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Germaine Greer (29 de Janeiro de 1939, Melbourne, Austrália) é uma académica e escritora australiana, reconhecida internacionalmente como uma das mais importantes feministas do século XX.


Obras

The Female Eunuch (1970)

  • "A mulher revolucionária precisa conhecer seus inimigos, os médicos, psiquiatras, visitadores sanitários, sacerdotes, conselheiros matrimoniais, policiais, magistrados e gentis reformistas, todos os autoritários e dogmáticos que se reúnem em manadas em torno dela com advertências e conselhos. Ela precisa conhecer suas amigas, suas irmãs e buscar em suas fisionomias a sua própria. Com elas pode descobrir cooperação, simpatia e amor. O fim não pode justificar os meios: se ela descobre que seu caminho revolucionário conduz apenas a mais disciplina e continuada incompreensão, com seus corolários de diminuição e amargura, não importa quão reluzente seja o objetivo que o justificaria, ela deve entender que é um caminho errado e um fim ilusório. A luta que não é alegre é a luta errada."
    • Introdução (pág. 20)
  • "A liberdade é frágil e precisa ser protegida. Sacrificá-la, mesmo como medida temporária, é traí-la.
    • Introdução (pág. 21)
  • "O medo da liberdade é forte em nós. Quer a chamemos caos ou anarquia, as palavras são ameaçadoras. Vivemos num verdadeiro caos de autoridades contraditórias, numa idade de conformismo nem comunidade, de proximidade sem comunicação. Podíamos apenas temer o caos, caso o imaginássemos desconhecido para nós. Mas de fato o conhecemos muito bem. É improvável que as técnicas de libertação, adotadas pelas mulheres espontaneamente, entrem num conflito tão feroz como o que existe entre auto-interesses em choque e dogmas conflitantes, pois elas não buscarão eliminar todos os sistemas, mas o seu próprio. Por mais diversas que elas possam ser, não precisam ser totalmente irreconciliáveis, porque não serão conquistadoras.
    • Introdução (pág. 21)
  • "Se você se julga emancipada, deve considerar a ideia de provar seu sangue menstrual — se isto a deixa enojada, tem um longo caminho a percorrer, querida."
    • O Ventre Perverso (pág. 46)
  • "O estereótipo é o Eterno Feminino. Ela é o Objeto Sexual perseguido por todos os homens, e por todas as mulheres. Não é de nenhum sexo, pois ela própria não tem sexo algum. Seu valor é tão somente atestado pela exigência que ela excita nas outras. Sua contribuição se limita à existência. Nada precisa realizar, pois é a recompensa da realização. Nunca precisa dar evidência positiva de seu caráter moral, porque a virtude é deduzida de seu encanto e de sua passividade. Se algum homem, que não tem direito a ela, com ela for encontrado, ela não será punida, pois é moralmente neutra. É tão só uma questão de rivalidade masculina. Com toda a inocência ela pode levar os homens à loucura e à guerra. Quanto mais transtorno é capaz de causar, mais sua cotação sobe, pois a posse dela mais significa quanto maior disputa ela excita. Ninguém quer uma garota cuja beleza é imperceptível para todos menos para ele."
    • O Estereótipo (pág. 53)
  • "Por ser ela o emblema da capacidade de gastar e a principal compradora, é também a mais eficiente vendedora dos bens deste mundo. Toda a pesquisa jamais feita tem mostrado que a imagem de uma mulher atraente é o mais eficiente recurso da propaganda. Ela pode sentar-se no pára-lama de um novo carro, ou entrar nele faiscando de jóias; pode jazer aos pés de um homem, agarrando suas novas meias; pode segurar a bomba de petróleo numa pose desafiante, ou dançar através de clareiras na floresta em movimento lento em toda a glória de um novo shampoo; o que quer que ela faça, sua imagem vende."
    • O Estereótipo (pág. 54)
  • "Quando os filhos são falsamente apresentados às mulheres como sua única contribuição significativa, a expressão apropriada de sua criatividade e a obra de suas vidas, as crianças e suas mães sofrem por isso."
    • Energia (pág. 57)
  • "A energia parece-nos diabólica, porque toda nossa cultura tende a refreá-la para fins ulteriores: a criança deve ser civilizada; o que isto significa realmente é que ela deve ser destruída. Desde o começo ela é desencorajada de fazer barulho e exercitar seus pulmões em qualquer ocasião ou lugar em que possa incomodar os adultos. O novo bebê tem enorme curiosidade, e uma igual faculdade de absorver informações, mas ele a dispende toda em ambientes especialmente construídos, dando importância a sons em surdina, cores insípidas, e à figura maciça e dominante da mãe. A intensa absorção do bebê num ser humano, cuja familiaridade torna-se gradualmente indispensável para ele, é um fator necessário no desenvolvimento do caráter que é considerado normal em nossa sociedade. O preconceito contra a substituição da mãe onipotente por qualquer outra pessoa ou numerosas pessoas é na verdade muito forte."
    • Bebê (pág. 63)
  • "Os homens em nossa cultura aleijaram-se estabelecendo um padrão impossível de integridade: às mulheres não foi dada a chance de se lograrem desta maneira. As mulheres foram acusadas de desonestidade e duplicidade desde a aurora da civilização, de modo que nunca foram capazes de fingir que suas máscaras eram algo mais que máscaras. É um fraco exemplo, mas talvez signifique que as mulheres tenham sempre estado em contacto mais íntimo com a realidade do que os homens: pareceria ser a justa recompensa por ser privada de idealismo."
    • O Poder da Mulher (pág. 98)
  • "Poder da mulher significa a autodeterminação das mulheres, e isto quer dizer que toda a bagagem da sociedade paternalista terá de ser jogada fora. A mulher deve ter oportunidade e campo para idear uma moralidade que não a desqualifique para o aprimoramento e uma psicologia que não a condene ao status de uma aleijada espiritual. As penalidades por tal delinqüência podem ser terríveis, mas ela tem de explorar a escuridão sem nenhum guia. Pode parecer de início que ela meramente troca um modo de sofrer por outro, uma neurose por outra. Mas ela pode, por fim, reivindicar, ter feito uma escolha definida que é o primeiro pré-requisito de ação moral. Pode ser que ela mesma nunca veja o alvo básico, pois a estrutura da sociedade não é desenredada num único tempo de vida, porém ela deve estabelecer isto como sua crença e nisto encontrar esperança."
    • O Poder da Mulher (pág. 99)
  • "Desde os primeiros momentos de vida o amor humano é uma função de narcisismo. A criança que percebe seu próprio eu e o mundo externo como a mesma coisa ama tudo, até que aprende a temer dano. De modo que se você jogá-lo no mar ele nadará, como flutuava no útero da mãe antes de o mesmo se tornar por demais apertado. O bebê aceita a realidade porque não tem ego."
    • O Ideal (pág. 119)
  • "Quando Adão viu Eva no Jardim do Eden, amou-a porque ela era feita dele, osso de seu osso, mais parecida com ele do que qualquer dos outros animais criados para seu deleite. Seu movimento de desejo em direção a ela foi um ato de amor por sua própria espécie. Esta espécie de narcisismo difuso sempre foi aceita como uma base para o amor, exceto na relação homem-mulher em que foi suposto que o homem é inflamado pelo que é diferente nas mulheres e por causa disso as diferenças têm sido aumentadas, até os homens terem mais em comum com outros homens de diferentes raças, crenças e cores do que com as mulheres de seu próprio meio. O princípio da irmandade do homem é o narcisista, pois a base para aquele amor tem sido sempre a suposição de que devemos perceber que somos o mesmo que o mundo todo."
    • O Ideal (pág. 119-120)
  • "A fraternidade do homem só se tornará uma realidade quando a consciência de seres estranhos corrigir a miopia do homem e ele perceber que tem mais em comum com esquimós e mendigos bengalis e bichas negros do que com a forma de vida inteligente no sistema solar X. No entanto, somos desencorajados de dar o nome de amor a relações entre pessoas de interesses comuns, como jogadores de futebol e músicos, especialmente se são do mesmo sexo. Em negado uma tal descrição, ignoramos o testemunho de corpos e comportamento. Se Dennis Law abraça forte Nobby Stiles no pico toleramos isso porque não é amor. Se Kenny Burell dá um beijo em Albert King no palco, nos congratulamos por saber como interpretá-lo. A dona de casa cujo marido vai ao clube toda noite não se confessa que ele ama os amigos mais do que a ela, embora se ressinta, a despeito de si mesma, como se fosse uma infidelidade."
    • O Ideal (pág. 120)
  • "Não podemos sobreviver no meio-ambiente de sadismo masculino e masoquismo feminino, um universo de agressores e vítimas."
    • O Ideal


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