Cornelia Funke: diferenças entre revisões

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Lili Poi (discussão | contribs)
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* As páginas farfalhavam cheias de promessas quando ela o abriu. Meggie achava que esses primeiros sussuros soavam de maneira diferente em cada livro, conforme ela soubesse ou não o que ele lhe contaria.
:'' Companhia das Letras, 20062010. p. 11''
 
* Nada espanta mais rápido os sonhos ruins do que o barulho das folhas impressas.
:'' Companhia das Letras, 20062010. p. 12''
 
* Alguns livros devem ser degustados, <br />Outros são devorados, <br />Apenas poucos são mastigados <br />E digeridos totalmente.
:'' Companhia das Letras, 20062010. p. 16''
 
* "Quando você leva um livro numa viagem", dissera Mo quando ela pôs o primeiro no baú, "acontece uma coisa estranha: o livro começa a colecionar lembranças. Depois basta abri-lo, e você já está de novo no lugar onde o leu. Tudo volta, já nas primeiras palvras: as imagens, os cheiros, o sorvete que você tomou enquanto lia... Acredite, os livros são como papel pega-moscas. Não existe nada melhor para grudar lembranças do que páginas impressas."
:'' Companhia das Letras, 20062010. p. 22''
 
* - Você mesmo sempre diz que os livros têm que ser pesados, porque o mundo inteiro está dentro deles.
:'' Companhia das Letras, 20062010. p. 25''
 
* Por um momento, Meggie quis recusar. Como ela gostaria de surpreender Elinor, mostrando que desprezava seus livros! Mas não conseguiu. Sua curiosidade era simplesmente grande demais. Meggie tinha a impressão de ouvir os livros sussurrarem pela porta entreaberta. Milhares de histórias desconhecidas prometiam abrir milhares de portas para mundos nunca antes vistos. A tentação foi maior do que o orgulho.
:'' Companhia das Letras, 20062010. p. 42''
 
* Mo virou-se de costas mais uma vez. Ergueu a pasta que estava em cima da mesa, na qual guardava os papéis coloridos para folhas de guarda, e começou a folheá-los distraidamente. "Todos os livros deveriam começar com um desses papéis", ele dissera uma vez para Meggie. "De preferência com um escuro: vermelho-escuro, azul-escuro, de acordo com a capa. Quando você abre o livro, é como num teatro: ali está a cortina. Você a arrasta para o lado, e a apresentação começa."
:'' Companhia das Letras, 20062010. p. 56''
 
* Às vezes queremos bater em todo mundo, mas não adianta nada, absolutamente nada. A dor permanece.
:'' Companhia das Letras, 20062010. p. 72''
 
* Meggie sentou novamente o medo abrir suas asas negras dentro dela. Ele não vinha do que Dedo Empoeirado dizia, vinha do que ele não dizia.
:'' Companhia das Letras, 2010. p. 96''
 
* "Porque o medo mata tudo", Mo lhe dissera um dia, "a razão, o coração e até mesmo a fantasia."
:'' Companhia das Letras, 2010. p. 115''
 
* Por que os adultos achavam que as crianças suportavam melhor os segredos do que a verdade? Será que não faziam ideia das histórias tenebrosas que elas inventavam para explicar os mistérios?
:'' Companhia das Letras, 2010. p. 122''
 
* "Onde se queimam livros, em breve passarão a queimar pessoas."
:'' Companhia das Letras, 2010. p. 149''
 
* Havia apenas a voz de Mo e as imagens que as letras iam formando como num tapete de tear.
:'' Companhia das Letras, 2010. p. 156''
 
* Dessa vez, Meggie pensou ter identificado dois sentimentos conflitantes no rosto dos homen de Capricórnio: o medo do que Mo traria à vida e ao mesmo tempo o desejo quase ansioso de serem mais uma vez transportados para longe por sua voz, para bem longe, para lugares onde poderiam se esquecer de tudo, até de si mesmos.
:'' Companhia das Letras, 2010. p. 160''
 
* Sabe, acontece uma coisa curiosa com os escritores. A maior parte das pessoas não consegue imaginar que os livros são escritos por pessoas iguais a elas. Normalmente elas supõem que os escritores já estão mortos, e quase ninguém imagina que possa cruzar com um deles na rua ou no supermercado. As pessoas conhecem as suas histórias, mas não os seus nomes, e muito menos o rosto.
:'' Companhia das Letras, 2010. p. 206''
 
* E Mo começou a preencher o silêncio com palavras. Ele as atraía para fora das páginas, como se elas estivessem esperando apenas por sua voz - palavras longas e breves, altivas e ternas, ronronantes, rumorejantes. Elas dançavam pelo quarto, pintavam imagens de vidro colorido e faziam cócegas na pela. Mesmo enquanto dormia, Meggie ainda podia ouvi-las, embora Mo já tivesse fechado o livro. Palavras que lhe explicavam o mundo, o lado sombrio e o lado iluminado, e construíram um muro contra sonhos ruins. Naquela noite, nem um único pesadelo conseguiu atravessá-lo.
:'' Companhia das Letras, 2010. p. 216''
 
* Mo estacionara o carro na praça, ao lado do monumento aos mortos de duas guerras passadas. A lista de nomes era extensa para um lugarejo tão pequeno. Meggie tinha impressão de que havia quase tantos nomes quanto casas na aldeia.
:'' Companhia das Letras, 2010. p. 219''
 
* Ele sempre tivera medo da morte, ele a imaginava fria, como uma noite sem fogo. Contudo, nos últimos tempos, ele temia ainda mais uma outra coisa, e essa coisa era a tristeza. Desde que Língua Encantada o trouxera para aquele mundo, ela o seguia como uma segunda sombra. Era uma tristeza que tornava os membros pesados e o céu cinzento.
:'' Companhia das Letras, 2010. p. 233''
 
* Talvez seja verdade que a morte é apenas o começo de uma nova história, mas ainda ninguém leu o livro em que ela está escrita, e o seu autor certamente não mora num lugarejo na costa, onde joga futebol com seus netos.
:'' Companhia das Letras, 2010. p. 241''
 
* Os livros eram o único lugar onde havia compaixão, consolo, alegria... e amor. Os livros amavam a todos que os abriam, ofereciam proteção e amizade sem exigir nada em troca, e nunca iam embora, nunca, mesmo quando não eram bem tratados. "Amor, verdade, beleza, sabedoria e consolo perante a morte."
:'' Companhia das Letras, 2010. p. 368''
 
* "Saboreie cada palavra, Meggie", a voz de Mo sussurava dentro dela. "Deixe-as derreter na boca. Está saboreando as cores? O vento e a noite? O medo e alegria? E o amor. Saboreie, Meggie, e tudo despertará para a vida."
:'' Companhia das Letras, 2010. p. 435''
 
* Existe algo mais belo neste mundo do que as letras? Sinais mágicos, vozes dos mortos, peças dos mundos maravilhosos, melhores do que este. Elas consolam e espantam a solidão. São guardiãs de segredos, arautos da verdade...
:'' Companhia das Letras, 2010. p. 435''
 
* O ofício de escrever histporias tem algo a ver com a magia.
:'' Companhia das Letras, 2010. p. 455''