Discussão:Vicente do Rego Monteiro

Vincente do Rego Monteiro.


Nascido em Recife, em 1899, numa família de artistas. já em 1911 Vicente do Rego Monteiro estava em Paris (em companhia da irmã mais velha), cursando, por pouco tempo, a Academia Julian. Talento precoce, em 1913 participou do Salão dos Independentes, na capital francesa. De volta ao Brasil em 1917, dois anos mais tarde realizou, em Recife, sua primeira mostra individual; em 1920 e 1921, apresentou-se no Rio de Janeiro, em São Paulo e Recife.

   Em São Paulo entrou em contato com os artistas e intelectuais que desencadeariam a Semana de Arte Moderna, da qual participou com dez de pinturas. Logo em seguida retornou a Paris, e integrou-se a tal ponto na vida artística e cultural da capital francesa que nos anos 20, era um dos pintores estrangeiros mais conceituados na França, com assídua e notável participação em mostras duais e coletivas. 
     Alternando praticamente toda a sua existência entre a França e o Brasil, Vicente só pouco antes de falecer desfrutou algum prestigio maior em sua terra natal, onde nunca chegou a receber a consideração que sua importância exigia.  Em 1957, fixou-se no Brasil. passando a lecionar sucessivamente na Escola de Belas-Artes de Recife, na de Brasília e de novo na de Recife. Em 1966 o Museu de Arte de São Paulo dedicou-lhe uma retrospectiva, o mesmo tendo feito, após sua morte, em 1970, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. 
    Muitas das melhores telas de Rego Monteiro perderam-se num incêndio, no fim da década de 20; Anos mais tarde, o artista tentou reproduzi-Ias de memória ou lançando mão de esboços e desenhos preliminares; mas, evidentemente, as obras perderam muito em emoção e sentimento. 
     Em seus melhores momentos, Vicente é pessoal, embora aparentado a outros artistas de seu tempo. Sua peculiaridade é a insistência com que abordou temas nacionais, o que o transforma em precursor de uma tendência artística latino-amencana. Seu mundo de idéias oscilava entre as figuras do panteão americano e a Bíblia, os clássicos e outros temas grandiloqüentes, que tornam sua arte grave e profunda. Mas ele sentiu também, como poucos, a sedução do movimento fascinado que era pela dança e pelo esporte — e, homem de seu tempo, em determinada fase da carreira viu-se empolgado pelo não figurativismo. 
     Características de sua arte são a plasticidade, a sensação volumétrica que se desprende dos planos, a textura quase imaterial, de tão leve, o forte desenho, esquematizado. e a ciência da composição, que o torna um clássico, preocupado com a construção das formas.
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