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== O Estrangeiro ==
 
* "Hoje, morreu mamãe,. Ou talvez, ontem, não sei bem. Recebi um telegrama do asilo: sua mãe faleceu. Enterro amanhã. Sentidos pêsames. Isto não esclarece nada. Talvez tenha sido ontem."
* "Compreendi, então, que um homem que houvesse vivido um único dia, poderia sem dificuldades passar 100 anos numa prisão. Teria recordações suficientes para não se entediar. De certo modo, isto era uma vantagem."
::- ''Camus, Albert. O estrangeiro; tradução de Valerie Rumjanek. Rio de Janeiro: BestBolso, 2010. p. 13
 
*"Antes de deixar o escritório para almoçar, lavei as mãos. Ao meio-dia, isso me dá [[prazer]]. À tarde, nem tanto, porque a toalha que usamos está toda molhada: serviu durante todo o dia. Certa vez, fiz uma observação a esse respeito ao patrão. Respondeu-me que achava isto lamentável, mas que se tratava, ainda assim, de um detalhe sem importância.
* "Como se esta grande cólera me tivesse purificado do mal, esvaziado de esperança, diante desta noite carregada de sinais e de estrelas, eu me abria pela primeira vez à terna indiferença do mundo."
::- ''Camus, Albert. O estrangeiro; tradução de Valerie Rumjanek. Rio de Janeiro: BestBolso, 2010. p. 31
 
* "Quando nos vestimos na praia, Marie olhava-me com olhos brilhantes. Beijei-a. A partir desse momento, não falamos mais. Apertei-a contra mim, e tivemos pressa de encontrar um ônibus, de voltar, de ir para a minha casa e de nos atirarmos na minha cama. Tinha deixado a janela aberta, e era bom sentir a noite de verão escorrer por nossos corpos bronzeados."
* "Mesmo no banco dos réus, é sempre interessante ouvir falar de si mesmo."
::- ''Camus, Albert. O estrangeiro; tradução de Valerie Rumjanek. Rio de Janeiro: BestBolso, 2010. p. 39
 
*"É uma cidade suja [Paris]. Há pombos e pátios escuros. As pessoas têm a pele branca."
::- ''Camus, Albert. O estrangeiro; tradução de Valerie Rumjanek. Rio de Janeiro: BestBolso, 2010. p. 47
 
*"Depois, só tinha pensamentos de [[prisioneiro]]. Aguardava o passeio diário na pátio ou a visita do advogado. O restante do meu tempo eu coordenava muito bem. Nessa época pensei muitas vezes que se me obrigassem a viver dentro de um tronco seco de [[árvore]], sem outra ocupação além de olhar a flor do [[céu]] acima da minha cabeça, eu teria me habituado aos poucos. Teria esperado a passagem dos pássaros ou os encontros entre as nuvens tal como esperava aqui as estranhas gravatas do advogado, e, como num outro mundo, esperava até sábado para estreitar nos meus braços o corpo de Marie. Ora, a [[verdade]], afinal é que eu não estava numa [[árvore]] seca. Havia pessoas mais infelizes do que eu. Era, aliás, uma idéia de mamãe, e ela repetia com frequência que acabávamos acostumando-nos a tudo.
::- ''Camus, Albert. O estrangeiro; tradução de Valerie Rumjanek. Rio de Janeiro: BestBolso, 2010. p.74
 
* "Compreendi, então, que um [[homem]] que houvesse vivido um único dia, poderia sem dificuldades passar 100 anos numa prisão. Teria recordações suficientes para não se entediar. De certo modo, isto era uma vantagem."
::- ''Camus, Albert. O estrangeiro; tradução de Valerie Rumjanek. Rio de Janeiro: BestBolso, 2010. p. 76
 
*"Tinha lido que na prisão se acaba perdendo a noção do [[tempo]]. Mas para mim isso não fazia muito sentido. Não compreendera ainda até que ponto os dias podiam ser, ao mesmo tempo, curtos e longos. Longos para viver, sem dúvida, mas de tal modo distendidos que acabavam por se sobrepor uns aos outros. E nisso perdiam o nome. AS palavras [[ontem]] ou [[amanhã]] eram as únicas que conservavam sentido para mim.
Quando um dia um guarda me disse que eu estava lá a cinco meses, acreditei, mas não compreendi. Para mim era sempre o mesmo dia que se desenrolava na minha cela, e era sempre a mesma tarefa que eu perseguia sem cessar.
::- ''Camus, Albert. O estrangeiro; tradução de Valerie Rumjanek. Rio de Janeiro: BestBolso, 2010.p. 77
 
* "Exageramos sempre as coisas que não conhecemos."
::- ''Camus, Albert. O estrangeiro; tradução de Valerie Rumjanek. Rio de Janeiro: BestBolso, 2010.p. 102
 
* "Como se esta grande cólera me tivesse purificado do mal, esvaziado de esperança, diante desta noite carregada de sinais e de estrelas, eu me abria pela primeira vez à terna indiferença do mundo."
* "Mentir não é só dizer aquilo que não é. É também, e sobretudo, dizer mais do que aquilo que é e, no que diz respeito ao coração humano, dizer mais do que se sente."
 
* "Mesmo no banco dos réus, é sempre interessante ouvir falar de si mesmo."
* "Quando nos vestimos na praia, Marie olhava-me com olhos brilhantes. Beijei-a. A partir desse momento, não falamos mais. Apertei-a contra mim, e tivemos pressa de encontrar um ônibus, de voltar, de ir para a minha casa e de nos atirarmos na minha cama. Tinha deixado a janela aberta, e era bom sentir a noite de verão escorrer por nossos corpos bronzeados."
 
* "Mentir não é só dizer aquilo que não é. É também, e sobretudo, dizer mais do que aquilo que é e, no que diz respeito ao coração humano, dizer mais do que se sente."
 
* "Hoje, morreu mamãe, Ou talvez, ontem, não sei bem. Recebi um telegrama do asilo: sua mãe faleceu. Enterro amanhã. Sentidos pêsames. Isto não esclarece nada. Talvez tenha sido ontem."
 
== A morte feliz ==