Euclides da Cunha: diferenças entre revisões

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* “O bandeirante foi brutal, inexorável, mas lógico. Foi o super-homem do deserto.”
* “Canudos tinha muito apropriadamente, em roda, uma cercadura de montanhas. Era um parêntesis; era um hiato. Era um vácuo. Não existia. Transposto aquele cordão de serras, ninguém mais pecava.”
* “Umbuzeiro é a [[árvore]] sagrada do sertão.”
 
==À margem da história==
:: ''À margem da história'', veja ([[s: À margem da história|wikisource]])
 
* “Somos o único caso histórico de uma [[nacionalidade]] feita por uma teoria política. Vimos, de um salto, da homogeineidade da colônia para o regímen constitucional: do alvará para as leis.” (III, Da Independência à [[República]])
* “O evangelho fecha-se com a [[astronomia]].” (Estrelas indecifráveis)
 
==Canudos: diário de uma expedição==
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==Contrastes e confrontos==
* “O verdadeiro [[Brasil]] nos aterra; trocamo-lo de bom grado pela [[civilização]] mirrada que nos acotovela na rua do Ouvidor...” (Plano de uma Cruzada, II)
* “Sem este objetivo firme e permanente [de conhecer o interior inóspito] (...), a [[Amazônia]], mais cedo ou mais tarde, se destacará do [[Brasil]], naturalmente e irresistivelmente, como se despega um mundo de uma nebulosa — pela expansão centrífuga do seu próprio movimento.” (Entre o Madeira e o Javari)
* “A [[República]] tirou-nos do remanso isolador do império para a perigosa solidariedade sul-americana: caímos dentro do campo da visão, nem sempre lúcida, do estrangeiro, insistentemente fixa sobre os povos, os governos e os 'governos' (ironicamente sublinhados ou farpeados de aspas) da América do Sul.” (Solidariedade Sul-Americana)
 
==Crônica==
* “O lema da nossa bandeira é uma síntese admirável do que há de mais elevado em [[política]].” (''O Estado de S. Paulo'', série Dia a Dia, 5 abr. 1892)
* “A nossa [[nacionalidade]] atravessa de há muito uma quadra em que o mais difícil problema consiste em harmonizar a [[vida]] ao [[dever]].” (Sejamos francos, jornal ''Democracia'', Rio de Janeio, 18 mar. 1890)
* “Sem nos filiarmos a escolas filosóficas — o que é um verdadeiro absurdo na mocidade, na quadra exuberante em que, para a formação imprescindível da consciência, nos voltamos indistintamente para todas as ideias, abrindo com igual interesse e igual curiosidade todos os [[livros]], ouvindo com igual respeito todas as crenças e tributando igual veneração a todos os sábios — vamos definir o nosso modo de pensar...” (Instituto Politécnico, ''O Estado de S. Paulo'', 24 maio 1892)
 
==Correspondência==
* “É necessário que tenhamos a postura corretíssima dos fortes! Não é invadindo prisões que se castigam criminosos. Nada mais falível e relativo do que esta [[justiça]] humana condecorada pela [[metafísica]] com o qualificativo de absoluta. Há nos sentimentos que ambos tributamos à [[República]] uma diferença enorme: s. ex. tem por ela um amor tempestuoso e cheio de delírios de amante, eu tenho por ela os cuidados e a afeição serena de um filho.” (carta aberta de Euclides ao redator d'''O Tempo'', 20 fev. 1894)
* “Então... eu não creio em [[Deus]]?! Quem te disse isto? Puseste-me na mesma roda dos singulares infelizes, que usam o [[ateísmo]] como usam de gravatas — por ''chic'', e para se darem ares de sábios... Não.” (carta a Coelho Neto, 22 nov. 1903)
* “...se as nações estrangeiras mandam cientistas ao [[Brasil]], que absurdo haverá de encarregar-se de idêntico objetivo um brasileiro?” (carta a José Veríssimo, 24 jun. 1904)
* “Num país em que toda a gente acomoda a sua vidinha num cantinho de secretaria, ou numa aposentadoria, eu estou, depois de haver trabalhado tanto, galhardamente, sem posição definida! Reivindico, assim, o belo título de último dos românticos, não já do Brasil apenas, mas do mundo todo, neste tempos utilitários! Julgo, entretanto, que hei de arrepender-me muito, mais tarde, desta [[vaidade]]...” (carta a Oliveira Lima, 25 maio 1908)
* “Quem definirá um dia essa [[Maldade]] obscura e misteriosa das coisas, que inspirou aos gregos a concepção indecisa da Fatalidade?” (carta a Vicente de Carvalho, 10 fev. 1909)
* “Nostalgia e revolta: tu não imaginas como andam propícios os tempos a todas as mediocridades. Estamos no período hilariante dos grandes homens-pulhas, dos Pachecos empavesados e dos Acácios triunfantes. Nunca se berrou tão convictamente tanta asneira sob o sol! [...] É asfixiante! A atmosfera moral é magnífica para batráquios. Mas apaga o [[homem]]. [...].” (carta a Otaviano Vieira, 8 ago. 1909)
*“...nada se perde abandonando uma estrela para abraçar um [[Amizade|amigo]].” (carta a Reinaldo Porchat, 21 abr. 1893)
*“O nosso [[povo]], meu caro Porchat, por abdicação completa de todas as energias, não tem forças para agitar-se além das arruaças desprezíveis.” (carta a Reinaldo Porchat, 21 abr. 1893)
*“No meio de tudo isto [Revolta da Armada] eu tive felizmente bastante lucidez para descobrir a estrada do [[dever]], e nela estou e nela prosseguirei.” (carta a Reinaldo Porchat, 22 nov. 1893)
*“...se as [[Nação|nações]] estrangeiras mandam cientistas ao Brasil, que absurdo haverá no encarregar-se de idêntico objetivo um brasileiro?” (carta a José Veríssimo, 24 jun. 1904)
*“...não desejo [[Europa]], o ''boulevard'', os brilhos de uma posição, desejo o sertão, a picada malgradada, e a vida afanosa e triste de pioneiro. Nestes tempos de fragilidade já não é pouco.”(carta a José Veríssimo, 7 jul. 1904)
*“Há mais de um mês que me agito e trabalho — de graça — num país em que se inventam os empregos para a vadiagem remunerada.”(carta a Plínio Barreto, 22 out. 1904)
 
==Ondas==
* “...pareceu-me e parece-me que o mais tosco verso de um livre à memória de um herói [Tiradentes] esmaga o mais brilhante [[poema]] que se atira aos pés de um rei...” (nota do autor ao poema Tiradentes)
* “É, desgraçadamente, comum nesta terra vender-se a [[consciência]]; mas, eu terei asco de mim mesmo se um dia (estou plenamente seguro que nunca me achanará) calcar as mais sagradas ilusões de meu cérebro para satisfazer as exigências do estômago.” (nota do autor ao poema Eu sou republicano...)
* “Os Farrapos — (...) Se um dia porém — puder arcar com tal assunto — hei de sacrificar-me inteiramente a esses revolucionários audazes e obscuros, a esses miseráveis sublimes que esqueceram a própria fome e arrojaram-se impávidos à goela famulenta do [[despotismo]] para que ele não lhes devorasse a [[pátria]].” (nota do autor ao poema Obscurii lucis, Os Farrapos)
 
==Esparsos==
* “Eu tenho fanatismo tão insensato pela [[palavra]], pela tribuna que, faça embora o que fizer de melhor para a sociedade, terei cumprido mal o meu destino se não tiver ocasião de, pelo menos uma vez, erguer a minha palavra sobre a fronte de qualquer infeliz, abandonado de todos; e aí impávido, altivo, audaz e insolente arriscar em prol de sua vida obscura todas as energias de meu cérebro, todos os meus ideais — a minha ilusão mais pura, o meu futuro e a vida minha!...” (caderno de notas de leitura de ''Eloquence et improvisation'', de E. Paignon apud ''Revista do Grêmio Euclides da Cunha'', n. 26)
 
==Prefácios==
* “[a [[poesia]]] É a realidade maior – vibrando numa emoção. Este chão que tumultua, e corre, e foge, e se crispa, e cai, e se alevanta, é o mesmo chão que o geólogo denomina ''solo perturbado'' e inspira à rasa, à modesta, à chaníssima topografia, a metáfora garbosa dos ''movimentos do terreno''.”(Prefácio a ''Poemas e canções'', de Vicente de Carvalho)
 
==Sobre Euclides==