Manuel Bandeira: diferenças entre revisões

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==Obras==
Manuel Bandeira:Biografia e obras
===Poemas===
*Desencanto
 
:- Eu faço versos como quem chora, De desalento... de desencanto... Fecha o meu livro, se por agora, Não tens motivo nenhum de pranto). - “Eu faço versos como quem morre.”
Este notável poeta do modernismo brasileiro nasceu em Recife, Pernambuco, no ano de 1886. Teve seu talento evidenciado desde cedo quando já se destacava nos estudos.
::- ''("Meus poemas preferidos", página 35).''
 
*Andorinha
Durante o período em que cursava a Faculdade Politécnica em São Paulo, Bandeira precisou deixar os estudos para ir à Suíça na busca de tratamento para sua tuberculose. Após sua recuperação, ele retornou ao Brasil e publicou seu primeiro livro de versos, Cinza das Horas, no ano de 1917; porém, devido à influência simbolista, esta obra não teve grande destaque.
 
:-Andorinha lá fora está dizendo: Passei o dia à toa, à toa! Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste! Passei a vida à toa, à toa...”
Dois anos mais tarde este talentoso escritor agradou muito ao escrever Carnaval, onde já mostrava suas tendências modernistas. Posteriormente, participou da Semana de Arte Moderna de 1922, descartando de vez o lirismo bem comportado. Passou a abordar temas com mais encanto, sendo que muitos deles tinham foco nas recordações de infância.
::- ''(Idem. página 57).''
 
*Arte de amar
Além de poeta, Manuel Bandeira exerceu também outras atividades: jornalista, redator de crônicas, tradutor, integrante da Academia Brasileira de Letras e também professor de História da Literatura no Colégio Pedro II e de Literatura Hispano-Americana na faculdade do Brasil, Rio de Janeiro.
 
:- Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma. A alma é que estraga o amor.Só em Deus ela pode encontrar satisfação. Não noutra alma. Só em Deus - ou fora do mundo. As almas são incomunicáveis. Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo. Porque os corpos se entendem, mas as almas não”.
Este, que foi um dos nomes mais importantes do modernismo no Brasil, faleceu no ano 1968.
:- ''(Ibidem, páginaa 91).''
 
::- ''Meus Poemas Preferidos”, Editora Tecnoprint S.A. (Ediouro Grupo Coquetel),[[Rio de Janeiro]].
Suas obras:
 
===Poemas traduzidos===
POESIA: Poesias, reunindo A cinza das horas, Carnaval, O ritmo dissoluto (1924), Libertinagem (1930), Estrela da manhã (1936), Poesias escolhidas (1937), Poesias completas, reunindo as obras anteriores e mais Lira dos cinqüenta anos (1940), Poesias completas, 4a edição, acrescida de Belo belo (1948), Poesias completas, 6a edição, acrescida de Opus 10 (1954), Poemas traduzidos (1945), Mafuá do malungo, versos de circunstância (1948), Obras poéticas (1956), 50 Poemas escolhidos pelo autor (1955), Alumbramentos (1960), Estrela da tarde (1960).
 
*“Meus Poemas Preferidos”, Editora Tecnoprint S.A. (Ediouro Grupo Coquetel),[[Rio de Janeiro]].
PROSA: Crônicas da província do Brasil (1936), Guia de Ouro Preto (1938), Noções de história das literaturas (1940), Autoria das Cartas chilenas, separata da Revista do Brasil (1940), Apresentação da poesia brasileira (1946), Literatura hispano-americana (1949), Gonçalves Dias, biografia (1952), Itinerário de Pasárgada (1954), De poetas e de poesia (1954), A flauta de papel (1957), Prosa, reunindo obras anteriores e mais Ensaios literários, Crítica de Artes e Epistolário (1958), Andorinha, andorinha, crônicas (1966), Os reis vagabundos e mais 50 crônicas (1966), Colóquio unilateralmente sentimental, crônica (1968).
 
*Tríade
ANTOLOGIAS: Antologia dos poetas brasileiros da fase romântica (1937), Antologia dos poetas brasileiros da fase parnasiana (1938), Antologia dos poetas brasileiros bissextos contemporâneos (1946). Organizou os Sonetos completos e Poemas escolhidos de Antero de Quental, as Obras poéticas de Gonçalves Dias (1944), as Rimas de José Albano (1948) e, de Mário de Andrade, Cartas a Manuel Bandeira (1958).
(Adelaide Crapsey)
 
:- “São três. Coisas silenciosas: A neve que cai... a hora antes da alva...a boca de alguém que acabou de morrer”.(Idem, página 122)
 
*Tua nudez
(Juan Ramón Jiménez)
 
:- “A rosa:Tua nudez feita graça.A fonte:Tua nudez feita água.A estrela:Tua nudez feita alma”.(Idem, página 126)
 
====Versos de circunstâncias====
 
*“Meus Poemas Preferidos”, Editora Tecnoprint S.A. (Ediouro Grupo Coquetel),[[Rio de Janeiro]].
 
*Murilo Mendes
 
:- “Mais te amo,ó poesia, Quando a realidade transcendes,Em pânico, desvairando,Na voz de um Murilo Mendes ”.
::- ''(Idem, página 112)''
 
*Eunice Veiga
 
:- “Eunice meiga,Eunice linda...Que mais ainda? Eunice Veiga!”
::- ''(Idem, página 112)''
 
*João Condé
 
:- “Se as cores perder o João Condé, Dê-se ao decorado uma condecoração: Assim, do pé para a mão, Ficará Condé corado”.
::- ''(Idem página 113)''
 
====Outros====
 
Poema tirado de uma notícia de jornal
 
:- “João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número.Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro.Bebeu.Cantou. Dançou. Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado”.
 
"Libertinagem"
 
;Poética
 
:- “Estou farto do lirismo comedido, do lirismo bem comportado. Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente: protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor. Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário: o cunho vernáculo de um vocábulo. Abaixo os puristas. Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais. Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção. Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis. Estou farto deste lirismo namorador. Político. Raquítico. Sifilítico. De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo. De resto não é lirismo. Será [[contabilidade]] tabela de co-senos secretário do amante. exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.Quero antes o lirismo dos loucos. O lirismo dos bêbados. O lirismo difícil e pungentes dos bêbados. O lirismo dos clowns de [[Shakespeare]]. Não quero mais saber do lirismo que não é libertação”.
:::- ''"50 [Cinquenta] poemas escolhidos pelo autor" - página 17, Manuel Bandeira - Ministério da Educação e Cultura, Serviço de Documentação, 1955 - 86 páginas
 
====Palavras do Autor====
 
* Prefácio de “Meus Poemas Preferidos”, Editora Tecnoprint S.A. (Ediouro Grupo Coquetel),[[Rio de Janeiro]]
 
:- “Quando caí doente em 1904, fiquei certo de morrer dentro de pouco tempo:a tuberculose era ainda mal que não perdoa.Mas fui vivendo, morre-não-morre, e em 1914 o [[Dr. Bodner]], médico-chefe do sanatório de [[Clavadel]], tendo-lhe perguntado quantos anos de vida me restariam, respondeu-me sorrindo: O Sr. Tem lesões teoricamente incompativeis com a vida; no entato está sem bacilos, come bem, dorme bem, não apresenta, em suma, nenhum sintoma alarmante.Pode viver cinco, dez, quinze anos...Quem poderá dizer?...”
::- (''Primeiro parágrafo'').
 
:- “Pertenço à fase heróica da tuberculose. Foi através dela que construí minha poesia. Não fiz versos por ser poeta".
::-''Jornal O Estado de São Paulo, outubro de 1968''
 
== Atribuições ==