Valerie Solanas: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Sem resumo de edição
Sem resumo de edição
Linha 63:
* O objetivo da educação universitária não é o de fornecer uma bagagem cultural aos nossos jovens, mas sim o de excluir o máximo número possível desses jovens das várias profissões.
 
* Nenhuma revolução verdadeira poderá nunca ser feita pelos homens, porque os que estão no Poder querem conservar as coisas como estão, e os que estão afastados do Poder querem simplesmente alcançá-lo. O rebelde masculino é uma farsa: esta sociedade é sua, pertence-lhe, fê-la '''ele''' para satisfação dos '''seus''' desejos. Mas ele não pode sentir-se satisfeito, porque não é capaz disso. No fim de contas, o macho que se rebela, rebela-se sempre contra a mesma coisa: contra o seu ser masculino.
 
* Dada a natureza totalmente egocêntrica do homem e sua incapacidade de relacionar-se com qualquer coisa externa a si mesmo, a “conversa” masculina, quando não gira em torno dele mesmo, é um discurso impessoal, monótono, despojado de valor humano. A “conversa intelectual” do homem é uma tentativa forçada e compulsiva de impressionar a mulher.
 
* A Menina do Papai, passiva, adaptável, respeitadora e temerosa do homem, aceita que ele lhe imponha uma conversa desinteressante e insípida. Isto não é muito difícil, uma vez que a tensão e ansiedade, a falta de calma e de autoconfiança, a insegurança e a incerteza dos seus próprios sentimentos e sensações, que o Papai nela instilou, tornaram a sua percepção superficial e incapaz de ver que o blá-blá-blá do homem não passa de blá-blá-blá. Tal como o esteta que “aprecia” o borrão classificado de “Grande Arte”, também acredita que está a curtir o que na realidade a aborrece mortalmente.
 
* Uma verdadeira comunidade é composta por indivíduos — não por meros membros da espécie, não por casais — que respeitam a individualidade e a privacidade uns dos outros, ao mesmo tempo em que interagem mentalmente e emocionalmente — espíritos livres em relações mútuas livres e cooperando uns com os outros para atingir fins comuns. Tradicionalistas dizem que a unidade básica da "sociedade" é a família; "hippies" dizem que é a tribo; ninguém se refere ao indivíduo.
Linha 83 ⟶ 87:
* O amor não pode florescer numa sociedade baseada no dinheiro e no trabalho sem sentido; pelo contrário, para que o amor floresça exige-se liberdade econômica e pessoal, tempo disponível, oportunidade de nos deixarmos envolver em atividades emotivamente satisfatórias, que, uma vez partilhadas entre pessoas que se respeitam, podem conduzir a uma amizade profunda. Mas a "sociedade" não fornece, praticamente, nenhuma oportunidade desse gênero.
 
* Amor não é dependência nem é sexo, é amizade, e portanto o amor não pode existir entre dois homens, entre um homem e uma mulher ou entre duas mulheres, se um deles ou ambos forem estúpidos, inseguros, bajuladores de homens; como numa conversa, o amor só pode existir entre duas mulheres-mulheres confiantes, desembaraçadas, independentes e divertidas, porque a amizade se baseia no respeito e não no desprezo.
* Amor não é dependência nem é sexo, é amizade.
 
* O sexo é o refúgio dos idiotas. Quanto mais privada de aparelho mental for a mulher, quanto mais integrada estiver na "cultura" masculina, por outras palavras, quanto mais graciosa for, mais sensual é. As mulheres mais graciosas da nossa "sociedade" são maníacas sexuais.
 
* Sexo não é parte de um relacionamento; pelo contrário, é uma experiência solitária, não-criativa, uma grande perda de tempo. A fêmea pode facilmente — mais facilmente do que ela pode imaginar — afastar seu impulso sexual, ficando completamente tranqüila e cerebral e livre para perseguir atividades e relacionamentos verdadeiramente valiosos; mas o macho, que parece gostar sexualmente das mulheres e que procura excitá-las constantemente, estimula a fêmea altamente sexual a frenesis de desejo, atirando-a num abismo de sexo do qual poucas mulheres escapam. O macho lascivo excitouexcita a fêmea sensual; ele '''precisa''' fazê-lo — quando a fêmea transcende seu corpo, eleva-se acima do animalismo, o macho, cujo ego constitui-se de seu pênis, desaparecerá.
 
* Muitas mulheres, mesmo assumindo a completa igualdade econômica entre os sexos, prefeririam viver com homens ou mascatear suas bundas na rua para ter a maior parte do seu tempo para si próprias, do que gastar muitas horas dos seus dias fazendo trabalhos tediosos, embrutecedores, não-criativos para alguma outra pessoa, funcionando como máquinas, ou na melhor das hipóteses — se forem capazes de conseguir um "bom" emprego — co-administrando o monte de merda. Portanto, o que vai libertar as mulheres do controle masculino é a total eliminação do sistema dinheiro-trabalho, não a obtenção de igualdade econômica com os homens dentro desse sistema.