Andrea Dworkin: diferenças entre revisões

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=== ''Our Blood'' ===
* Homens que querem ajudar as mulheres em nossa luta por [[liberdade]] e [[justiça]] deviam compreender que não é extraordinariamente importante para nós que eles aprendam a chorar; é importante para nós que eles parem os crimes[[crime]]s de [[violência]] contra nós.
** ''Discurso pronunciado na Universidade Estadual de Nova Iorque, Stony Brook, em 1 de março de 1975. "The Rape Atrocity and the Boy Next Door," cap. 4, Our Blood (1976)''
 
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** ''Discurso pronunciado na Universidade Estadual de Nova Iorque, Stony Brook, em 1 de março de 1975. "The Rape Atrocity and the Boy Next Door," cap. 4, Our Blood (1976)''
 
* Nesta sociedade, a norma da masculinidade é agressão fálica. Sexualidade masculina é, por definição, intensamente e rigidamente fálica. A identidade de um homem é situada na sua concepção de si mesmo como o possuidor de um falo; o [[valor]] de um homem é localizado no [[orgulho]] dele em identidade fálica. A característica principal da identidade fálica é que o valor é inteiramente contingente na posse de um falo. Já que os homens não têm nenhum outro critério de valor, nenhuma outra noção de identidade, aquelas que não possuem falos não são reconhecidas como completamente humanas.
** ''Discurso pronunciado na Universidade Estadual de Nova Iorque, Stony Brook, em 1 de março de 1975. "The Rape Atrocity and the Boy Next Door," cap. 4, Our Blood (1976)''
 
* No [[tempo]] em que somos mulheres, [[medo]] é tão familiar para nós como ar. É o nosso elemento. Nós vivemos nele, nós inalamos ele, nós exalamos ele, e na maioria do tempo nós nem notamos isso. Ao invés de "Eu tenho medo", nós dizemos, "Eu não quero", ou "Eu não sei como", ou "Eu não posso".
** ''Discurso pronunciado na Faculdade de Queens, Cidade Universitária de Nova Iorque, em 12 de março de 1975. "The Sexual Politics of Fear and Courage", cap. 5, Our Blood (1976)''
 
* O fato que todas nós somos treinadas da [[infância]] em diante para sermos [[maternidade|mães]] significa que nós todas somos treinadas para devotar nossas vidas[[vida]]s aos homens, quer eles sejam nossos [[filho]]s ou não; que todas nós somos treinadas a forçar outras mulheres a exemplificar a falta de qualidades que caracteriza a construção cultural da feminilidade.
** ''Discurso pronunciado na Faculdade de Queens, Cidade Universitária de Nova Iorque, em 12 de março de 1975. "The Sexual Politics of Fear and Courage", cap. 5, Our Blood (1976)''
 
* Para uma mãe, o projeto de criar um menino é o projeto mais satisfatório que ela pode [[esperança|esperar]]. Ela pode assistí-lo, enquanto uma criança, brincar com os jogos que ela não era autorizada a brincar; ela pode investir nele suas ideias[[ideia]]s, aspirações, ambições, e valores — ou tudo o que tenha sobrado delas; ela pode assistir ao seu filho, que veio da sua carne e cuja vida foi sustentada pelo seu [[trabalho]] e devoção, personificá-la no mundo. Então, enquanto o projeto de criar um menino é repleto de ambivalência e leva inevitavelmente à amargura, ele é o único projeto que permite a uma mulher ser — ser através do seu filho, viver por meio do seu filho.
** ''Discurso pronunciado na Faculdade de Queens, Cidade Universitária de Nova Iorque, em 12 de março de 1975. "The Sexual Politics of Fear and Courage", cap. 5, Our Blood (1976)''
 
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** ''Discurso pronunciado na Faculdade de Boston em 5 de abril de 1975. "Redefining Nonviolence", cap. 6, Our Blood (1976)''
 
* A genialidade de qualquer sistema escravocrata se encontra nas dinâmicas que isolam os [[escravo]]s uns dos outros, que ocultam a [[realidade]] de uma condição comum, e fazem a rebelião unida contra o opressor inconcebível.
** ''Discurso pronunciado para a Organização Nacional para as Mulheres, Washington, DC, em 23 de agosto de 1975. "Our Blood: The Slavery of Women in Amerika", cap. 8, Our Blood (1976)''
 
* O [[desejo]] de dominação é uma besta voraz. Nunca há corpos[[corpo]]s quentes suficientes para saciar sua fome monstruosa. Uma vez viva, essa besta cresce e cresce, se alimentando de toda vida ao seu redor, percorrendo a terra para encontrar novas fontes de nutrição. Essa besta vive em cada homem que refestela-se na servidão feminina.
** ''Discurso pronunciado para a Organização Nacional para as Mulheres, Washington, DC, em 23 de agosto de 1975. "Our Blood: The Slavery of Women in Amerika", cap. 8, Our Blood (1976)''
 
* O sadismo sexual efetiva a identidade masculina. Mulheres são torturadas[[tortura]]das, chicoteadas, e acorrentadas; mulheres são amarradas e amordaçadas, marcadas e queimadas, cortadas com facas e fios; mulheres são urinadas e defecadas; agulhas em brasa são cravadas nos peitos, ossos são quebrados, retos são rasgados, bocas são devastadas, bocetas são brutalmente caceteadas por pênis após pênis, vibrador após vibrador — e tudo isto para estabelecer no macho um sentido viável de seu próprio valor.
** ''Discurso pronunciado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Cambridge, em 26 de setembro de 1975. "The Root Cause", cap. 9, Our Blood (1976)''
 
* O conceito masculino utópico que é a premissa da pornografia é este — já que a masculinidade é estabelecida e confirmada contra os corpos brutalizados das mulheres, os homens não precisam agredir uns aos outros; em outras palavras, as mulheres absorvem a agressão masculina de modo que os homens fiquem a [[segurança|salvo]] disto.
** ''Discurso pronunciado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Cambridge, em 26 de setembro de 1975. "The Root Cause", cap. 9, Our Blood (1976)''
 
* O projeto erótico comum de [[destruição|destruir]] mulheres torna possível aos homens se unirem em uma irmandade; este projeto é a única base firme e confiável para cooperação entre machos e todo laço masculino é baseado nisto.
** ''Discurso pronunciado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Cambridge, em 26 de setembro de 1975. "The Root Cause", cap. 9, Our Blood (1976)''
 
* Nós pensamos que vivemos em uma sociedade heterossexual porque a maioria dos homens está fixada nas mulheres como objetos sexuais; mas, de fato, nós vivemos em uma sociedade homossexual porque todas as transações críveis de [[poder]], autoridade, e autenticidade realizam-se entre homens; todas as transações baseadas em [[igualdade]] e individualidade realizam-se entre homens. Homens são reais; portanto, todo relacionamento real acontece entre homens; toda comunicação real acontece entre homens; toda reciprocidade real acontece entre homens; toda mutualidade real acontece entre homens.
** ''Discurso pronunciado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Cambridge, em 26 de setembro de 1975. "The Root Cause", cap. 9, Our Blood (1976)''
 
* O [[amor]] romântico, tanto na pornografia quanto na vida real, é a mítica celebração da negação feminina. Para uma mulher, o amor é definido como sua boa vontade para se submeter a sua própria aniquilação... A prova de amor é que ela está disposta a ser destruída por aquele que ela ama, pelo seu bem. Para as mulheres, o amor é sempre auto-sacrifício, [[sacrifício]] de sua identidade, desejo e integridade de seu corpo; para que satisfaça e se redima diante da masculinidade de seu amado.
** ''Discurso pronunciado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Cambridge, em 26 de setembro de 1975. "The Root Cause", cap. 9, Our Blood (1976)''
 
* A masculinidade só pode ser experimentada, alcançada, reconhecida, e personificada em oposição à feminilidade. Quando os homens colocam [[sexo]], violência, e [[morte]] como verdades eróticas elementares, eles pretendem isto — que sexo, ou foder, é o ato que os possibilita experimentarem sua própria realidade, ou identidade, ou masculinidade o mais concretamente; que violência, ou sadismo, é o meio pelo qual ele efetiva essa realidade, ou identidade, ou masculinidade; e que a morte, ou a negação, ou o inexistência, ou a contaminação pela fêmea é o que eles arriscam cada vez que penetram no que eles [[imaginação|imaginam]] ser o vazio do buraco da fêmea.
** ''Discurso pronunciado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Cambridge, em 26 de setembro de 1975. "The Root Cause", cap. 9, Our Blood (1976)''