Darcy Ribeiro

antropólogo, escritor e político brasileiro

Darcy Ribeiro (Montes Claros, Minas Gerais, 26 de Outubro de 1922 - Brasília, 17 de Fevereiro de 1997), foi um antropólogo, escritor e político brasileiro.

Darcy Ribeiro
Darcy Ribeiro
Nascimento 26 de outubro de 1922
Montes Claros
Morte 17 de fevereiro de 1997 (74 anos)
Brasília
Cidadania Brasil
Ocupação antropólogo, político, escritor, sociólogo, romancista

  • "O Brasil é a maior das nações neolatinas, pela magnitude populacional e começa a sê-lo também por sua criatividade artística e cultural.Precisa agora sê-lo no domínio da tecnologia da futura civilização, para se fazer potência econômica de progresso auto sustentado.Estamos nos construindo na luta para florescer amanhã como uma nova civilização, mestiça, tropical, orgulhosa de si mesma. Mais alegre, porque mais sofrida. Melhor, porque incorpora em si mais humildade. Mais generosa, porque aberta a convivência com todas as raças e todas as culturas e porque assentada na mais bela e luminosa província da Terra."[1]
  • "Qual é o sentido profundo da palavra mameluco? É o de alguém gerado pelo colonizador no ventre de outra mulher nativa e que depois é tomado dela para oprimir seu gentio materno. O traidor do gentio materno. Esse é o paulista antigo. Esse é o bandeirante."
- Antropologia ou a Teoria do Bombardeio de Berlim, 1979
  • "Gilberto Freyre escreveu, de fato, a obra mais importante da cultura brasileira".
- Fonte: Gentidades
  • "...Sou um homem de causas. Vivi sempre pregando, lutando, como um cruzado, pelas causas que comovem. Elas são muitas demais: a salvação dos índios, a escolarização das crianças, a reforma agrária, o socialismo em liberdade, a universidade necessária. Na verdade somei mais fracassos que vitórias em minhas lutas, mas isso não importa. Horrível seria ter ficado ao lado dos que nos venceram nessas batalhas".
- "O Brasil como problema", de Darcy Ribeiro - Publicado por F. Alves, 1995 ISBN 8526503235, 9788526503236 - 320 páginas
  • "Coragem! Mais vale errar, se arrebentando, do que poupar-se para nada."
- "Confissões" - Página 12, de Darcy Ribeiro - Publicado por Companhia das Letras, 1997 - 585 páginas
- "Somos todos culpados: pequeno livro de frases e pensamentos de Darcy Ribeiro" - Página 63; de Darcy Ribeiro, Eric Nepomuceno, Darcy Ribeiro, Eric Nepomuceno - Publicado por Editora Record, 2001 ISBN 8501060100, 9788501060105 - 247 páginas
  • "Guardo em mim recordações indeléveis das brutalidades que presenciei em fazendas de minha gente mineira e por todos estes brasis, contra vaqueiros e lavradores que não esboçavam a menor reação. Para eles a doença de um touro é infinitamente mais relevante que qualquer peste que achaque sua mulher e seus filhos. Esta alienação induzida de nossa gente, levada a crer que a ordem social é sagrada e corresponde à vontade de Deus, é que eu tomei como tema, mostrando negros e caboclos de uma humildade dolorosa diante de patrões que os brutalizavam das formas mais perversas. Tanto me esmerei na figuração destes contrastes que um pequeno bandido político em luta eleitoral contra mim fez publicar alguns daqueles meus textos de denúncia como se expressassem minha postura frente aos negros."
- Página 231; "Testemunho", São Paulo, Ed. Siciliano, 1991, 307 páginas
  • "Migo é uma espécie de retrato psicológico do intelectual na sua forma de romancista provinciano e um mergulho na mineiridade. É, na verdade, um romance confessional, em que me mostro e me escondo, sem fanatismos autobiográficos. Mais revelador, porém, acho eu, do que sou e do que penso, do que seria possível na primeira pessoa. É um texto muito trabalhado, mais que os outros. Não, talvez, pela tarimba que alcancei como romancista, mas sim por ter como fulcro a própria escritura."
- Sobre o romance Migo, de sua autoria, e publicado em 1988
- Darcy Ribeiro, Confissões, S.Paulo, Ed. Companhia das Letras, 1997, p. 515
  • "Migo é minha autobiografia inventada, uma vida que eu até poderia ter vivido se tivesse (...) ficado em Minas."
- Sobre o romance Migo, de sua autoria, e publicado em 1988
- Darcy Ribeiro, Confissões, S.Paulo, Ed. Companhia das Letras, 1997, p. 515
  • « Trago Minas no peito. Minas me dói, demais, de ser como é. Dói tanto que morro de raiva. O diabo é que, quanto mais odeio, mais me comovo. Deve ser isso que me faz solene quando penso Minas. Mais ainda quando escrevo. » Migo
  • « Nós mineiros nos ufanamos, contentes, de ser gente de altitude. Não somos não. Minas alterosas não tem nenhum morro maior do mundo. Sequer um pico de altura assinalável, tem. Temos é serranias demais. Elas nos cercam por todo lado, tapando horizontes, limitando o mundo e o povo. [...]
Por isso será que andamos atrasados na vida e na história? Defasados. Noutra era, sangrando e criando, nos adiantamos aos outros brasileiros. Tanto, que desde então só recuamos. Minas, tenho certeza, será o último país do mundo a fazer uma revolução para mudar. Fará quantas contra-revoluções se peçam para o mundo permanecer tal qual. Somos gente sólida, confiável. Contente não digo, mas resignada com o que o destino deu, por pouco que seja. Vivemos conformados com o milho dos pintos. Famintos.
Operários existem aqui, se diz. Camponeses, também. Será? Nunca vi nenhum. Operários, proletários, libertários, não podem ser os que conheço. Esses nossos, satisfeitos com o que têm, só querem um pouco mais. [...]
Camponeses? Só se for os camaradas meus enxadeiros, lá do Buritizal. Qual! Aqueles jecas querem lá saber de alguma confusão? Eles sabem muito bem, sabem de certeza certa, irretorquível, que o que vale no mundo é touro enraçado, vaca leiteira, cabra de raça. Eles, suas mulheres e crias, acham eles, sabem bem, são pobres filhos de Deus. As criaturas mais reles do mundo.
— Deus seja louvado. Deus seja louvado. » Migo
  • « Isto somos, descendentes miúdos de audazes pioneiros das agruras, virados capiaus geralistas desses carrascais do Acaba-Mundo. Imprevidentes, sem ouros, agora vendemos os ferros da morraria e tocamos fogo na mataria. Disto agora vivemos, queimando os verdes para fazer carvão. Fundindo pobres ferros de exportação.
Hoje, Minas, careca de arvoredos, está coberta de capinzais de esperar gado que não vem. Nosso gado mais fecundo e mais reles é mesmo o povo mineiro. Largado aí, cresce, vive, morre, carpindo, aboiando, festando, adivinhando desgraças e principalmente chorando e parindo.
O tempo a seu tempo, dirá se Minas se acaba sem glória, ou se — queira Deus — se alça, outra vez altaneira. Minas que um dia se alçou pelos ouros, pelos diamantes e pela liberdade, se alçará por si mesma? Tomara! Nada indica que isto suceda. Só de vê-los, — Ó! meu povo — a vocês e a mim também, tão pachorrentos nós todos, me revolvem as tripas. Por que esse povo meu, tão capaz de grandezas de antanho, agora é tão chinfrim? » Migo
  • « Ao meu redor, nessas Minas, floresce a loucura mansa. Raramente se manifesta com coragem de si, acremente. Também nunca se esconde de todo: disfarça. [...]
[...]
Este meu bando de amigos — amigos? — é uma fauna esquisita. Aqui tenho cara de todo bicho. [...]
No plano moral somos ainda menos gente. O bom mesmo, pra mim, seria me ver livre desse bando. Não tratar mais com nenhum deles, nunca mais. Stela, aloucada; Canuto, servil; Uriel, safado; o Cura, falso; Elmano, mofino; Guedes, poltrão. E para completar, eu. Eu, o quê? Tudo isso que atribuo a eles e mais: besta e metido.
Sou democrata jurado, socialista convicto, até comunista sou, conforme a definição. Mas tudo isso com o povo lá e eu cá, sem confluências. Que intelectualidade é esta nossa? De quem ela é? Supostamente somos a inteligência do povo brasileiro e do mineiro também. Mas como é, se só nos identificamos, de fato, conosco mesmo e com os ricos que dizemos detestar? Se só servimos aos donos da vida? Esse povo está é perdido se espera alguma coisa de nós. Os educados, os lidos, os competentes, os bonitos, entre nós, são serviçais fiéis da ordem. Nós intelectuais, nos pagando com palavras de discursos literários, somos esquerdistas pra inglês ver.
O desencontro é total. Nossa vanguarda lúcida, fiel a seu povo, não existe. O povo brasileiro está órfão. É um corpo sem cabeça. Nós, intelectuais, sem um povo com que nos identifiquemos, com horror do povo de verdade que aí está, somos uma cabeça decepada. A revolução que pregamos é para outra gente, eu não sei qual; de fato, para gente nenhuma. Mentindo, disfarçando, servimos é ao sistema, fielmente. Viva a ordem. Merda! » Migo
  • « Vendo estas Minas tão mofinas, quem diria, desatinado, que escarmentado, somos o povo destinado? Somos o tíbio povo dos heróis assinalados. Eles aí estão, há séculos, a nos cobrar amor à liberdade. Filipe grita, Joaquim José responde:
Libertas quae sera tamen.
— Liberdade, aqui e agora. Já!
[...]
Estes são nossos heróis assinalados, símbolos de uma grandeza recôndita que havia. Ainda há, eu quero crer, mais rara que os ouros, por garimpar.
Maior que eles dois, porém, é a multidão que vou chamar. Veja:
— Venham, eu os convoco, venham todos. Venham aqui dizer da dor dos nervos dilacerados, do cansaço dos músculos esgotados. Venham todos, com suas tristes caras, com suas murchas ilusões, venham vestidos ou nus, tal como foram enterrados, se foram. Venham morrer aqui de novo suas miúdas mortes inglórias.
Venha primeiro você, você mineiro anônimo que furtou o crânio de Tiradentes, rezou por sua alma e o sepultou. Mas venham todos!
Você os vê? Foram milhões de almas vestidas de corpos mortais, doídos, os que aqui nessas Minas se gastaram. Olhe de novo pra eles, olhe bem. Veja só. No princípio eram principalmente índios nativos e uns poucos brancarrões importados. Depois, principalmente negros, vindos de longe, africanos. Mas logo, logo, veja só: eram já multidões de mestiços, crioulos, daqui mesmo.
Esses milhões de gentes tantas são as mulas desta gueena de lavar cascalhais. Vê você como eles todos nos olham, olhos baixos, temerosos, perguntando calados:
— Quem somos nós? Existimos, para quê? Por quê? Para nada?
Somos o povo dos heróis assinalados, mas somos mesmo é o povo dessas multidões medonhas de gentes, enganadas e gastadas. O povo escarmentado na carne e na alma. Somos o povo que viu e que vê. O povo que vigia e espera.
Minas estelar, páramo, mãe do ferro, mãe do ouro e do azougue. Mãe mineral, fulgor sulfúrico. Minas sideral, lusa quina de rocha viva enterrada além-mar.
Minas antiga, cruel satrápia do fel e da agonia, sou eu que te peço: ponha um final nesta agonia: relampeia. Relampeia agora, peça a morte. Morra! Morra e renasça. Rolem pedras saltadas do mar petrificado; rolem, arrombem o subterrâneo paredão de granito que aprisiona o povo e o tempo, escravizando, sangrando, esfomeando, assassinando.
Minas, árvore alta. Minas de sangue, de lágrima, de cólera. Minas, mãe dos homens. Minas do esperma, do milho, da pétala, da pá, da dinamite. Minas carnal da flor e da semente. Minas mãe da dor, mãe da vergonha. Minas, minha mãe crepuscular.
Havemos de amanhecer. O mundo se tinge com as tintas da antemanhã. » Migo
  • De fato quando você faz aparentemente atitudes altruístas e generosas você faz também atitudes egoístas.
  • "Admito, com toda desfaçatez, que gosto demais de mim e que me acho admirável".
- Darcy Ribeiro no Roda Viva (1995)
  • "É indispensável namorar, no mínimo, três mulheres por vez. Pelo seguinte: primeiro, se você tem uma namorada, ela já quer casar; digo para elas: 'menina, só posso fazer você viúva. Deixa de besteira'. Algumas não querem casar, por causa do senso de que é preciso ficar com o homem. Eu acho que, depois de dez anos, o casamento fica meio incestuoso. A mulher, você gosta dela, tem carinho, mas, para o amor, outra é melhor. Acho eu, no meu fraco modo de entender. Casei algumas vezes, mas aprendi que é importante ter três. Não só porque a variação é interessante, mas você fica até mais carinhoso, você ama a variação e não há o perigo de casar".
- Darcy Ribeiro no Roda Viva (1995)
  • "A coisa mais importante para os brasileiros (...) é inventar o Brasil que nós queremos."
- No documentário sobre o livro O Povo Brasileiro
- Isa Grinspum Ferraz, O Povo Brasileiro, documentário, vídeo, 2000.
  • "Os militares se irritam só com a idéia de que esse País tenha índios."
- Darcy Ribeiro, em seu primeiro discurso no Senado, transcrito na íntegra pelo Pasquim (março, 1991)
  • "De onde, no seu peito, tirava aquela fé desvairada em que, amanhã, surgiria um mundo melhor, no qual os injustiçados teriam, por fim, justiça e os deseperados, esperança?"
- Darcy Ribeiro sobre Noel Nutels (1913-1973)
- Houaiss, Antônio, comp. 1974. Noel Nutels: Memórias e depoimentos. Rio de Janeiro: José Olympio.

Atribuídas

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  • "Só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar. E eu não vou me resignar nunca".
- Citado em "Conceitos e Verdades‎" - Página 7, de Lúcio Gusmão Lôbo, Thesaurus Editora, 2001, ISBN 8570622562, 9788570622563
  • "Ainda hoje, porém, sobrevive nas camadas mais humildes da área matuta a crença da volta do "monge", que reimplantará a fartura e a alegria, fará os velhos, jovens; os feios, bonitos; e tornará Deus visível a todos. Em 1954, um embrião messiânico ativou‐se na região, reunindo diversas famílias matutas em cultos pela volta do "monge" e obrigando as autoridades a intervir mais uma vez, para fazê‐los aceitar seu destino."
- RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. Segunda edição. São Paulo, Companhia das Letras, 1995, Pág. 435.
  • "Os índios escravos do século XVII e o gado do século XVIII, sendo ambos mercadorias que podiam transportar‐se a si próprias ao mercado, por mais longínquo que fosse e através de qualquer caminho ou vereda, dariam ao extremo sul condições econômicas de vincular‐se com o norte e com o centro do Brasil."
- RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. Segunda edição. São Paulo, Companhia das Letras, 1995, Pág. 410.

  • "Creio que nenhum livro se completa. O autor sempre pode continuar, por um tempo indefinido, como eu continuei com esse, ao alcance da mão, sem retomá‐lo. O que ocorre é que a gente se cansa do livro, apenas isto, e nesse momento o dá por concluído. Não tenho muita certeza, mas suspeito que comigo é assim."
- RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: A formação e sentido do Brasil. Segunda edição. São Paulo, Companhia das Letras, 1995, Pág. 12.
  • "O povo‐nação não surge no Brasil da evolução de formas anteriores de sociabilidade, em que grupos humanos se estruturam em classes opostas, mas se conjugam para atender às suas necessidades de sobrevivência e progresso. Surge, isto sim, da concentração de uma força de trabalho escrava, recrutada para servir a propósitos mercantis alheios a ela, através de processos tão violentos de ordenação e repressão que constituíram, de fato, um continuado genocídio e um etnocídio implacável."
- RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. Segunda edição. São Paulo, Companhia das Letras, 1995, Pág. 23.
  • "Era a humanidade mesma que entrava noutra instância de sua existência, na qual se extinguiriam milhares de povos, com suas línguas e culturas próprias e singulares, para dar nascimento às macroetnias maiores e mais abrangentes que jamais se viu."
- RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: A formação e sentido do Brasil. Segunda edição. São Paulo, Companhia das Letras, 1995, Pág. 38.
  • "Nas décadas do achamento, descoberta ou invasão do Brasil, surgiram descrições cada vez mais minuciosas das novas terras. Assim, elas iam sendo apropriadas pelo invasor também pelo conhecimento de seus rios e matas, povos, bichos e duendes."
- RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. Segunda edição. São Paulo, Companhia das Letras, 1995, Pág. 56.
  • "Os místicos haviam cumprido já a sua função de dignificar á ação conquistadora. Agora, deviam dar lugar aos homens práticos, que assentariam e consolidariam as bases do império maior que jamais se viu. Em lugar de sacros reinos pios, sob reis missionários a serviço da Igreja e de Deus, os reis de Espanha e de Portugal queriam é o reino deste mundo."
- RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. Segunda edição. São Paulo, Companhia das Letras, 1995, Pág. 63.
  • "Um é a tolerância soberba e orgulhosa dos que se sabem diferentes e assim querem permanecer. Outro é a tolerância opressiva, de quem quer conviver reinando sobre os corpos e as almas dos cativos, índios e pretos, que só podem conceber como os que deverão ser, amanhã, seus equivalentes, porque toda a diferença lhe é intolerável."
- RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. Segunda edição. São Paulo, Companhia das Letras, 1995, Pág 70.
  • "Aqui, nenhuma terra se desperdiça com o povo que se ia gerando. De toda ela se apropria a classe dominante, menos para uso, porque é demasiada demais, mas a fim de obrigar os gentios subjugados a trabalhar em terra alheia. Nenhuma liberdade se consente, também, porque se trata com hereges a catequizar, livrando‐os da perdição eterna."
- RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. Segunda edição. São Paulo, Companhia das Letras, 1995, Pág. 70.
  • "Às vezes se diz que nossa característica essencial é a cordialidade, que faria de nós um povo por excelência gentil e pacífico. Será assim? A feia verdade é que conflitos de toda a ordem dilaceraram a história brasileira, étnicos, sociais, econômicos, religiosos, raciais etc. O mais assinalável é que nunca são conflitos puros. Cada um se pinta com as cores dos outros."
- RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. Segunda edição. São Paulo, Companhia das Letras, 1995, Pág. 167.

  1. Rios, Redes e Regiões, Paulo Afonso Soares, Editora AGE, página 136