Edward William Said - Árabe: إدوارد سعيد - (Jerusalém, 1 de Novembro de 1935 -Nova Iorque, 25 de Setembro de 2003); foi um intelectual, crítico literário e activista da causa palestiniana.

Edward Said
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  • "Para a direita, o Islã representa barbarismo. Para a esquerda, teocracia medieval. Para o centro, um tipo de exotismo de mau gosto. Há no entanto, uma opinião comum a todos, unânime, que mesmo, o pouco que se sabe sobre o mundo islâmico, não há muito que possa ser aprovado lá".[1]
  • As origens intelectuais da teoria literária na Europa foram, eu acho que é preciso dizer, insurrecionais. A universidade tradicional, a hegemonia do determinismo e do positivismo, a reificação do "humanismo" burguês ideológico, as rígidas barreiras entre as especialidades acadêmicas: foram respostas poderosas a todos esses que ligaram progenitores tão influentes do teórico literário de hoje como Saussure, Lukács, Bataille, Lévi-Strauss, Freud, Nietzsche e Marx. A Teoria propôs-se como uma síntese que superava os pequenos feudos dentro do mundo da produção intelectual e era evidente que se esperava que todos os domínios da atividade humana pudessem ser vistos e vividos como uma unidade. ...
A teoria literária, seja da esquerda ou da direita, voltou as costas a essas coisas. Isso pode ser considerado, penso eu, o triunfo da ética do profissionalismo. Mas não é por acaso que o surgimento de tão estreitamente definida uma filosofia de pura textualidade e não-interferência crítica coincidiu com a ascendência do reaganismo.
- The intellectual origins of literary theory in Europe were, I think it is accurate to say, insurrectionary. The traditional university, the hegemony of determinism and positivism, the reification of ideological bourgeois “humanism,” the rigid barriers between academic specialties: it was powerful responses to all these that linked together such influential progenitors of today’s literary theorist as Saussure, Lukács, Bataille, Lévi-Strauss, Freud, Nietzsche, and Marx. Theory proposed itself as a synthesis overriding the petty fiefdoms within the world of intellectual production, and it was manifestly to be hoped as a result that all the domains of human activity could be seen, and lived, as a unity. ...
Literary theory, whether of the Left or the Right, has turned its back on these things. This can be considered, I think, the triumph of the ethic of professionalism. But it is no accident that the emergence of so narrowly defined a philosophy of pure textuality and critical noninterference has coincided with the ascendancy of Reaganism.
- Edward Said, The World, the Text, and the Critic (1983), pp. 3-4