Cornelia Funke (?) é um escritora alemã.

Cornelia Funke
Cornelia Funke
Nascimento 10 de dezembro de 1958 (65 anos)
Dorsten
Cidadania Alemanha
Ocupação escritora, escritora de literatura infantil, roteirista, ilustradora
Prêmios
  • Cruz da Ordem do Mérito da República Federal da Alemanha (2008)
  • Roswitha Prize (2008)
  • Annette von Droste-Hülshoff prize (2015)
  • Estilete de Prata (2004)
  • Wildweibchenpreis (2000)
  • Phantastik-Preis der Stadt Wetzlar (Tintenherz, 2004)
Obras destacadas Tintenherz
Página oficial
https://corneliafunke.com, http://www.corneliafunke.nl

Verificadas

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Coração de tinta

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  • "As páginas farfalhavam cheias de promessas quando ela o abriu. Meggie achava que esses primeiros sussuros soavam de maneira diferente em cada livro, conforme ela soubesse ou não o que ele lhe contaria."
Companhia das Letras, 2010. p. 11
  • "Nada espanta mais rápido os sonhos ruins do que o barulho das folhas impressas."
Companhia das Letras, 2010. p. 12
  • "Alguns livros devem ser degustados,
    Outros são devorados,
    Apenas poucos são mastigados
    E digeridos totalmente."
Companhia das Letras, 2010. p. 16
  • "Quando você leva um livro numa viagem", dissera Mo quando ela pôs o primeiro no baú, "acontece uma coisa estranha: o livro começa a colecionar lembranças. Depois basta abri-lo, e você já está de novo no lugar onde o leu. Tudo volta, já nas primeiras palvras: as imagens, os cheiros, o sorvete que você tomou enquanto lia... Acredite, os livros são como papel pega-moscas. Não existe nada melhor para grudar lembranças do que páginas impressas."
Companhia das Letras, 2010. p. 22
  • "Você mesmo sempre diz que os livros têm que ser pesados, porque o mundo inteiro está dentro deles."
Companhia das Letras, 2010. p. 25
  • "Por um momento, Meggie quis recusar. Como ela gostaria de surpreender Elinor, mostrando que desprezava seus livros! Mas não conseguiu. Sua curiosidade era simplesmente grande demais. Meggie tinha a impressão de ouvir os livros sussurrarem pela porta entreaberta. Milhares de histórias desconhecidas prometiam abrir milhares de portas para mundos nunca antes vistos. A tentação foi maior do que o orgulho."
Companhia das Letras, 2010. p. 42
  • "Mo virou-se de costas mais uma vez. Ergueu a pasta que estava em cima da mesa, na qual guardava os papéis coloridos para folhas de guarda, e começou a folheá-los distraidamente. "Todos os livros deveriam começar com um desses papéis", ele dissera uma vez para Meggie. "De preferência com um escuro: vermelho-escuro, azul-escuro, de acordo com a capa. Quando você abre o livro, é como num teatro: ali está a cortina. Você a arrasta para o lado, e a apresentação começa."
Companhia das Letras, 2010. p. 56
  • "Às vezes queremos bater em todo mundo, mas não adianta nada, absolutamente nada. A dor permanece."
Companhia das Letras, 2010. p. 72
  • "Meggie sentou novamente o medo abrir suas asas negras dentro dela. Ele não vinha do que Dedo Empoeirado dizia, vinha do que ele não dizia."
Companhia das Letras, 2010. p. 96
  • "Porque o medo mata tudo", Mo lhe dissera um dia, "a razão, o coração e até mesmo a fantasia."
Companhia das Letras, 2010. p. 115
  • "Por que os adultos achavam que as crianças suportavam melhor os segredos do que a verdade? Será que não faziam ideia das histórias tenebrosas que elas inventavam para explicar os mistérios?"
Companhia das Letras, 2010. p. 122
  • "Onde se queimam livros, em breve passarão a queimar pessoas."
Companhia das Letras, 2010. p. 149
  • "Havia apenas a voz de Mo e as imagens que as letras iam formando como num tapete de tear."
Companhia das Letras, 2010. p. 156
  • "Dessa vez, Meggie pensou ter identificado dois sentimentos conflitantes no rosto dos homen de Capricórnio: o medo do que Mo traria à vida e ao mesmo tempo o desejo quase ansioso de serem mais uma vez transportados para longe por sua voz, para bem longe, para lugares onde poderiam se esquecer de tudo, até de si mesmos."
Companhia das Letras, 2010. p. 160
  • "Sabe, acontece uma coisa curiosa com os escritores. A maior parte das pessoas não consegue imaginar que os livros são escritos por pessoas iguais a elas. Normalmente elas supõem que os escritores já estão mortos, e quase ninguém imagina que possa cruzar com um deles na rua ou no supermercado. As pessoas conhecem as suas histórias, mas não os seus nomes, e muito menos o rosto."
Companhia das Letras, 2010. p. 206
  • "E Mo começou a preencher o silêncio com palavras. Ele as atraía para fora das páginas, como se elas estivessem esperando apenas por sua voz - palavras longas e breves, altivas e ternas, ronronantes, rumorejantes. Elas dançavam pelo quarto, pintavam imagens de vidro colorido e faziam cócegas na pela. Mesmo enquanto dormia, Meggie ainda podia ouvi-las, embora Mo já tivesse fechado o livro. Palavras que lhe explicavam o mundo, o lado sombrio e o lado iluminado, e construíram um muro contra sonhos ruins. Naquela noite, nem um único pesadelo conseguiu atravessá-lo."
Companhia das Letras, 2010. p. 216
  • "Mo estacionara o carro na praça, ao lado do monumento aos mortos de duas guerras passadas. A lista de nomes era extensa para um lugarejo tão pequeno. Meggie tinha impressão de que havia quase tantos nomes quanto casas na aldeia."
Companhia das Letras, 2010. p. 219
  • "Ele sempre tivera medo da morte, ele a imaginava fria, como uma noite sem fogo. Contudo, nos últimos tempos, ele temia ainda mais uma outra coisa, e essa coisa era a tristeza. Desde que Língua Encantada o trouxera para aquele mundo, ela o seguia como uma segunda sombra. Era uma tristeza que tornava os membros pesados e o céu cinzento."
Companhia das Letras, 2010. p. 233
  • "Talvez seja verdade que a morte é apenas o começo de uma nova história, mas ainda ninguém leu o livro em que ela está escrita, e o seu autor certamente não mora num lugarejo na costa, onde joga futebol com seus netos."
Companhia das Letras, 2010. p. 241
  • "Os livros eram o único lugar onde havia compaixão, consolo, alegria... e amor. Os livros amavam a todos que os abriam, ofereciam proteção e amizade sem exigir nada em troca, e nunca iam embora, nunca, mesmo quando não eram bem tratados. "Amor, verdade, beleza, sabedoria e consolo perante a morte."
Companhia das Letras, 2010. p. 368
  • "Saboreie cada palavra, Meggie", a voz de Mo sussurava dentro dela. "Deixe-as derreter na boca. Está saboreando as cores? O vento e a noite? O medo e alegria? E o amor. Saboreie, Meggie, e tudo despertará para a vida."
Companhia das Letras, 2010. p. 435
  • "Existe algo mais belo neste mundo do que as letras? Sinais mágicos, vozes dos mortos, peças dos mundos maravilhosos, melhores do que este. Elas consolam e espantam a solidão. São guardiãs de segredos, arautos da verdade..."
Companhia das Letras, 2010. p. 435
  • "O ofício de escrever histórias tem algo a ver com a magia."
Companhia das Letras, 2010. p. 455
  • "Ficar com raiva pode ajudar quando não se sabe o que fazer com tanta tristeza."
Companhia das Letras, 2010. p. 127

Sangue de tinta

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  • Ele me ensinou para sempre que com palavras é muito fácil escapar deste mundo! Que se encontram amigos entre as páginas, amigos maravilhosos!
Companhia das Letras, 2009. p. 18
  • "As histórias nunca têm fim, Meggie", ele lhe dissera uma vez, "embora os livros gostem de nos enganar a esse respeito. As histórias sempre continuam, não terminam com a última frase, assim como não começam com a primeira."
Companhia das Letras, 2009. p. 52
  • Os amigos antigos, porém, os amigos livros que Meggie já tivera antes de se mudar para a casa de Elinor, continuavam a morar no baú e, quando ela abria a pesada tampa, era como se vozes quase esquecidas viessem ao seu encontro, como se rostos familiares olhassem para ela. Como estavam desgastados, lidos e relidos... "Não é estranho como um livro fica mais grosso depois de ser lido várias vezes?", perguntara Mo quando, no último aniversário de Meggie, mais uma vez haviam visto juntos todos os seus velhos conhecidos. "Como se a cada vez ficasse algo grudado entre suas páginas. Sensações, pensamentos, ruídos, cheiros... E então, quando folheia novamente o livro depois de muitos anos, você descobre a si mesmo ali, um pouco mais novo, um pouco diferente, como se o livro tivesse guardado você, como uma flor prensada, estranha e familiar ao mesmo tempo.
Companhia das Letras, 2009. p. 53-54