Tony Judt: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Sem resumo de edição
Sem resumo de edição
Linha 14:
'''[[w:Tony Judt|Tony Judt]]''' ([[Londres]], [[2 de janeiro]] de [[1948]] — [[Nova Iorque]], [[6 de agosto]] de [[2010]] foi um [[historiador]], [[escritor]] e professor universitário britânico especializado na história da Europa.
----
=='''[[w:Pós-Guerra: Uma História da Europa desde 1945|Pós-Guerra: Uma História da Europa desde 1945]] (2005)'''<ref>Judt, Tony (2005). Postwar: A History of Europe Since 1945. Penguin Press. ISBN 1-59420-065-3.</ref>==
 
</br>
* '''"A Europa é o menor continente. Sequer chega a ser um continente - é apenas um anexo subcontinental da Ásia. Toda a Europa (excluindo a Rússia e a Turquia) compreende não mais do que 5,5 milhões de quilômetros quadrados: menos do que dois terços da superfície do Brasil, pouco mais do que a metade da área da China ou dos Estados Unidos. Mas, quanto à intensidade das diferenças e dos contrastes internos, a Europa é singular."''' <ref>Prefácio. Tradução de José Roberto O'Shea.</ref>
Linha 20 ⟶ 21:
 
 
=='''[[w:O Chalé da Memória|O Chalé da Memória]] (2010)'''<ref>Judt, Tony (2010). The Memory Chalet. London: William Heinemann. ISBN 978-0-434-02096-6.</ref>==
 
</br>
Linha 28 ⟶ 29:
 
* '''"Apresentei recentemente meu filho de 12 anos ao clássico 'Os Incompreendidos', de François Truffaut. Para uma geração criada à base de uma dieta de cinema contemporâneo com 'mensagem', de 'O Dia Depois de Amanhã' a 'Avatar', o efeito foi estonteante: 'É livre. Ele faz tanto com tão pouco.' Com certeza. A riqueza de recursos destinada ao entretenimento serve só para disfarçar a pobreza do produto; da mesma forma, na política, palavrório interminável e retórica grandiloquente mascaram um vazio entediante"'''<ref>Capítulo III - Austeridade. Tradução de Celso Nogueira.</ref>
** No original: ''" I recently introduced our twelve-year-old son to François Truffaut’s 1959 classic Les Quatre Cents Coups (The 400 Blows). Of a generation raised on a diet of contemporary “message” cinema from The Day After Tomorrow through Avatar, he was stunned: “It’s spare. He does so much with so little.” Quite so. The wealth of resources we apply to entertainment serves only to shield us from the poverty of the product; likewise in politics, where ceaseless chatter and grandiloquent rhetoric mask a yawning emptiness."''
 
=='''[[w:Pensando o Século XX|Pensando o Século XX]] (2012)'''<ref>Judt, Tony; Snyder, Timothy (2012). Thinking the Twentieth Century. London: Penguin Press. ISBN 978-1-59420-323-7.</ref>==
 
* '''"Isso me fez lembrar algo: sempre fora o Karl Marx analítico, o comentarista político e não o prognosticador revolucionário, que mais me atraíra. Se você me perguntasse qual ensaio de Marx eu recomendaria a um estudante, tanto para apreciar os talentos de Marx quanto para captar a mensagem central, acho que seria [[O 18 de Brumário de Luís Bonaparte]], seguido de perto talvez por [[As Lutas de Classe na França de 1848 a 1850]] e [[A Guerra Civil em França]]. Marx era um comentarista polêmico de gênio, quaisquer que sejam as deficiências de suas especulações teóricas mais amplas. Por essa razão, eu era em grande parte indiferente aos debates da década de 1960 entre os defensores do "jovem" e do "velho" Marx, o filósofo da alienação social e o teórico da economia política. Para mim, Marx foi sempre e acima de tudo um observador dos acontecimentos políticos e da realidade social."'''<ref>Capítulo 3 - Socialismo Familiar: Marxista Político. Tradução de Otacílio Nunes.</ref>
** No original: ''"This struck a chord: it had always been the analytical Karl Marx, the political commentator rather than the revolutionary prognosticator, who had most appealed to me. If you asked me which one essay by Marx I would recommend to a student, both in order to appreciate Marx’s talents and grasp the central message, I think it would be The Eighteenth Brumaire, followed closely perhaps by The Class Struggles and The Civil War in France. Marx was a polemical commentator of genius, whatever the shortcomings of his broader theoretical speculations. For this reason, I was largely unmoved by the debates of the 1960s between advocates of the “young” and the “old” Marx, the philosopher of alienation and the theorist of political economy. For me, Marx was always and above all an observer of political events and social reality."''
 
* '''"Que o marxismo é uma religião secular parece evidente. Mas exatamente qual religião ele está seguindo? Isso nem sempre é tão claro. Ele abrange muito da escatologia cristã tradicional: a queda do homem, o Messias, seu sofrimento e a redenção vicária da humanidade, a salvação, a ascensão e assim por diante. O judaísmo também está lá, mas menos em substância do que em estilo. Em Marx e em alguns dos mais interessantes marxistas posteriores (Rosa Luxemburgo , talvez, ou Léon Blum) - e sem dúvida nos intermináveis debates socialistas alemães realizados nas páginas do Die Neue Zeit - podemos prontamente discernir uma variedade de pilpul, a dialética autoindulgente brincalhona que está no centro dos julgamentos rabínicos e na moralização e contação de histórias judaicas tradicionais."'''<ref>Capítulo 3 - Socialismo Familiar: Marxista Político. Tradução de Otacílio Nunes.</ref>
** No original: ''"That Marxism is a secular religion seems self-evident. But just which religion is it tracking? That is not always so clear. It comprises much of traditional Christian eschatology: the fall of man, the Messiah, his suffering and humanity’s vicarious redemption, the salvation, the rise and so on. Judaism is there too, but less in substance than style. In Marx and in some of the more interesting later Marxists (Rosa Luxemburg, perhaps, or Léon Blum)—and without question in the interminable German Socialist debates conducted in the pages of Die Neue Zeit—we can readily discern a variety of pilpul, the playful dialectical self-indulgence at the heart of rabbinical judgments and traditional Jewish moralizing and storytelling"''
 
* '''"Uma coisa é eu dizer que estou disposto a sofrer agora por um futuro desconhecido, mas possivelmente melhor. Outra coisa é eu autorizar o sofrimento de outros em nome desse mesma hipótese inverificável. ''Este'', em minha opinião, é o pecado intelectual do século: fazer um julgamento sobre o destino de outros em nome do futuro deles como você o vê, um futuro em que você pode não ter nenhum investimento, mas em relação ao qual você reivindica informação exclusiva e perfeita."'''<ref>Capítulo 3 - Socialismo Familiar: Marxista Político. Tradução de Otacílio Nunes.</ref>
** No original: ''" It is one thing to say that I am willing to suffer now for an unknowable but possibly better future. It is quite another to authorize the suffering of others in the name of that same unverifiable hypothesis. This, in my view, is the intellectual sin of the century: passing judgment on the fate of others in the name of their future as you see it, a future in which you may have no investment, but concerning which you claim exclusive and perfect information."''
 
* '''"Se não há bem único, então provavelmente não há nenhuma forma única de análise que capte todas as diversas formas do bem, e nenhuma lógica política única que possa dominar toda a ética."'''<ref>Capítulo 6 - Geração do Entendimento: Liberal Europeu Oriental. Tradução de Otacílio Nunes.</ref>
** No original: ''"If there is no single good, then there is likely no single form of analysis that captures all the various forms of the good, and no single political logic that can master all of ethics."''
 
* '''"A boa sociedade, como a própria bondade, não pode ser reduzida a uma única fonte: o pluralismo ético é a precondição necessária para uma democracia aberta."'''<ref>Capítulo 6 - Geração do Entendimento: Liberal Europeu Oriental. Tradução de Otacílio Nunes.</ref>
** No original: ''"The good society, like goodness itself, cannot be reduced to a single source; ethical pluralism is the necessary precondition for an open democracy."''
 
== {{Ligações externas}} ==