Tony Duvert: diferenças entre revisões

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* Só falta uma sexologia «revolucionária»; talvez porque se confunde ainda um sistema científico da sexualidade com a defesa de uma determinada ordem moral, enquanto para um pensamento contestatário não há nenhum modelo de ordem que propor, mas uns tipos de ordem com os quais acabar; e, onde o conhecimento burguês vê mandatos da «Natureza», o outro denuncia as leis inqualificáveis com as quaisque a oprime uma parte da humanidade. A sexologia constrói uma pirâmide de fenômenos sexuais. [...] Todas as condutas sexuais são avaliadas de fato como «técnicas de gestão», umas aberrantes (dilapidam o capital pulsional), e as otras recomendáveis (fazem frutificar com ortodoxia a corporeidade do sujeito). Dessa maneira, a sexualidade é entendida em função de um único critério: a sua rentabilidade. Nisso, a sexologia copia ao mesmo tempo os valores da moral burguesa e os que servem para medir a saúde de uma empresa capitalista. Esse método de valorização rejeita a noção de gozo gratuito (e, por não poder negá-lo, o estigmatiza moralmente).
::''Il manque seulement une sexologie « révolutionnaire » ; peut-être parce qu'un système scientifique de la sexualité se confond toujours avec la défense d'un ordre moral précis, tandis qu'une pensée contestatrice n'a pas de modèle d'ordre à proposer, mais des formes d'ordre à abattre ; et, là où le savoir bourgeois voit des commandements de la « Nature », elle dénonce les lois inqualifiables qu'une part de l'humanité fait peser sur elle. La sexologie construit une pyramide des phénomènes sexuels. [...] Toutes les conduites sexuelles sont en effet évaluées comme « techniques de gestion », les unes aberrantes (elles dilapident le capital pulsionnel), les autres recommandables (elles font fructifier avec orthodoxie la corporéité du sujet). La sexualité est ainsi comprise en fonction d'un seul critère : sa rentabilité. En cela, la sexologie copie à la fois les valeurs de la morale bourgeoise et celles qui servent à mesurer la santé d'une entreprise capitaliste. Ce mode d'appréciation refuse la notion de jouissance gratuite (et, faute de pouvoir la nier, il la stigmatise moralement).''
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