade.
 
:Mas como causar pode seu favor
:Nos corações humanos amizade,
:Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
-->
::Soneto ''Amor é fogo que arde sem se ver''
 
*"Os bons vi sempre passar <br> No mundo graves tormentos; <br> E para mais me espantar <br> Os maus vi sempre nadar <br> Em mar de contentamentos."
::- ''poesia "[[s:Esparsa ao desconcerto do mundo|Esparsa ao desconcerto do mundo]]"''
 
*Alma minha gentil, que te partiste
:Tão cedo, desta vida, descontente
:Repousa lá no Céu eternamente
:E viva eu cá na terra sempre triste.
:Roga a Deus, que teus anos encurtou,
:Que tão cedo de cá me leve a ver-te
:Quão cedo de meus olhos te levou
::- Soneto dedicado ao seu último amor; Dinamene
 
* Ah! minha Dinamene! Assim deixaste<br />Quem não deixara nunca de querer-te!<br />Ah! Ninfa minha, já não posso ver-te,<br />Tão asinha esta vida desprezaste!<p>Como já pera sempre te apartaste<br />De quem tão longe estava de perder-te?<br />Puderam estas ondas defender-te<br />Que não visses quem tanto magoaste?<p>Nem falar-te somente a dura Morte<br />Me deixou, que tão cedo o negro manto<br />Em teus olhos deitado consentiste!<p>Oh mar! oh céu! oh minha escura sorte!<br />Que pena sentirei que valha tanto,<br />Que inda tenha por pouco viver triste?
::- Soneto ''[[s:Ah, minha Dinamene assi deixaste|Ah, minha Dinamene assi deixaste]]''
 
*desculpa-me o que vejo;
:que se, enfim, resisto
:contra tão atrevido e vão desejo,
:faço-me forte em vossa vista pura,
:e armo-me de vossa fermosura.
::- ''canção "[[s:Fermosa e gentil dama|Fermosa e gentil dama]]"''
 
* ''"Transforma-se o amador na coisa amada''
: ''Por virtude de muito imaginar,''
: ''Não tenho, logo, mais que desejar,''
: ''Pois em mim tenho a parte desejada.''
<!--
: ''Se nela está minha alma transformada,''
: ''Que mais deseja o corpo de alcançar?''
: ''Em si somente pode descansar,''
: ''Pois com ele tal alma está liada.''
 
: ''Mas esta linda e pura semideia,''
: ''Que como o acidente em seu sujeito''
: ''Assim com a alma minha se conforma"''
 
: ''Está no pensamento como ideia;''
: ''E o vivo e puro amor de que sou feito''
: ''Como a matéria simples busca a forma.''
-->
:: "[[s:Transforma-se o amador na cousa amada|Transforma-se o amador na coisa amada]]"
 
* Perdigão, que o pensamento<br />Subio a um alto lugar,<br />Perde a pena do voar,<br />Ganha a pena do tormento:<br />Não tem no ar, nem no vento,<br />Asas com que se sustenha:<br />Não há mal que lhe não venha.
:: (Mote: "''Perdigão perdeu a pena,<br />Não há mal que lhe não venha.''")
 
*Busque Amor novas artes, novo engenho,
:Para matar-me, e novas esquivanças;
:Que não pode tirar-me as esperanças,
:Que mal me tirará o que eu não tenho.
 
:Olhai de que esperanças me mantenho!
:Vede que perigosas seguranças!
:Que não temo contrastes nem mudanças,
:Andando em bravo mar, perdido o lenho.
 
:Mas, conquanto não pode haver desgosto
:Onde esperança falta, lá me esconde
:Amor um mal, que mata e não se vê.
 
:Que dias há que n'alma me tem posto
:Um não sei quê, que nasce não sei onde,
:Vem não sei como, e dói não sei porquê.
 
* "Tudo me defendei, senão só ver-vos, / E dentro na minha alma contemplar-vos, / Ao menos que não chegue a aborrecer-vos."
:- ''Fonte: Citações da Cultura Universal - Página 18, Alberto J. G. Villamarín, Editora AGE Ltda, 2002, ISBN 8574970891, 9788574970899''
 
== ''Os Lusíadas'' (1572) ==
 
* Cantando espalharei por toda parte,<br />Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
::- ''Fonte: [[s:Os Lusíadas/I|Os Lusíadas, canto I]]''
 
* Cesse tudo o que a Musa antiga canta,<br />Que outro valor mais alto se alevanta.
Linha 154 ⟶ 242:
:Pera cantar-vos, mente às Musas dada.
::Fonte: [[s:Os Lusíadas/X|Os Lusíadas, canto X]]
 
== Lírica ==
 
* Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,<br>Muda-se o ser, muda-se a confiança;<br>Todo o mundo é composto de mudança,<br>Tomando sempre novas qualidades.
::- ''Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades''
 
*Amor é fogo que arde sem se ver;
:É ferida que dói e não se sente;
:É um contentamento descontente;
:É dor que desatina sem doer.
<!--
:É um não querer mais que bem querer;
:É solitário andar por entre a gente;
:É nunca contentar-se de contente;
:É cuidar que se ganha em se perder;
 
:É querer estar preso por vontade;
:É servir a quem vence, o vencedor;
:É ter com quem nos mata lealdade.
 
:Mas como causar pode seu favor
:Nos corações humanos amizade,
:Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
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::Soneto ''Amor é fogo que arde sem se ver''
 
*"Os bons vi sempre passar <br> No mundo graves tormentos; <br> E para mais me espantar <br> Os maus vi sempre nadar <br> Em mar de contentamentos."
::- ''poesia "[[s:Esparsa ao desconcerto do mundo|Esparsa ao desconcerto do mundo]]"''
 
*Alma minha gentil, que te partiste
:Tão cedo, desta vida, descontente
:Repousa lá no Céu eternamente
:E viva eu cá na terra sempre triste.
:Roga a Deus, que teus anos encurtou,
:Que tão cedo de cá me leve a ver-te
:Quão cedo de meus olhos te levou
::- Soneto dedicado ao seu último amor; Dinamene
 
* Ah! minha Dinamene! Assim deixaste<br />Quem não deixara nunca de querer-te!<br />Ah! Ninfa minha, já não posso ver-te,<br />Tão asinha esta vida desprezaste!<p>Como já pera sempre te apartaste<br />De quem tão longe estava de perder-te?<br />Puderam estas ondas defender-te<br />Que não visses quem tanto magoaste?<p>Nem falar-te somente a dura Morte<br />Me deixou, que tão cedo o negro manto<br />Em teus olhos deitado consentiste!<p>Oh mar! oh céu! oh minha escura sorte!<br />Que pena sentirei que valha tanto,<br />Que inda tenha por pouco viver triste?
::- Soneto ''[[s:Ah, minha Dinamene assi deixaste|Ah, minha Dinamene assi deixaste]]''
 
*desculpa-me o que vejo;
:que se, enfim, resisto
:contra tão atrevido e vão desejo,
:faço-me forte em vossa vista pura,
:e armo-me de vossa fermosura.
::- ''canção "[[s:Fermosa e gentil dama|Fermosa e gentil dama]]"''
 
* ''"Transforma-se o amador na coisa amada''
: ''Por virtude de muito imaginar,''
: ''Não tenho, logo, mais que desejar,''
: ''Pois em mim tenho a parte desejada.''
<!--
: ''Se nela está minha alma transformada,''
: ''Que mais deseja o corpo de alcançar?''
: ''Em si somente pode descansar,''
: ''Pois com ele tal alma está liada.''
 
: ''Mas esta linda e pura semideia,''
: ''Que como o acidente em seu sujeito''
: ''Assim com a alma minha se conforma"''
 
: ''Está no pensamento como ideia;''
: ''E o vivo e puro amor de que sou feito''
: ''Como a matéria simples busca a forma.''
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:: "[[s:Transforma-se o amador na cousa amada|Transforma-se o amador na coisa amada]]"
 
* Perdigão, que o pensamento<br />Subio a um alto lugar,<br />Perde a pena do voar,<br />Ganha a pena do tormento:<br />Não tem no ar, nem no vento,<br />Asas com que se sustenha:<br />Não há mal que lhe não venha.
:: (Mote: "''Perdigão perdeu a pena,<br />Não há mal que lhe não venha.''")
 
*Busque Amor novas artes, novo engenho,
:Para matar-me, e novas esquivanças;
:Que não pode tirar-me as esperanças,
:Que mal me tirará o que eu não tenho.
 
:Olhai de que esperanças me mantenho!
:Vede que perigosas seguranças!
:Que não temo contrastes nem mudanças,
:Andando em bravo mar, perdido o lenho.
 
:Mas, conquanto não pode haver desgosto
:Onde esperança falta, lá me esconde
:Amor um mal, que mata e não se vê.
 
:Que dias há que n'alma me tem posto
:Um não sei quê, que nasce não sei onde,
:Vem não sei como, e dói não sei porquê.
 
* "Tudo me defendei, senão só ver-vos, / E dentro na minha alma contemplar-vos, / Ao menos que não chegue a aborrecer-vos."
:- ''Fonte: Citações da Cultura Universal - Página 18, Alberto J. G. Villamarín, Editora AGE Ltda, 2002, ISBN 8574970891, 9788574970899''
 
== Cartas ==
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* "Não se pode ter [[paciência]] com quem quer que lhe façam o que não faz."
::- ''Obras de Luiz de Camões: precedidas de um ensaio biographico, se relatam alguns factos não conhecidos da sua vida‎ - [http://books.google.com.br/books?id=OxI2AAAAIAAJ&pg=PA229 Página 229], [[Luís de Camões]], João Antonio de Lemos Pereira de Lacerda Juromenha (Visconde de), Francesco Petrarca - Imprensa nacional, 1866
 
* "Enfim acabarei a vida e verão todos que fui tão afeiçoado à minha Pátria que não só me contentei de morrer nela, mas com ela."
::- ''Carta a Francisco de Almeida, 1579
 
== Miscelânea ==
Linha 257:
*"Morro com a Pátria"
:- ''palavras no leito de morte, citado em "Obras de Luiz de Camões: precedidas de um ensaio biographico, no qual se relatam alguns factos não conhecidos da sua vida" - volume 1, capítulo XXVII, [http://books.google.com.br/books?id=tBA2AAAAIAAJ&pg=RA2-PA148 página 148], Por Luís de Camões, João Antonio de Lemos Pereira de Lacerda Juromenha, Francesco Petrarca, Publicado por Imprensa nacional, 1860''
 
* "Enfim acabarei a vida e verão todos que fui tão afeiçoado à minha Pátria que não só me contentei de morrer nela, mas com ela."
 
[[Categoria:Pessoas]]