Daniela Arbex
jornalista brasileira
Daniela Arbex |
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Daniela Arbex (19 de abril de 1973, Juiz de Fora, Minas Gerais) é uma jornalista brasileira. Formada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora em 1995.
- "Naquela época, avancei até a localização da sepultura, o que foi uma grande descoberta. Usaram até o nome de um sargento que já tinha dado baixa do Exército para enterrar o corpo. Falo sempre que essa história tinha terminado no jornal, mas não dentro de mim. Faltava coisa para ser contada. Como ele morreu? A versão do suicídio era contestada por todo mundo. Precisava de uma prova forte — conta Daniela, em entrevista por telefone da redação da “Tribuna de Minas”. — Foi nessa nova investigação que cheguei à prova fundamental do assassinato, a foto da necropsia do Milton. Consegui localizar os peritos e provar o assassinato dele. E, mais do que isso, o livro acaba abrindo as portas da Penitenciária de Linhares. Resgato a rotina da penitenciária, um dos centros de detenção mais importantes e mais desconhecidos da ditadura."
- - Como citado por Leonardo Cazes, in: O Globo, 30/05/2015 6:00
- "Meu próximo livro não será uma história local, mas nacional. O que me move é lutar contra o silenciamento, desenterrar e trazer à tona o que a sociedade esquece."
- - Como citado por Leonardo Cazes, in: O Globo, 30/05/2015 6:00
- "Esses homens estão praticamente no anonimato. Há um livro sobre a guerrilha ("Caparaó: a primeira guerrilha contra a ditadura", de José Caldas da Costa, lançado em 2007) e só. Sobre o Milton, não se sabia quase nada, apenas que ele era considerado o menos preparado por não ter formação militar."
- - Como citado por Leonardo Cazes, in: O Globo, 30/05/2015 6:00
- "Conversei com as pessoas que assinaram a denúncia. O documento ganhou importância mundial e elas sofreram com o vazamento. Depois desse episódio, começaram a censurar até as visitas. Colocavam grades duplas, o chamado parlatório, para separar os familiares e os presos. Foi cruel demais. Além de toda tortura e violência, eles eram impedidos de abraçar os próprios filhos."
- - Como citado por Leonardo Cazes, in: O Globo, 30/05/2015 6:00
- "As tentativas de obstrução me impressionaram. Tudo é muito burocrático. Tive que justificar o pedido de informação e o tribunal levou dois meses para me dar a autorização. Vivemos em uma democracia, mas as dificuldades permanecem."
- - Como citado por Leonardo Cazes, in: O Globo, 30/05/2015 6:00
- "Os depoimentos dão conta do despreparo do Milton para enfrentar a prisão, os interrogatórios. Os companheiros do Caparaó eram mais treinados para se controlar. Há relatos de que ele teve uma discussão com o major Ralph Grunewald Filho, que presidia o inquérito. O Milton não aceitou as provocações e partiu para o embate. Mas ainda há muitas contradições sobre como ele foi encontrado morto. Isso tudo é intrigante."
- - Como citado por Leonardo Cazes, in: O Globo, 30/05/2015 6:00